Não resisti....
Deu uma saudades do blog, que escapei rapidinho para dar um alô!
Estou na Praia do Rosa, em Santa Catarina, ainda que mais pareça uma praia pra lá da fronteira da argentina.... Cuidado, eles estão invadindo..... E não são poucos...
Bom, mas fora o cheiro de alfajor que domina a vila, aqui é tudo de bom a jeca está negra e falta pouco pra mudar o nome do blog de Jeca Urbana pra Rata de Praia!
A mão ainda sofre resquícios da queimadura de limão, tenho manchas horríveis e tenho que ir pra praia de curativo, pareço uma boxeur com faixas nas mãos....
Mas emfim, deixo aqui um beijo, o café tá bom mas o tempo é curto.... Já vou indo que o sol do fim da tarde está me esperando, com um vento "nordestão" que traz o pó da rua direto pros meus cabelos!!!!! Pelo menos eu fico mais parecida com a população local, cabelos tipo rastafari, só falta a camisa do Boca Juniors e sair falando espanhol....
Andale Andale!!!!!
Boa virada a todos!!!
Beijos e
Inté!
sábado, dezembro 30, 2006
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Papai Noel de Bombacha!
Natal....
Falar de Natal é inevitável, não? Não pela data em si, mas pela reunião que ela favorece.
Natal há muuuuuuito já perdeu a ligação original e se transformou em uma data arquétipo de renovação, de reflexão e balanço e mais que isso, de família....
Ninguém passa o Natal na balada... Nem que coma um peruzinho em casa e depois saia, mas por menor que seja a família, é com ela que se passa...
Eu curto muito esta data. Como já disse antes, sou muito ritualística, e todo ritual de amor me emociona. E alguns Natais são mais especiais que outros, e este ano certamente será.
Minha mãe é gaúcha, e nossas férias de infância sempre foram lá. Verão, inverno, estávamos direto na casa da nonna brincando e brigando com a primaiada!
Ir até Concórdia já era em si um ritual. Acordávamos às 4 e 30 da mnahã, tomávamos Dramim e pegávamos a estrada.... Sanduíche de atum, bala de caramelo, meu pai cantando músicas portuguesas e minha mãe dormindo com o pé apoiado no painel.....
A história da minha família é a típica de toda família imigrante de italianos, e quem quiser ver como os Colla viviam, é só ver o filme “O Quatrilho”, com direito a Tia Gema e casa de ripa de madeira.
Minha nonna ainda mora numa casa destas, de madeira pintadinha de azul, porão e varanda.
Acho que minha vivência com eles me fez um pouco nostálgica, pois sempre me senti voltando no tempo lá. Meu tio mais velho morou até seus últimos dias na casa onde minha mãe nasceu, à beira de uma estrada de terra, em que ela e seus três irmãos (tio Sadi, tia Rose e tio Cilon... Gastón, sua mãe vai adorar os nomes da minha família...) andavam para chegar à vila mais próxima. A casa não tinha portas, mas cortinas nas divisórias. O banheiro era uma casinha nos fundos, como se vê nos filmes medievais!
À frente, o cemitério, que era responsabilidade de meu nonno.
Na infância, minhas primas mais velhas que moravam ali nos levavam para visitar o túmulo dele e nos contar histórias de terror, e das mortes... Elas sabiam todas....
Cresci sentindo o cheiro do chiqueiro da casa simples onde minha mãe nasceu... Cresci esperando o cheiro da Sadia (Concórida é a sede da Sadia, a cidade toda cheira a frigorífico) pra saber que chegamos! Estes aromas até hoje me agradam muito, por mais maluco que seja, pois me levam de volta para a infância... Não posso pegar um caminhão de porcos na estrada que fico maluca!
Cresci tomando chimarrão de leite para as crianças nas varandas das casas dos parentes. Cadeiras de palha, chão de madeira que range, nata no pão e no biscoito, geléia de uva feita pelos pés da minha própria nonna......
Cresci ouvindo gaita gaúcha e comendo churrasco e polenta.
Nunca me esquecerei do dia em que meu tio me chamou para tomar chimarrão com os adultos! Deixar de tomar o doce mate de leite para encarar o amargo do “chima” foi um dos rituais mais significativos da minha vida, não era mais criança, já havia crescido....
Sou uma privilegiada por ter visto e vivido tudo isso, e morro de saudades de lá....
Mas claro, nem tudo são flores.... Família é família, e nós que moramos longe sempre somos motivo para conversas e críticas... Um ano estou gorda demais, outro magra demais.... Um ano sou alta demais, outro baixa demais.... Mas me divirto com isso, e espero ansiosamente por sentar na varanda da minha nonna, ouvir seu delicioso falar cantado, escutar as histórias e tomar chimarrão...
E este ano terá ainda um adicional.... Vamos refazer a viagem de carro......
Bom, queridos leitores, tentarei ainda postar alguma coisa de lá, mas se não der, a Jeca se despede pro ano, e só volta no seu aniversário, dia 8!
Que todos nós aproveitemos nossos rituais de fim de ano da melhor maneira possível, com amor e paz....
Um beijo enorme para cada um de vocês!!!!
Inté!
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Meu Amigo Secreto é...
Foto: Olhares.com
Fim de ano, festa de confraternização, Natal... e claro, amigo secreto.
Como disse bem nosso querido Gastón, esta mania foi uma bênção para os bolsos e uma dor de cabeça para a criatividade... Mas enfim, eu sempre me divirto e acho muito interessante ouvir algumas opiniões sobre mim...
No entanto, hoje vou falar sobre um amigo secreto diferente...
Um amigo mesmo, de verdade, de pele e osso, mas que é tão secreto que eu nem sei quem é....
Tudo começou com um post, assim que eu comecei este blog. Ele comentou sob o pseudônimo de "tenho dito" e assim como criei a Jeca, ele se auto criou aqui como um comentador assíduo, polêmico e muito misterioso...
Por isso, meu amigo secreto.
Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?
Bom, eu venho tentando há alguns meses, mas quando minhas pistas parecem boas, uma palavra escrita diferente ou uma opinião me tiram do caminho.....
Bom, primeiro as pistas:
-Comentários políticos muito bem articulados... O comentário que ele deixou sobre o governo americano mostrou uma pessoa prolixa e posicionada, e teve um tom que me lembrou muito uma pessoa.... Mas ele não assinou...
-Citações eruditas... Ah, isso minimiza meu leque de amigos absurdamente!!! Falar sobre a origem do conceito de beleza ocidental, usar palavras mais parnasianas, e claro, ter Ítalo Calvino como leitura de cabeceira reduziu meus suspeitos para dois ou três.... Aí foi ficando bom....
-É alguém que me conhece. E me conhece bem... Sabia o nome do meu marido, sem eu ter até então colocado no blog... Me identificou com ênfase no post Sou... E sabe de detalhes que POUCAS pessoas que se encaixavam nos ítens acima sabem:
"colégio de freiras, colegio de alemães, "quase" faculdade de direito, faculdade de letras, comissária de empresa aerea japonesa, devo ter esquecido algo... e agora a Jeca Urbana que dá aula para pequenos"
"Quase faculdade de direito"?????
Quem guarda uma informação destas???????? Ah, meus suspeitos estavam na linha de identificação....
Aí começam os problemas..... Talvez ele queira me despistar, talvez eu esteja waaaayyyyy perdida, mas enfim...
-Usou a palavra "poesia" para designar "poema". Confusão natural para muitos, mas não para nenhum dos meus suspeitos..... Ambos saberiam a diferença entre poesia e poema.....
-Disse que "escreve muito mal".... Na verdade o único comentário em que escreveu mal foi este, de resto articulou idéias e palavras com maestria.... Este ponto acho que foi mesmo para despistar...
-Não gosta dos meus textos mais deprês, aqueles meio underground, meio trevas!
Dois suspeitos até agora:
Um deles escreve ainda mais negro que isso, já li um conto antigo dele e provavelmente ele gostaria destes posts... Béemmm!
O outro faria comentários mais diretos literariamente falando.
Difícil.....
Vou refazer a pergunta que fiz acima:
"Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?"
Neste caso talvez não.... Aqui, talvez o grande barato seja TENTAR descobrir quem é meu amigo secreto...
"A Jeca Urbana" não seria NADA sem meus leitores, amigos visuais e virtuais que lêem e comentam, ou apenas lêem. Amigos que entram tanto na página que a empresa bloqueou o blog, mas que mesmo assim arranjam cambistas que repassam os posts por e-mail... Amigos cujos blogs leio todos os dias, e outros que só acessam para ler a Jeca...
E não seria o mesmo sem o mistério do Tenho Dito!
A vida não é meio insossa sem mistério???
E se for mesmo quem estou pensando, um certo mistério sempre envolveu nossa amizade, não seria diferente aqui....
Não quero descobrir quem é meu amigo secreto! Se descobrir perdemos uma face bacana do "A Jeca Urbana".
Este ano, vou jogar fora o papelzinho com o nome!
E tenho dito!!!
Inté!
Fim de ano, festa de confraternização, Natal... e claro, amigo secreto.
Como disse bem nosso querido Gastón, esta mania foi uma bênção para os bolsos e uma dor de cabeça para a criatividade... Mas enfim, eu sempre me divirto e acho muito interessante ouvir algumas opiniões sobre mim...
No entanto, hoje vou falar sobre um amigo secreto diferente...
Um amigo mesmo, de verdade, de pele e osso, mas que é tão secreto que eu nem sei quem é....
Tudo começou com um post, assim que eu comecei este blog. Ele comentou sob o pseudônimo de "tenho dito" e assim como criei a Jeca, ele se auto criou aqui como um comentador assíduo, polêmico e muito misterioso...
Por isso, meu amigo secreto.
Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?
Bom, eu venho tentando há alguns meses, mas quando minhas pistas parecem boas, uma palavra escrita diferente ou uma opinião me tiram do caminho.....
Bom, primeiro as pistas:
-Comentários políticos muito bem articulados... O comentário que ele deixou sobre o governo americano mostrou uma pessoa prolixa e posicionada, e teve um tom que me lembrou muito uma pessoa.... Mas ele não assinou...
-Citações eruditas... Ah, isso minimiza meu leque de amigos absurdamente!!! Falar sobre a origem do conceito de beleza ocidental, usar palavras mais parnasianas, e claro, ter Ítalo Calvino como leitura de cabeceira reduziu meus suspeitos para dois ou três.... Aí foi ficando bom....
-É alguém que me conhece. E me conhece bem... Sabia o nome do meu marido, sem eu ter até então colocado no blog... Me identificou com ênfase no post Sou... E sabe de detalhes que POUCAS pessoas que se encaixavam nos ítens acima sabem:
"colégio de freiras, colegio de alemães, "quase" faculdade de direito, faculdade de letras, comissária de empresa aerea japonesa, devo ter esquecido algo... e agora a Jeca Urbana que dá aula para pequenos"
"Quase faculdade de direito"?????
Quem guarda uma informação destas???????? Ah, meus suspeitos estavam na linha de identificação....
Aí começam os problemas..... Talvez ele queira me despistar, talvez eu esteja waaaayyyyy perdida, mas enfim...
-Usou a palavra "poesia" para designar "poema". Confusão natural para muitos, mas não para nenhum dos meus suspeitos..... Ambos saberiam a diferença entre poesia e poema.....
-Disse que "escreve muito mal".... Na verdade o único comentário em que escreveu mal foi este, de resto articulou idéias e palavras com maestria.... Este ponto acho que foi mesmo para despistar...
-Não gosta dos meus textos mais deprês, aqueles meio underground, meio trevas!
Dois suspeitos até agora:
Um deles escreve ainda mais negro que isso, já li um conto antigo dele e provavelmente ele gostaria destes posts... Béemmm!
O outro faria comentários mais diretos literariamente falando.
Difícil.....
Vou refazer a pergunta que fiz acima:
"Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?"
Neste caso talvez não.... Aqui, talvez o grande barato seja TENTAR descobrir quem é meu amigo secreto...
"A Jeca Urbana" não seria NADA sem meus leitores, amigos visuais e virtuais que lêem e comentam, ou apenas lêem. Amigos que entram tanto na página que a empresa bloqueou o blog, mas que mesmo assim arranjam cambistas que repassam os posts por e-mail... Amigos cujos blogs leio todos os dias, e outros que só acessam para ler a Jeca...
E não seria o mesmo sem o mistério do Tenho Dito!
A vida não é meio insossa sem mistério???
E se for mesmo quem estou pensando, um certo mistério sempre envolveu nossa amizade, não seria diferente aqui....
Não quero descobrir quem é meu amigo secreto! Se descobrir perdemos uma face bacana do "A Jeca Urbana".
Este ano, vou jogar fora o papelzinho com o nome!
E tenho dito!!!
Inté!
Update da limonada...
Amigos, precisei ir ao São Luis em SP pra fazer curativos... Estou com as duas mãos enfaixadas, com queimaduras de segundo grau!
Bolhas, bolhas... A doida da médica queria furar uma por uma, saí correndo...
Corri pra roça e fui a uma farmácia comprar as tais ataduras com "adaptic", feitas especialmente para queimaduras.
Claro que houve uma grande dificuldade em encontrar tal produto, mas jeca que é jeca ajuda outro jeca... O dono da farmácia ligou para todas as outras da cidade (convenhamos, não é taaanto trabalho assim, devem ser 6 ou 7...) e encontrou. Motoboy a caminho, e eu pagando minha conta...
Bom, aí a jequice pega!
"Moço, vocês aceitam cartão, né?"
"Pode serrrr cheque?"
"Pode, mas eu tô vendo as maquininhas do Visa!"
"Tsc, (pisca o olho) cheque é melhorrr, carrrrtão paga taxa, 'fai' o cheque memo..."
Pra que tecnologia se temos o bom e velho cheque! Estava vendo a hora que ele ia pedir sal, ou moedas de ouro...
Inté!
Bolhas, bolhas... A doida da médica queria furar uma por uma, saí correndo...
Corri pra roça e fui a uma farmácia comprar as tais ataduras com "adaptic", feitas especialmente para queimaduras.
Claro que houve uma grande dificuldade em encontrar tal produto, mas jeca que é jeca ajuda outro jeca... O dono da farmácia ligou para todas as outras da cidade (convenhamos, não é taaanto trabalho assim, devem ser 6 ou 7...) e encontrou. Motoboy a caminho, e eu pagando minha conta...
Bom, aí a jequice pega!
"Moço, vocês aceitam cartão, né?"
"Pode serrrr cheque?"
"Pode, mas eu tô vendo as maquininhas do Visa!"
"Tsc, (pisca o olho) cheque é melhorrr, carrrrtão paga taxa, 'fai' o cheque memo..."
Pra que tecnologia se temos o bom e velho cheque! Estava vendo a hora que ele ia pedir sal, ou moedas de ouro...
Inté!
terça-feira, dezembro 19, 2006
É pior do que pensava...
Gente, bad, mas very bad news....
Não foi o sol que acabou com minhas mãos..... Foi limão.....
A jeca toma limão em jejum pra desintoxicar, e no domingo não foi diferente...
Fiz meu suco, 4 limões, e corri pra lavar as mãos, bem lavadas, mas parece que não foi o suficiente...
Imaginem as bolhas que se formaram, né?...
Bom, paciência, mais uma lição aprendida...
Inté!
Homenagem!
Arca de Noé em Brasília
Acho que é desnecessário comentar a vergonhosa atitude dos NOSSOS (sim são NOSSOS, NÓS votamos neles!!!) representantes com relação a seus salários, né?
No entanto, hoje li na Folha a relação dos parlamentares que se colocaram imediatamente contra e assinaram os recursos no STF.
Não são perfeitos, mas acho que a atitude minimamente ética vale um esforço dos meus dedos queimados (agora já tenho bolhas...) e uma menção aqui.
Dos 513 deputados, os 9 livres deste dilúvio:
Fernando Gabeira e Chico Alencar, do Rio;
Mendes Thame, Luiza Erundina e Carlos Sampaio, de São Paulo;
Raul Jungmann e Roberto Freire, de Pernambuco;
Walter Pinheiro, da Bahia,
Renato Casagrande, do Espírito Santo.
Do Senado, os 4 com passagem para a Arca são:
Eduardo Suplicy, Jefferson Péres, Heloísa Helena e Cristovam Buarque.
Não sou ingênua, sei que desta vez eles dizem "Ufa", mas acho que de pouco em pouco podemos um dia chegar lá!
Se para estes guardei um elogio, para os outros mando esta foto como cartão de natal, para ver se eles dormem à noite. Inté!
foto: Olhares.com
No entanto, hoje li na Folha a relação dos parlamentares que se colocaram imediatamente contra e assinaram os recursos no STF.
Não são perfeitos, mas acho que a atitude minimamente ética vale um esforço dos meus dedos queimados (agora já tenho bolhas...) e uma menção aqui.
Dos 513 deputados, os 9 livres deste dilúvio:
Fernando Gabeira e Chico Alencar, do Rio;
Mendes Thame, Luiza Erundina e Carlos Sampaio, de São Paulo;
Raul Jungmann e Roberto Freire, de Pernambuco;
Walter Pinheiro, da Bahia,
Renato Casagrande, do Espírito Santo.
Do Senado, os 4 com passagem para a Arca são:
Eduardo Suplicy, Jefferson Péres, Heloísa Helena e Cristovam Buarque.
Não sou ingênua, sei que desta vez eles dizem "Ufa", mas acho que de pouco em pouco podemos um dia chegar lá!
Se para estes guardei um elogio, para os outros mando esta foto como cartão de natal, para ver se eles dormem à noite. Inté!
foto: Olhares.com
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Dividida...
foto: Olhares.com
Chegou tarde, sozinha. No elevador, se assustou com a mulher no espelho, pálida, cansada, triste... Em seu rosto, um fio de rímel que desceu dos olhos, provavelmente com as lágrimas que insistiram em cair... Não tinha forças...
Virou a chave e parou à porta. Respirou fundo, reuniu coragem e deu um passo. Não acendeu a luz, fazia aquele caminho escuro sempre que chegava tarde e já não mais batia nos poucos móveis.
Deitou-se como estava, o cheiro forte de cigarro passou para seus lençóis ainda desarrumados e só tirou os sapatos.
Salto agulha, ficava alta, imponente.
Sem eles não se sentia mulher.
Estava ali, despida de sua feminilidade, envolta numa fumaça de medo que a paralisava, quando o telefone tocou.
Virou os olhos, como se com o olhar pudesse fazê-lo parar, mas teve que responder.
Era a voz que não a deixava em paz. A voz que a perseguia como em sonho, e que a prendia na mesquinhez do cotidiano.
Queria pedir que se calasse, queria trocar o número, queria seguir em frente, mas não conseguia... O rímel continuava escorrido, e o salto agulha ali, ao pé da cama, pronto para sair em direção à voz...
Aquela voz lhe trazia sensações das quais não se libertava, e sem ela talvez não fosse mais a mesma...
Sentiu-se dividida, trançada...
Não queria mais ser a mesma. Queria acender a luz ao chegar e sorrir para a mulher do elevador.
Queria jogar os sapatos pela janela e andar descalça, queria não mais temer o telefone...
Bastava fechar os olhos, e ter coragem para mandar a voz embora...
Ela não foi...
E ela dormiu...
Chegou tarde, sozinha. No elevador, se assustou com a mulher no espelho, pálida, cansada, triste... Em seu rosto, um fio de rímel que desceu dos olhos, provavelmente com as lágrimas que insistiram em cair... Não tinha forças...
Virou a chave e parou à porta. Respirou fundo, reuniu coragem e deu um passo. Não acendeu a luz, fazia aquele caminho escuro sempre que chegava tarde e já não mais batia nos poucos móveis.
Deitou-se como estava, o cheiro forte de cigarro passou para seus lençóis ainda desarrumados e só tirou os sapatos.
Salto agulha, ficava alta, imponente.
Sem eles não se sentia mulher.
Estava ali, despida de sua feminilidade, envolta numa fumaça de medo que a paralisava, quando o telefone tocou.
Virou os olhos, como se com o olhar pudesse fazê-lo parar, mas teve que responder.
Era a voz que não a deixava em paz. A voz que a perseguia como em sonho, e que a prendia na mesquinhez do cotidiano.
Queria pedir que se calasse, queria trocar o número, queria seguir em frente, mas não conseguia... O rímel continuava escorrido, e o salto agulha ali, ao pé da cama, pronto para sair em direção à voz...
Aquela voz lhe trazia sensações das quais não se libertava, e sem ela talvez não fosse mais a mesma...
Sentiu-se dividida, trançada...
Não queria mais ser a mesma. Queria acender a luz ao chegar e sorrir para a mulher do elevador.
Queria jogar os sapatos pela janela e andar descalça, queria não mais temer o telefone...
Bastava fechar os olhos, e ter coragem para mandar a voz embora...
Ela não foi...
E ela dormiu...
30 anos de praia...
Sabe como brasileiro se acha rato de praia, né? Só por que nascemos em solo brasuca é como se trouxéssemos no DNA o gene da malandragem, areia no biquini e todo um jeito "cool" de se portar à beira mar...
Olhar aqueles gringos cheio de hipoglos na cara, as gringas de biquini dos anos 40 geralmente nos faz tecer aqueles comentários típicos, do tipo:
"Coitado, nunca viu praia antes"
"Nossa, que cara de coalhada", etc...
E quando você cruza com algum destes que fritaram um dia antes e estão rosa choque, tipo camarão, e você até sente a dor, o ardendo....
Você, claro, é brasileiro, jamais seria tão descuidado, afinal, tem 30 anos de praia....
E esses 30 anos de praia te ensinaram muitas coisas....
Lembro que quando era menor, minha mãe tinha sempre um vidro de Pasta D´água à mão, que era um alívio pra pele queimada... Não se usava FPS, e sempre ficávamos meio vermelhinhas....
Era chegar em casa, tomar banho e se besuntar daquela pasta com cheiro de menta, que gelava a pele...
Mas os anos passaram, e nós fomos adquirindo canja, jogo de cintura e viramos siri... Né???
Bom, eu achava que sim, até hoje de manhã.....
Ontem passei o dia no sol, sol de jeca, sabe?? forte pra caramba, céu azul...
Corpo protegido, rosto embaixo do boné, óculos escuros, tudo certo.....
Hoje acordei, quase corri pro hospital, achando que algum bicho muito venenoso mordeu minha mão direita! Não conseguia dobrar os dedos, uma dor insuportável, parece que trocaram minha mão pela do Faustão, de tão inchada que está...
Pensa, Jeca, pensa.... Não achei picada nenhuma...
"Por que está tão vermelha????"
"Por que está ardendo tanto???"
"Por que só a mão direita???"
30 anos de praia e mais uma lição...
A mão que passa protetor também precisa dele.....
e chega de digitar, a mão tá doendo muuuito.....
JECA GRINGA!!!!!!!
Inté!...
quinta-feira, dezembro 14, 2006
"Sua tarefa estava cumprida"
Hoje terminei a saga das Brumas de Avalon... Foi um mês e pouquinho totalmente mergulhada nas brumas, vivendo um tempo e um mundo mágico que não mais conhecemos, viciada na aura divina do livro...
Pra quem tem uma enorme dificuldade em definir o "divino", acabar a série de livros sentindo tal presença mostra bem o poder desta história.
A luta das sacerdotisas de Avalon para se manterem no novo mundo cristão, paternalista, em que as crenças primitivas começam a se apagar em nome do Deus Uno, em detrimento da Deusa Mãe me tocou de uma forma muito intensa, como discuti hoje com minha amiga Ivy (obrigada eternamente por suas palavras....). Não apenas pela beleza da obra, pelas imagens e pela visão feminina do mito do Rei Artur, mas por minha própria condição de mulher...
Acredito que toda mulher deveria passar pelo rito das Brumas. Sou ritualística ao extremo, e sinto que hoje passei por um...
É como se voltássemos ao tempo em que o feminino ditava as normas. Não a mulher, mas o feminino, que existe em todos nós. Nosso lado Vênus....
A ternura, a sensibilidade, a afeição, a tolerância. A justiça, o amor, a paz...
Falar do livro é falar da Deusa, que não é nenhum ser sobrenatural, mas vive em cada um de nós! A Deusa que esquecemos há séculos, quando resolveram nos dizer que ser feliz é ruim, que o prazer nos afasta da verdade.....
Que verdade?
Se a dor, a tristeza for a verdade, prefiro pecar, prefiro viver na mentira...
Quero a magia da Deusa, não imposta por ninguém, mas descoberta por mim.... A magia de ouvir meu coração, que está ferido de esquecimento... A magia do prazer e da tolerância...
Quero ver a Deusa nos homens reinar nosso mundo, de volta ao templo de onde foi expulsa...
Nós mesmos.....
Óóólha o cotovelo!!!
A Jeca voltou a se sentir urbana!
Numa simples fila de mercado!
Vou explicar...
Aprendi com o passar dos anos, que as pessoas criam seus “espaços de intimidade”, geralmente estabelecidos logo nos cumprimentos.
Se apertamos as mãos, nossa distância é média.
Se nos reverenciamos niponicamente, marcamos um limite grande e pouca intimidade.
Se somos brasileiros, nos beijamos ao dizer oi e tchau, diminuímos bem a distância e explodimos o contador mundial de intimidade. Somos mais abertos que mala velha!
Paulistas dão um, cariocas dois e gaúchos três, mas uma estalada na entrada e outra na saída é uma marca registrada nossa.
Mas mesmo assim há graus para isso.
Paulistano que é paulistano geralmente é mais reservado e preza seu espaço de segurança contra intimidade indesejada. Acostumados com a correria do dia a dia, com a violência e com a crescente individualização dos seres, somos um povo desconfiado, que não gosta de aproximações alienígenas.
Não concorda? Entre em um cinema vazio e sente-se ao lado da única pessoa que está ali, na sessão das 14 hs de terça feira. À medida que você for se aproximando ela já vai te olhar de lado, com o cenho franzido, prender a respiração e GARANTO que estará pensando:
“Esse maluco não vai sentar aqui perto, não, né??? O cinema está vazio!!”
E sim, contra todas as expectativas você se senta ali.
Conto um segundo pra ela disfarçar, pegar a pipoca e correr pra última fileira, onde ninguém mais a veja.
De acordo?
Bom, aqui na roça o lance é bem diferente. Primeiro, faça um teste, aí em Sampa. Ande pela Paulista, ou mesmo pelo shopping do seu bairro e ao invés de passar batido por todos, olhe nos olhos das pessoas, sorria e diga “oi”. Pra todos. Cinco minutos pro segurança do shopping começar a te seguir ou o guarda municipal da Paulista ficar de olho em você.
Aqui, pra eu ir até a farmácia, tenho que dizer “Ó” (sim, aqui não é oi, é “ó”, meio compridinho, “óóó”....) e amarelar um sorrisinho pra pelo menos 10 pessoas. E isso que eu nem sou da cidade, não conheço ninguém, imagina se eu fosse a filha do Chinelo... Aquele movimento "Free Hug" faria o maior sucesso aqui, ninguém teria problemas em abraçar estranhos... (postei o vídeo do movimento abaixo, vale o tempo que leva pra carregar...)
No início eu achava simpático isso, tentei entrar no clima, agora acho tudo meio creepy, se puder, saio de lenço, óculos escuros e se inevitável for, pego o carro pra ir à esquina.
O limite de intimidade também é diferente. Se tivesse cinema bom aqui, certamente eu veria 10 pessoas estranhas amontoadas na mesma fileira!
E a fila do mercado....
A dinâmica do mercado favorece o espaço de intimidade, não? Você fica atrás do seu carrinho, põe suas compras na esteira e fica no final delas, esperando o outro à sua frente acabar. Aí você passa para a frente, e o próximo está ali, bem posicionado, atrás do carrinho dele. Sim?
Não...
Estou eu, linda leve e solta na minha posição, meu carrinho não pode mais me proteger, pois já foi pra frente. Alguém funga no meu pescoço. Sinto o calor do campo energético do ser do meu lado! Três pessoas da mesma Família Tatu já passarm pra frente do carrinho, antes de eu sair! E estão COLADAS em mim!!!!! Eu olho feio, e os três, Sr. Tatu, Sra. Tatu e Tatuzinho sorriem.
Me sinto agredida, violada, quero meus direitos, quero meu espaço de volta. Isso não foi uma vez só, não! Há quase dois anos passo por isso cada vez que vou ao mercado.
Tanto que já desenvolvi uma técnica. Chegou muito perto eu ponho a mão na cintura e aponto o cotovelo na costela do ser. Ainda dou uma quebrada na cintura pra bater mais forte. Bolsa grande também ajuda, e se for comprar vassoura então, o estrago é maior!
Mas a do cotovelo é batata. Tatu´s Family te olha magoada, e dá um passo pra trás.... Mas cuidado, logo eles voltam por isso eu recomendo cotovelo sempre pronto pra agir!
"Óóólha o cotovelo!!!"
Inté!!
Numa simples fila de mercado!
Vou explicar...
Aprendi com o passar dos anos, que as pessoas criam seus “espaços de intimidade”, geralmente estabelecidos logo nos cumprimentos.
Se apertamos as mãos, nossa distância é média.
Se nos reverenciamos niponicamente, marcamos um limite grande e pouca intimidade.
Se somos brasileiros, nos beijamos ao dizer oi e tchau, diminuímos bem a distância e explodimos o contador mundial de intimidade. Somos mais abertos que mala velha!
Paulistas dão um, cariocas dois e gaúchos três, mas uma estalada na entrada e outra na saída é uma marca registrada nossa.
Mas mesmo assim há graus para isso.
Paulistano que é paulistano geralmente é mais reservado e preza seu espaço de segurança contra intimidade indesejada. Acostumados com a correria do dia a dia, com a violência e com a crescente individualização dos seres, somos um povo desconfiado, que não gosta de aproximações alienígenas.
Não concorda? Entre em um cinema vazio e sente-se ao lado da única pessoa que está ali, na sessão das 14 hs de terça feira. À medida que você for se aproximando ela já vai te olhar de lado, com o cenho franzido, prender a respiração e GARANTO que estará pensando:
“Esse maluco não vai sentar aqui perto, não, né??? O cinema está vazio!!”
E sim, contra todas as expectativas você se senta ali.
Conto um segundo pra ela disfarçar, pegar a pipoca e correr pra última fileira, onde ninguém mais a veja.
De acordo?
Bom, aqui na roça o lance é bem diferente. Primeiro, faça um teste, aí em Sampa. Ande pela Paulista, ou mesmo pelo shopping do seu bairro e ao invés de passar batido por todos, olhe nos olhos das pessoas, sorria e diga “oi”. Pra todos. Cinco minutos pro segurança do shopping começar a te seguir ou o guarda municipal da Paulista ficar de olho em você.
Aqui, pra eu ir até a farmácia, tenho que dizer “Ó” (sim, aqui não é oi, é “ó”, meio compridinho, “óóó”....) e amarelar um sorrisinho pra pelo menos 10 pessoas. E isso que eu nem sou da cidade, não conheço ninguém, imagina se eu fosse a filha do Chinelo... Aquele movimento "Free Hug" faria o maior sucesso aqui, ninguém teria problemas em abraçar estranhos... (postei o vídeo do movimento abaixo, vale o tempo que leva pra carregar...)
No início eu achava simpático isso, tentei entrar no clima, agora acho tudo meio creepy, se puder, saio de lenço, óculos escuros e se inevitável for, pego o carro pra ir à esquina.
O limite de intimidade também é diferente. Se tivesse cinema bom aqui, certamente eu veria 10 pessoas estranhas amontoadas na mesma fileira!
E a fila do mercado....
A dinâmica do mercado favorece o espaço de intimidade, não? Você fica atrás do seu carrinho, põe suas compras na esteira e fica no final delas, esperando o outro à sua frente acabar. Aí você passa para a frente, e o próximo está ali, bem posicionado, atrás do carrinho dele. Sim?
Não...
Estou eu, linda leve e solta na minha posição, meu carrinho não pode mais me proteger, pois já foi pra frente. Alguém funga no meu pescoço. Sinto o calor do campo energético do ser do meu lado! Três pessoas da mesma Família Tatu já passarm pra frente do carrinho, antes de eu sair! E estão COLADAS em mim!!!!! Eu olho feio, e os três, Sr. Tatu, Sra. Tatu e Tatuzinho sorriem.
Me sinto agredida, violada, quero meus direitos, quero meu espaço de volta. Isso não foi uma vez só, não! Há quase dois anos passo por isso cada vez que vou ao mercado.
Tanto que já desenvolvi uma técnica. Chegou muito perto eu ponho a mão na cintura e aponto o cotovelo na costela do ser. Ainda dou uma quebrada na cintura pra bater mais forte. Bolsa grande também ajuda, e se for comprar vassoura então, o estrago é maior!
Mas a do cotovelo é batata. Tatu´s Family te olha magoada, e dá um passo pra trás.... Mas cuidado, logo eles voltam por isso eu recomendo cotovelo sempre pronto pra agir!
"Óóólha o cotovelo!!!"
Inté!!
terça-feira, dezembro 12, 2006
Thelma e Louise
Férias chegando.... Que vontade pegar o carro, um lenço, e Louise....
O lugar? Praia!
O carro? Um conversível, pra combinar...
O lenço? Qualquer um que amarre bem os cabelos ao vento...
No banco de trás a muda de biquini e canga, protetor solar e um bom livro...
(hoje, o volume 4 das Brumas de Avalon, mas esse não vai durar... Levo também um do Cortázar e "O Idiota", do Dostoiévski)...
A música???ESTA!!!!! No último!!!
Survivor...
Uma das coisas mais interessantes de se conhecer outras culturas é saber como os povos comem. As peculiaridades culinárias podem ser divertidas e assustadoras, dependendo da sensibilidade de seu paladar...
Hoje, fazendo uma sobremesa de Grão de Bico (sim, um pavê de biscoito champange e creme de grão de bico) pensei nas comidas esquisitas que já provei na vida...
Sempre fui draga... minha mãe colocava a comida na frente e quem fizesse manha passava fome.
“Comida boa é a que está na mesa!”
Hoje sou vegetariana e como pouco (especialmente depois da vergonhosa sessão descrita no ALA: Associação dos Livrólatras Anônimos) mas experimento de tudo, sem maiores receios.
Muitos já sabem que maçã só entra na minha boca se for com sal! Vi isso, quando criança, em uma cena da novela Bambolê, e corri pra cozinha, nunca mais parei!
Mas isso foi antes das viagens, antes da fase Vasco da Gama dos ares...
Quando fiz intercâmbio, mais estranho que minha “irmã” germânica, só a sobremesa de iogurte e camarão que eles faziam! E talvez mais estranho que isso, é hoje eu salivar ao pensar naquilo....
Anos mais tarde, fui apresentada ao famoso doce de feijão japonês. Nos metrôs de Tóquio, há inúmeras barraquinhas que vendem tal sobremesa, e parecia muito apetitosa, envolta numa massa de arroz e açúcar. Nossa primeira tentativa foi frustradíssima, eu e minhas companheiras de sol nascente até tiramos foto de tal momento, o doce jogado no fundo do lixo, e nossas caras de desespero por tal heresia! Feijão doce......
Claro, que draga que é draga se acostuma até com pedra, e logo depois já estava eu viciada no bolinho suculento! Ainda hoje, que minha fase Japão já passou, me vejo correndo para a Liberdade atrás do doce, que um dia foi condenado pela inquisição do paladar...!!
Ainda lá, saboreei sorvete de batata doce e de chá verde! O de batata doce, por sinal, era ROXO!!!
De volta ao velho continente, na Espanha, um garçom nos ofereceu a “clara”, mistura de cerveja, suco de limão e AÇÚCAR! Sim, hoje já há no mercado mistura de cerveja e limão, mas aposto minha mão que não vem com açúcar! Olha, acho que foi a bebida mais deliciosa que já tomei, passei a viagem toda só a base de clara, e sempre que posso, mando ver limão e açúcar na Lieber!!!
Quem já foi pra Califórnia conhece o "The Stinking Rose", (a rosa fedorenta) um restaurante em que tudo é a base de alho! Ok, bife com alho, patê de alho, etc... Mas SORVETE DE ALHO???
Tem, e até que é gostoso!
Mas o episódio culinário mais intenso que vivi foi em um restaurante novaiorquino! Fomos jantar com os chefões da empresa, japoneses tradicionais carregados de pompa e cerimônia, até o saquê bater nos portôes do cérebro! À minha frente, o Poderoso Chefão! Conversa vai, saquê vem, o rosto do sansei ficando rosado, e pronto, ele foi com a minha cara! Chamou a garçonete e pediu A iguaria MOR do cardápio, especialmente para eu experimentar!
(a tropa japonesa da mesa faz “oooohhhhh!” e a tropa brasileira faz “viiiiiixxxeeee”)
Dali a pouco estava em meu prato! Ok, ufa, é apenas um ovo! Draga que é draga, sob os olhares ansiosos de todos, manda pra dentro...
Ah, até que não é ruim, é ovo!
Todos felizes, eu aliviada, até que um amigo me esclarece o que era aquilo...
Não era um ovo comum.... Era um ovo que havia ficado MESES enterrado, em terras especiais, tipo a trufa da classe dos ovos, até ficar no ponto de ser considerado uma iguaria!
Traduzindo em língua portuguesa: OVO PODRE!
Como já estava dentro, fiquei à espera das reações adversas, efeitos colaterais que viriam... E vieram, claro! Foi a noite mais mal dormida, sorte que eu morava sozinha e ninguém precisou dividir minha cama.....
Mas sobrevivi, e se precisar encarar outras estamos aí... Só não sei se conseguiria comer polvo vivo, como se come na Coréia, ou o famoso cérebro de macaco, do filme Faces da Morte...
Acho que vou me inscrever pro Survivor, ao menos naquelas provas de comer coisas estranhas eu acho que passava.....
Inté!
Hoje, fazendo uma sobremesa de Grão de Bico (sim, um pavê de biscoito champange e creme de grão de bico) pensei nas comidas esquisitas que já provei na vida...
Sempre fui draga... minha mãe colocava a comida na frente e quem fizesse manha passava fome.
“Comida boa é a que está na mesa!”
Hoje sou vegetariana e como pouco (especialmente depois da vergonhosa sessão descrita no ALA: Associação dos Livrólatras Anônimos) mas experimento de tudo, sem maiores receios.
Muitos já sabem que maçã só entra na minha boca se for com sal! Vi isso, quando criança, em uma cena da novela Bambolê, e corri pra cozinha, nunca mais parei!
Mas isso foi antes das viagens, antes da fase Vasco da Gama dos ares...
Quando fiz intercâmbio, mais estranho que minha “irmã” germânica, só a sobremesa de iogurte e camarão que eles faziam! E talvez mais estranho que isso, é hoje eu salivar ao pensar naquilo....
Anos mais tarde, fui apresentada ao famoso doce de feijão japonês. Nos metrôs de Tóquio, há inúmeras barraquinhas que vendem tal sobremesa, e parecia muito apetitosa, envolta numa massa de arroz e açúcar. Nossa primeira tentativa foi frustradíssima, eu e minhas companheiras de sol nascente até tiramos foto de tal momento, o doce jogado no fundo do lixo, e nossas caras de desespero por tal heresia! Feijão doce......
Claro, que draga que é draga se acostuma até com pedra, e logo depois já estava eu viciada no bolinho suculento! Ainda hoje, que minha fase Japão já passou, me vejo correndo para a Liberdade atrás do doce, que um dia foi condenado pela inquisição do paladar...!!
Ainda lá, saboreei sorvete de batata doce e de chá verde! O de batata doce, por sinal, era ROXO!!!
De volta ao velho continente, na Espanha, um garçom nos ofereceu a “clara”, mistura de cerveja, suco de limão e AÇÚCAR! Sim, hoje já há no mercado mistura de cerveja e limão, mas aposto minha mão que não vem com açúcar! Olha, acho que foi a bebida mais deliciosa que já tomei, passei a viagem toda só a base de clara, e sempre que posso, mando ver limão e açúcar na Lieber!!!
Quem já foi pra Califórnia conhece o "The Stinking Rose", (a rosa fedorenta) um restaurante em que tudo é a base de alho! Ok, bife com alho, patê de alho, etc... Mas SORVETE DE ALHO???
Tem, e até que é gostoso!
Mas o episódio culinário mais intenso que vivi foi em um restaurante novaiorquino! Fomos jantar com os chefões da empresa, japoneses tradicionais carregados de pompa e cerimônia, até o saquê bater nos portôes do cérebro! À minha frente, o Poderoso Chefão! Conversa vai, saquê vem, o rosto do sansei ficando rosado, e pronto, ele foi com a minha cara! Chamou a garçonete e pediu A iguaria MOR do cardápio, especialmente para eu experimentar!
(a tropa japonesa da mesa faz “oooohhhhh!” e a tropa brasileira faz “viiiiiixxxeeee”)
Dali a pouco estava em meu prato! Ok, ufa, é apenas um ovo! Draga que é draga, sob os olhares ansiosos de todos, manda pra dentro...
Ah, até que não é ruim, é ovo!
Todos felizes, eu aliviada, até que um amigo me esclarece o que era aquilo...
Não era um ovo comum.... Era um ovo que havia ficado MESES enterrado, em terras especiais, tipo a trufa da classe dos ovos, até ficar no ponto de ser considerado uma iguaria!
Traduzindo em língua portuguesa: OVO PODRE!
Como já estava dentro, fiquei à espera das reações adversas, efeitos colaterais que viriam... E vieram, claro! Foi a noite mais mal dormida, sorte que eu morava sozinha e ninguém precisou dividir minha cama.....
Mas sobrevivi, e se precisar encarar outras estamos aí... Só não sei se conseguiria comer polvo vivo, como se come na Coréia, ou o famoso cérebro de macaco, do filme Faces da Morte...
Acho que vou me inscrever pro Survivor, ao menos naquelas provas de comer coisas estranhas eu acho que passava.....
Inté!
domingo, dezembro 10, 2006
"Without her I don´t make sense"
Eu e meus filmes... Já fiz um post depois de ter chorado muito com Hotel Ruanda, e hoje me vejo aqui, de novo, do sofá pro blog....
"Em seu lugar" é filme sobre duas irmãs totalmente diferentes, que brigam muito, mas que não conseguem ver sentido na vida, uma sem a outra, me tirou o fôlego...
O grande Antônio Cândido disse que para se ver uma verdade, é muitas vezes preciso exagerá-la. Este filme faz isso. E eu me vi nele...
Eu sou a mais velha da dupla dinâmica em casa.
A mais velha vem com um estereótipo que nem sempre é errado: mais séria, mais responsável, mais chata, neurótica...
A mais nova, seguindo esta lógica, seria a comédia da família, a louquinha, a sangue bão, psicótica.....
Eu e minha irmã fazemos uma comparação que ilustra bem quem somos, ou pelo menos éramos na adolescência.
Se tivéssemos nascido nos anos 50, eu dançaria swing e ela iria aos shows do Elvis...
Nos anos 60, eu seria histérica pelos Beatles, e ela seria uma das fundadoras do movimento hippie...
Nos anos 70, lá estaria eu, cheia de lantejoulas nas discotecas e ela vendo o Jim Morrison ser preso em pleno show...
Mas de noite, iríamos uma pro quarto da outra contar os micos, chorar pelos foras e dar muita risada, no fim das contas...
E somos assim, até hoje... Nunca fomos de brigar, e parece que o tempo só nos une mais...
As diferenças amainaram, aprendemos muito com elas...
Minha irmã me ensinou a rir de mim mesma.... Eu a ensinei a ter a seriedade que certos momentos exigem...
Ela me ensinou a ser mais tolerante, mais humana e eu continuo ensinando ela a não ser tão ingênua com os outros...
Hoje até me chamam de hiponga, e ela de intelectual, pois passou no Mestrado na USP.....
É incrível o poder que existe por trás de um amor de irmã... São tantos momentos que seria humanamente impossível colocar aqui, claro...
Eu roendo suas unhas quando as minhas acabavam...
Nós duas dormindo uma no colo da outra nas longas viagens pra casa da minha avó...
Ela em cima de um palco, cantando "What´s going on" pela primeira vez em público, eu chorando de orgulho...
Nossas horas de dormir... Quanto papo maravilhoso no escuro da noite....
Eu indo morar no Japão e ela na Austrália, aquele momento de despedida nunca sairá do meu coração.....
"I carry your heart. I carry it in my heart!"
Tantas despedidas...
Tantos retornos....
Tantos momentos bons, e tão bons ombros e conselhos naqueles que deixaram por desejar...
Minha alma gêmea é minha metade mais alegre, mais bem humorada, mais pura.... Sem ela eu simplesmente seco, murcho, como flor sem vida, sem brilho...
Ou como tão bem disse uma das irmãs do filme:
"Without her I don´t make sense!"
...
Inté!
"Em seu lugar" é filme sobre duas irmãs totalmente diferentes, que brigam muito, mas que não conseguem ver sentido na vida, uma sem a outra, me tirou o fôlego...
O grande Antônio Cândido disse que para se ver uma verdade, é muitas vezes preciso exagerá-la. Este filme faz isso. E eu me vi nele...
Eu sou a mais velha da dupla dinâmica em casa.
A mais velha vem com um estereótipo que nem sempre é errado: mais séria, mais responsável, mais chata, neurótica...
A mais nova, seguindo esta lógica, seria a comédia da família, a louquinha, a sangue bão, psicótica.....
Eu e minha irmã fazemos uma comparação que ilustra bem quem somos, ou pelo menos éramos na adolescência.
Se tivéssemos nascido nos anos 50, eu dançaria swing e ela iria aos shows do Elvis...
Nos anos 60, eu seria histérica pelos Beatles, e ela seria uma das fundadoras do movimento hippie...
Nos anos 70, lá estaria eu, cheia de lantejoulas nas discotecas e ela vendo o Jim Morrison ser preso em pleno show...
Mas de noite, iríamos uma pro quarto da outra contar os micos, chorar pelos foras e dar muita risada, no fim das contas...
E somos assim, até hoje... Nunca fomos de brigar, e parece que o tempo só nos une mais...
As diferenças amainaram, aprendemos muito com elas...
Minha irmã me ensinou a rir de mim mesma.... Eu a ensinei a ter a seriedade que certos momentos exigem...
Ela me ensinou a ser mais tolerante, mais humana e eu continuo ensinando ela a não ser tão ingênua com os outros...
Hoje até me chamam de hiponga, e ela de intelectual, pois passou no Mestrado na USP.....
É incrível o poder que existe por trás de um amor de irmã... São tantos momentos que seria humanamente impossível colocar aqui, claro...
Eu roendo suas unhas quando as minhas acabavam...
Nós duas dormindo uma no colo da outra nas longas viagens pra casa da minha avó...
Ela em cima de um palco, cantando "What´s going on" pela primeira vez em público, eu chorando de orgulho...
Nossas horas de dormir... Quanto papo maravilhoso no escuro da noite....
Eu indo morar no Japão e ela na Austrália, aquele momento de despedida nunca sairá do meu coração.....
"I carry your heart. I carry it in my heart!"
Tantas despedidas...
Tantos retornos....
Tantos momentos bons, e tão bons ombros e conselhos naqueles que deixaram por desejar...
Minha alma gêmea é minha metade mais alegre, mais bem humorada, mais pura.... Sem ela eu simplesmente seco, murcho, como flor sem vida, sem brilho...
Ou como tão bem disse uma das irmãs do filme:
"Without her I don´t make sense!"
...
Inté!
sexta-feira, dezembro 08, 2006
"É meu!!!! Manhê......"
Hoje o noticiário político do nosso lindo país me chamou a atenção novamente.... As mesmas figurinhas.... Aquelas, que nós recolocamos em Brasília...
Sorteio de gabinetes, quórum total, lógico.... Acho que foi a única oportunidade que tínhamos para tirar uma foto de todos os canalhas juntos, daqui pra frente já era...
Enfim.... Como numa casa de bingo, moças bonitinhas sortearam os gabinetes e o pau comeu solto...
Nossos ilustres paulistanos Paulo Maluf e Clodovil (desculpem os palavrões)puderam escolher os seus gabinetes, um por já ter sido deputado e o outro pela idade... (sim, Clodo%$#@#$%) tem mais de 70 anos...) O resto ficou com os ossos lambidos...
Cena medieval... Segue o fim da notícia, tirada da Folha de hoje:
"O momento do sorteio em que a platéia mais se alvoroçou foi quando foi sorteado o nome do petista Juvenil Alves (MG), preso pela Polícia Federal acusado de lavagem de dinheiro. Juvenil, mais votado do PT mineiro, teve sorte: ficou com uma sala do Anexo 4, das mais cobiçadas.
As negociações antes do sorteio contaram com romaria de deputados à Diretoria-Geral da Casa. Alguns invocavam a família tradicional para obter privilégios. Houve ameaças de agressão.
Carlos Willian (PTC-MG) ameaçou ocupar uma sala. Desafiou colegas a serem "homens" para tirá-lo de lá."
"Manhê!!!!!!! Eles não querem me dar este gabinete, EU QUÉÉÉÉRÔÔÔ!!!!"
E são essas as criaturas que representam nosso pobre país....
Cadê a corda?...
Inté!!!
Sorteio de gabinetes, quórum total, lógico.... Acho que foi a única oportunidade que tínhamos para tirar uma foto de todos os canalhas juntos, daqui pra frente já era...
Enfim.... Como numa casa de bingo, moças bonitinhas sortearam os gabinetes e o pau comeu solto...
Nossos ilustres paulistanos Paulo Maluf e Clodovil (desculpem os palavrões)puderam escolher os seus gabinetes, um por já ter sido deputado e o outro pela idade... (sim, Clodo%$#@#$%) tem mais de 70 anos...) O resto ficou com os ossos lambidos...
Cena medieval... Segue o fim da notícia, tirada da Folha de hoje:
"O momento do sorteio em que a platéia mais se alvoroçou foi quando foi sorteado o nome do petista Juvenil Alves (MG), preso pela Polícia Federal acusado de lavagem de dinheiro. Juvenil, mais votado do PT mineiro, teve sorte: ficou com uma sala do Anexo 4, das mais cobiçadas.
As negociações antes do sorteio contaram com romaria de deputados à Diretoria-Geral da Casa. Alguns invocavam a família tradicional para obter privilégios. Houve ameaças de agressão.
Carlos Willian (PTC-MG) ameaçou ocupar uma sala. Desafiou colegas a serem "homens" para tirá-lo de lá."
"Manhê!!!!!!! Eles não querem me dar este gabinete, EU QUÉÉÉÉRÔÔÔ!!!!"
E são essas as criaturas que representam nosso pobre país....
Cadê a corda?...
Inté!!!
quinta-feira, dezembro 07, 2006
ALA: Associação dos Livrólatras Anônimos
(Eu, de pé, em frente ao grupo)
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
(Grupo, todos a uma só voz)
" Oi, Jeca!"
Alguém conhece algum grupo de apoio a livrólatras? É, é isso mesmo, não tem o alcóolatra? o chocólatra? as mulheres que amam de mais? Então, eu preciso de um grupo para livrólatras....
Já passei por um grupo de apoio destes, no talvez mais vergonhoso episódio da minha vida. Na época, jurei, em pacto de sangue, à amiga que me acompanhou, jamais contar tal mico, jurei levar aquela noite de inverno californiano para o túmulo, mas como já se vão quase 10 anos e sei que ambas superamos tal fase, vou dividir com vocês, sem citar o nome dela, claro...
Morava em Los Angeles, e junto com uma amiga, estávamos acima do peso... coisa de 6, 7 kilos... Aulas diárias de spinning, tentativas enganosas de dietas, nada resolvia, e as duas se entupiam de comida de avião e tentações norte americanas que pulavam das gôndolas do Ralph´s.
Um belo dia, a sublime idéia:
"Vamos a uma reunião dos comedores compulsivos!!! Somos nós, claro!!! Quem no mundo come mais que a gente???"
Yellow Pages, Blue Bus e lá estávamos nós, em um salão de igreja quase no centro de LA. Aí começa o mico.....
As duas garotas entram, com suas banhinhas ainda cabendo na calça, encontram um círculo de OBESOS mórbidos, que nos olham com certo estranhamento... Sentamos.
"Hi, I´m Jack, and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Jack!"
E Jack conta sua história... Resumindo: uma geladeira cheia por dia, falido por causa da comida, perdeu o emprego e a família devido ao vício...
NEXT!!
"Hi, I´m Linda and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Linda!"
Esta, no funeral de seu pai, acabou com todo o suprimento do buffet antes mesmo do corpo chegar..... Comida para 50 pessoas, na barriga dela... Em questão de horas...
NEXT!!!... Histórias escabrosas, medonhas, tristes... E eu pensando no pote de Ben and Jerry´s que eu tinha comido metade naquele dia..... Será que ia colar???
Chegou a nossa vez.... Acho que eles estavam loucos pra ouvir nossa história.... Pensei em inventar alguma coisa, tipo assaltante de supermercados, banheira cheia de sorvete, minha estranha mania de comer maçã com sal, mas ao olhar aquelas pessoas que REALMENTE tinham um problema, dei um sorrisinho tímido e disse que não estava à vontade para falar naquela noite....
"É muita emoção na primeira noite, sabe?...snif"
Minha amiga fez o mesmo....
Saímos de lá correndo, mudas no ônibus de volta...... Assim que descemos no nosso ponto, na bela Wilshire, a salvo, quebramos o silêncio vergonhoso e fizemos o pacto.
Claro que a realidade de nossa falta de capacidade de fazer um regime decente ficou claríssima e hoje as duas perderam os kilos extras e certamente se lembram daquele noite com um misto de vergonha e graça....
Rendeu boas risadas e um enorme aprendizado...
Mas ia falar dos livros.... Ah, por que isso sou mesmo! Livrólatra....
Do tipo que termina um livro maravilhoso e tem crise de abstinência. Vontade de correr pro túmulo do cara e exigir a continuação!
"Como Dostoiévski só escreveu 697 páginas no Os Demônios??? Só isso??? Como eu vou viver sem o Nikolai Vsivolódovitch???"
Tenho muito essa sensação, de tristeza profunda por que não vou mais fazer parte da vida daquelas personagens....
Como o Jack, certos livros também atrapalham minha vida....
Segunda feira comprei o terceiro volume das Brumas de Avalon, cujos dois primeiros devorei mês passado....
Hoje passei a TARDE TODA sentada lendo, até acabar!!! Roupa pra passar, faxina por fazer, dissertação por escrever e eu em Avalon, torcendo pra Morgana casar com o Acolon, querendo ir pra corte de Arthur dar uns tapas na chata da Gwynefer, maravilhada pela beleza do Lancelote.
Ao acabar o volume 2, meu marido e minha mãe ficaram muito preocupados, com sérias idéias de internação urgente, pois eu passei um dia no sítio falando com as árvores, agradecendo à Deusa pela jaboticaba, pela pitanga.... Ao menor sinal de repreensão deles, eu respondia:
"Eu sou a representação da Deusa, sou uma sacerdotisa de Avalon!
Amanhã SEM falta, tenho que procurar meu traficante, o sr. Saraiva, pra ter o quarto e último volume...
Último..... ai, calafrios....
Algúem sabe é o túmulo da Marion Zimmer Bradley????
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
"Oi, Jeca!"
Inté!
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
(Grupo, todos a uma só voz)
" Oi, Jeca!"
Alguém conhece algum grupo de apoio a livrólatras? É, é isso mesmo, não tem o alcóolatra? o chocólatra? as mulheres que amam de mais? Então, eu preciso de um grupo para livrólatras....
Já passei por um grupo de apoio destes, no talvez mais vergonhoso episódio da minha vida. Na época, jurei, em pacto de sangue, à amiga que me acompanhou, jamais contar tal mico, jurei levar aquela noite de inverno californiano para o túmulo, mas como já se vão quase 10 anos e sei que ambas superamos tal fase, vou dividir com vocês, sem citar o nome dela, claro...
Morava em Los Angeles, e junto com uma amiga, estávamos acima do peso... coisa de 6, 7 kilos... Aulas diárias de spinning, tentativas enganosas de dietas, nada resolvia, e as duas se entupiam de comida de avião e tentações norte americanas que pulavam das gôndolas do Ralph´s.
Um belo dia, a sublime idéia:
"Vamos a uma reunião dos comedores compulsivos!!! Somos nós, claro!!! Quem no mundo come mais que a gente???"
Yellow Pages, Blue Bus e lá estávamos nós, em um salão de igreja quase no centro de LA. Aí começa o mico.....
As duas garotas entram, com suas banhinhas ainda cabendo na calça, encontram um círculo de OBESOS mórbidos, que nos olham com certo estranhamento... Sentamos.
"Hi, I´m Jack, and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Jack!"
E Jack conta sua história... Resumindo: uma geladeira cheia por dia, falido por causa da comida, perdeu o emprego e a família devido ao vício...
NEXT!!
"Hi, I´m Linda and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Linda!"
Esta, no funeral de seu pai, acabou com todo o suprimento do buffet antes mesmo do corpo chegar..... Comida para 50 pessoas, na barriga dela... Em questão de horas...
NEXT!!!... Histórias escabrosas, medonhas, tristes... E eu pensando no pote de Ben and Jerry´s que eu tinha comido metade naquele dia..... Será que ia colar???
Chegou a nossa vez.... Acho que eles estavam loucos pra ouvir nossa história.... Pensei em inventar alguma coisa, tipo assaltante de supermercados, banheira cheia de sorvete, minha estranha mania de comer maçã com sal, mas ao olhar aquelas pessoas que REALMENTE tinham um problema, dei um sorrisinho tímido e disse que não estava à vontade para falar naquela noite....
"É muita emoção na primeira noite, sabe?...snif"
Minha amiga fez o mesmo....
Saímos de lá correndo, mudas no ônibus de volta...... Assim que descemos no nosso ponto, na bela Wilshire, a salvo, quebramos o silêncio vergonhoso e fizemos o pacto.
Claro que a realidade de nossa falta de capacidade de fazer um regime decente ficou claríssima e hoje as duas perderam os kilos extras e certamente se lembram daquele noite com um misto de vergonha e graça....
Rendeu boas risadas e um enorme aprendizado...
Mas ia falar dos livros.... Ah, por que isso sou mesmo! Livrólatra....
Do tipo que termina um livro maravilhoso e tem crise de abstinência. Vontade de correr pro túmulo do cara e exigir a continuação!
"Como Dostoiévski só escreveu 697 páginas no Os Demônios??? Só isso??? Como eu vou viver sem o Nikolai Vsivolódovitch???"
Tenho muito essa sensação, de tristeza profunda por que não vou mais fazer parte da vida daquelas personagens....
Como o Jack, certos livros também atrapalham minha vida....
Segunda feira comprei o terceiro volume das Brumas de Avalon, cujos dois primeiros devorei mês passado....
Hoje passei a TARDE TODA sentada lendo, até acabar!!! Roupa pra passar, faxina por fazer, dissertação por escrever e eu em Avalon, torcendo pra Morgana casar com o Acolon, querendo ir pra corte de Arthur dar uns tapas na chata da Gwynefer, maravilhada pela beleza do Lancelote.
Ao acabar o volume 2, meu marido e minha mãe ficaram muito preocupados, com sérias idéias de internação urgente, pois eu passei um dia no sítio falando com as árvores, agradecendo à Deusa pela jaboticaba, pela pitanga.... Ao menor sinal de repreensão deles, eu respondia:
"Eu sou a representação da Deusa, sou uma sacerdotisa de Avalon!
Amanhã SEM falta, tenho que procurar meu traficante, o sr. Saraiva, pra ter o quarto e último volume...
Último..... ai, calafrios....
Algúem sabe é o túmulo da Marion Zimmer Bradley????
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
"Oi, Jeca!"
Inté!
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Jeca Apresenta: A Revolta dos Pastéis de Nata
Agora vocês vão ter que me aguentar com uma nova descoberta.... Aprendi com minha amiga Mônica a postar videos.....
E como sou fanática pelo humor português do grupo A Revolta dos Pastéis de Nata, vou introduzir um aqui que acho ótimo!
Este é um comediante português se fazendo passar por um brasileiro (bem estereotipado, lógico), que sacaneia seus conterrâneos....
Lá no post "Sessão Homens na Vida das Mulheres: O amigo gay", tem o link para talvez o melhor dos videos deles, do Carlinhos, o machista gay, simplesmente hilário.
Mas esse é um bom começo, os caras são realmente engraçadíssimos....
Aumenta o som!
Inté!
E como sou fanática pelo humor português do grupo A Revolta dos Pastéis de Nata, vou introduzir um aqui que acho ótimo!
Este é um comediante português se fazendo passar por um brasileiro (bem estereotipado, lógico), que sacaneia seus conterrâneos....
Lá no post "Sessão Homens na Vida das Mulheres: O amigo gay", tem o link para talvez o melhor dos videos deles, do Carlinhos, o machista gay, simplesmente hilário.
Mas esse é um bom começo, os caras são realmente engraçadíssimos....
Aumenta o som!
Inté!
Sou...
Sacudindo a poeira, não quero deixar uma má notícia como top no Jeca! Assim, ressusitei um pequeno histórico pessoal....
Sou assim por que
-sou capricorniana
-sou filha de gaúcha
-e de português!
-aprendi a aprender com meus erros
-errei muito...
-amei muito
-perdi amigas
-e fiz outras...
-morei na Alemanha... em Tóquio, Los Angeles e Nova York
-desci de jipe o Morro da Cruz em Urubici, com chão de lama
-saí da missa no Santo Américo com 16 anos e nunca mais voltei
-me queimei demais no Hawaii
-Mochilei sozinha em Praga
-comi marzipã em Toledo
-e andei sozinha com o Fernando no Alhambra à noite.....
-apostei corrida na praça em Rothenburg
-e beijei na boca em Berlim......
-levei minha mãe pra Madrid
-e meu marido pra Sevilla.
-fiz guerra de neve no Central Park
-e me fingi de modelo para entrar em boate... (naquela época colava...)
-comi alfajor em Buenos Aires
-e levei muito tombo em Las Leñas
Sou assim por que
-tenho uma família esplêndida
-amigas do peito
-e marido maravilhoso
Sou assim por que
-ouço música irlandesa
- e cubana...
-Amo Botticelli
-e Bosch
-faço SwáSthya Yôga
-e sou vegetariana
-estudei Russo
-e Tupi
Sou assim por que
-leio muito.......
-leio Pepetela, Gabo, Cortázar, Dostoiévsky, Machado, Rosa... Mia Couto, Amós Oz, Primo Levi..... Bakhtin e Cândido...
-já fui poeta
-agora sou crítica
-e blogueira
Sou assim por que
-encontrei a magia do feminino nas Brumas de Avalon
-e chorei e amei com Morgana...
Sou assim por que
-faço terapia
-moro no interior
-mentalizo o que quero
-e sou um pouco mais poliana...
Sou assim por que
-não guardo mais rancor.....
-sou mais politizada
-e voto consciente!
Sou assim por que
-quero mudar o mundo
-começo com o meu...... Hoje.....
-Inté!
terça-feira, dezembro 05, 2006
Bad news...
Já que dividi a felicidade, divido uma tristeza....
O jequinha se assustou e hoje foi embora.....
Vou deixar os posts anteriores sobre o tema, e não desistirei!
Só que, da próxima vez, anunciarei depois dos 3 meses......
Bom, beijos a todos
Inté!
O jequinha se assustou e hoje foi embora.....
Vou deixar os posts anteriores sobre o tema, e não desistirei!
Só que, da próxima vez, anunciarei depois dos 3 meses......
Bom, beijos a todos
Inté!
Por que será???
Desde que eu anunciei a chegada de um herdeiro, esta imagem não pára de chegar ao meu e-mail... Por que será????
Então fiquei pensando nas expectativas que fazemos quando nos preparamos para criar um ser humano...
Lembro das várias expectativas que meus pais tinham com relação a mim e a minha irmã.... Coitados.....
Eu, desde o dia em que aprendi a programar o video cassete para gravar um filme de madrugada virei a futura "engenheira elétrica"... Até hoje, que já provei por A mais B que sou totalmente humanista e que não sei nada de matemática, se ouso consertar algum fio que está erroneamente colocado, pronto, ouço a famosa frase:
"Sempre falei, você devia ter sido engenheira elétrica!"
Minha irmã só não foi cantora lírica por que o Universo realmente não quis, por que o que foi investido na carreira artística da nêga não está no gibi! Ela até tentou, canta pra caramba, teve sua banda de forró e mandava super bem, mas o mar sempre a chamou e ela se tornou uma bióloga marinha que nos enche de orgulho.....
"Mas imagina ela, cantando no Municipal?"....
Resolvido isso, (ou não), talvez a maior expectativa da progenitora com relação às duas crias foi a mais frustrada: o sonho dela era ter filhas jogadoras de vôlei...... Tudo bem, não precisa ser vôlei, mas pelo menos atletas de ponta..... Qualquer coisa, desde que a casa ficasse recheada de uniformes com patrocínio, gel de carboidrato e muito gatorade.
Minha mãe é daquelas que não perdem um jogo de vôlei na tv.... Se ela está na cozinha e eu ou minha irmã zapeando os canais, temos que passar rapidíssimo pelo SportTv, por que ela ouve o eco da quadra, ou a bola quicando e grita:
"Põe no meu vôlei!"
Aí já era, a tv fica monopolizada....
E não é só seleção, não, que ela chama de "meus meninos"!
Ulbra e Chapecó tá valendo! E D. Dora é tão por dentro que xinga até o técnico do Suzano, sabe nomes e tabelas! É o Milton Neves da Liga!
Mas confesso, não é só ela, não..... Levando em conta as diferenças entre mim e minha irmã (que valem outro post só pra isso), me peguei trocando os seguintes e-mails com ela:
Meu pra ela, ao receber esta foto:
"hahaha, não sei porque tá todo mundo me mandando esse email, hahaha
não entendo, meu filho vai ser intelectual, vai ler Proust com 2 anos, não vai ter tempo de fazer essas barbaridades...."
A resposta:
"Até parece!!!! Tenho certeza que a mamãe falava que a gente ia ser atleta!! Sua filha (o) vai ser tipo Kamikase, vai gostar de queimar coisas e por conta desse gosto vai se tormar artista plástica, vai se revoltar de estudar no Porto Seguro e vai querer mudar para uma escola do estado, onde os amigos dela estudam.. vai ser estilo comunista e vai trazer sempre um bando para almoçar na sua casa.. é, vc vai ficar careca cedo..."
Agora ouço minha mãe, tentando na segunda geração:
"Minha neta vai ser jogadora de vôlei"
e meu sogro, divagando sozinho, no dia em que descobriu que vai ser avô:
"Tenho que me cuidar se quiser jogar tênis com meu neto... Ele vai ser um grande jogador de tênis...!"
Então fiquei pensando nas expectativas que fazemos quando nos preparamos para criar um ser humano...
Lembro das várias expectativas que meus pais tinham com relação a mim e a minha irmã.... Coitados.....
Eu, desde o dia em que aprendi a programar o video cassete para gravar um filme de madrugada virei a futura "engenheira elétrica"... Até hoje, que já provei por A mais B que sou totalmente humanista e que não sei nada de matemática, se ouso consertar algum fio que está erroneamente colocado, pronto, ouço a famosa frase:
"Sempre falei, você devia ter sido engenheira elétrica!"
Minha irmã só não foi cantora lírica por que o Universo realmente não quis, por que o que foi investido na carreira artística da nêga não está no gibi! Ela até tentou, canta pra caramba, teve sua banda de forró e mandava super bem, mas o mar sempre a chamou e ela se tornou uma bióloga marinha que nos enche de orgulho.....
"Mas imagina ela, cantando no Municipal?"....
Resolvido isso, (ou não), talvez a maior expectativa da progenitora com relação às duas crias foi a mais frustrada: o sonho dela era ter filhas jogadoras de vôlei...... Tudo bem, não precisa ser vôlei, mas pelo menos atletas de ponta..... Qualquer coisa, desde que a casa ficasse recheada de uniformes com patrocínio, gel de carboidrato e muito gatorade.
Minha mãe é daquelas que não perdem um jogo de vôlei na tv.... Se ela está na cozinha e eu ou minha irmã zapeando os canais, temos que passar rapidíssimo pelo SportTv, por que ela ouve o eco da quadra, ou a bola quicando e grita:
"Põe no meu vôlei!"
Aí já era, a tv fica monopolizada....
E não é só seleção, não, que ela chama de "meus meninos"!
Ulbra e Chapecó tá valendo! E D. Dora é tão por dentro que xinga até o técnico do Suzano, sabe nomes e tabelas! É o Milton Neves da Liga!
Mas confesso, não é só ela, não..... Levando em conta as diferenças entre mim e minha irmã (que valem outro post só pra isso), me peguei trocando os seguintes e-mails com ela:
Meu pra ela, ao receber esta foto:
"hahaha, não sei porque tá todo mundo me mandando esse email, hahaha
não entendo, meu filho vai ser intelectual, vai ler Proust com 2 anos, não vai ter tempo de fazer essas barbaridades...."
A resposta:
"Até parece!!!! Tenho certeza que a mamãe falava que a gente ia ser atleta!! Sua filha (o) vai ser tipo Kamikase, vai gostar de queimar coisas e por conta desse gosto vai se tormar artista plástica, vai se revoltar de estudar no Porto Seguro e vai querer mudar para uma escola do estado, onde os amigos dela estudam.. vai ser estilo comunista e vai trazer sempre um bando para almoçar na sua casa.. é, vc vai ficar careca cedo..."
Agora ouço minha mãe, tentando na segunda geração:
"Minha neta vai ser jogadora de vôlei"
e meu sogro, divagando sozinho, no dia em que descobriu que vai ser avô:
"Tenho que me cuidar se quiser jogar tênis com meu neto... Ele vai ser um grande jogador de tênis...!"
É... Giba e Federer que se cuidem.....
Inté!
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Sessão "Homens na vida das mulheres parte IV: O amigo Gay"
Vou lutar para colocar um artigo no Estatuto da Mulher:
"Art. 24.
Toda mulher tem o direito a um amigo gay!"
Não é preconceito contra os amigos heterossexuais, não, mas um bom amigo gay tem qualidades que jamais nenhum heterossexual terá, nem mesmo o Sensível 10!
Em primeiro lugar, ele possui um senso de moda muitas vezes mais apurado que qualquer amiga sua! Vá às compras com ele, peça opinião, e mais: ele vai ADORAR um programa de uma tarde inteira no shopping, não vai ficar na porta da loja esperando você acabar logo para irem embora!
Mais que isso, ele possui uma sinceridade masculina, sem o medo que o hetero tem de dizer algo que se vire contra ele.
Se seu amigo hetero diz "Está linda" você acha que ele quer se livrar logo e ir embora.
Se ele diz "Não gostei, te deixa gorda" você entra em greve com ele, imediatamente. Seja de palavras seja de outra coisa!
Se você entrar nesse jogo com seu amigo gay ele logo te dá uma reposta ácida, do tipo
"Ué, Racha, você perguntou agora aguenta a resposta!!".
E se é pra elogiar, nada de elogios mornos, não... É sempre:
"MARAVILHOSA!!!"
"DIVINA!!!!!!"
"SOBERBA!!!"
e o eterno
"TUUUUUUUUUDDDDOOOOOOO!!!"
Melhor que isso não tem!
Amigo gay é excelente pra falar sobre seus sentimentos. Conversar com suas amigas sempre resulta numa longa especulação sobre o que se passa na cabeça do homem, afinal de contas, são duas mulheres tentando entender um cérebro banhado de testosterona, algo fora da nossa alçada. Seu amigo gay possui este cérebro, e sempre pode trazer insights maravilhosos sobre o assunto. Consulte-o!
Vai sair de balada? Está a fim de dar muita risada, dançar e não ter que ficar se esquivando de cantadas furadas???? Ele é sua companhia ideal!
Número 1: Ele possui geralmente um senso de humor absurdo, dificilmente você encontra um gay rabugento! Meus anos de aviação me comprovaram isso, mal humor era algo raro!
Número 2: Ele A-M-A dançar! No fim da noite é você quem terá que arrastá-lo pra fora, pois se deixar, ele fica até de manhã... E mais, ele não terá vergonha nenhuma de fazer a coreografia do Y M C A!!! Nem de subir no palco e fazer a dancinha sexy com você!!!Diversão garantida!!
Número 3: Na hora que algum chato incoveniente chegar chegando, pode apostar que ele saberá te defender como se deve. Orientação sexual não muda o gênero, ele é homem e sabe falar grosso! Se precisar ele entra na sua frente e você não vai nem reconhecê-lo!!
(falo isso por experiência própria. No avião, virava e mexia precisávamos de alguma ajuda mais forte, e eles sempre estavam lá, pro que desse e viesse!)
Mas o mais importante, claro, são sempre as boas risadas que vocês darão juntos! É impagável ir a um shopping com um amigo gay de quase 2 metros de altura, pinta de galã, e ouví-lo se dirigir a um indivíduo qualquer, no bom estilo Carlinhos, e dizer, ao pé do ouvido do desavisado, com aquele vozeirão:
"Ôôôôii Lanche...."
Inesquecível!
Inté!
"Art. 24.
Toda mulher tem o direito a um amigo gay!"
Não é preconceito contra os amigos heterossexuais, não, mas um bom amigo gay tem qualidades que jamais nenhum heterossexual terá, nem mesmo o Sensível 10!
Em primeiro lugar, ele possui um senso de moda muitas vezes mais apurado que qualquer amiga sua! Vá às compras com ele, peça opinião, e mais: ele vai ADORAR um programa de uma tarde inteira no shopping, não vai ficar na porta da loja esperando você acabar logo para irem embora!
Mais que isso, ele possui uma sinceridade masculina, sem o medo que o hetero tem de dizer algo que se vire contra ele.
Se seu amigo hetero diz "Está linda" você acha que ele quer se livrar logo e ir embora.
Se ele diz "Não gostei, te deixa gorda" você entra em greve com ele, imediatamente. Seja de palavras seja de outra coisa!
Se você entrar nesse jogo com seu amigo gay ele logo te dá uma reposta ácida, do tipo
"Ué, Racha, você perguntou agora aguenta a resposta!!".
E se é pra elogiar, nada de elogios mornos, não... É sempre:
"MARAVILHOSA!!!"
"DIVINA!!!!!!"
"SOBERBA!!!"
e o eterno
"TUUUUUUUUUDDDDOOOOOOO!!!"
Melhor que isso não tem!
Amigo gay é excelente pra falar sobre seus sentimentos. Conversar com suas amigas sempre resulta numa longa especulação sobre o que se passa na cabeça do homem, afinal de contas, são duas mulheres tentando entender um cérebro banhado de testosterona, algo fora da nossa alçada. Seu amigo gay possui este cérebro, e sempre pode trazer insights maravilhosos sobre o assunto. Consulte-o!
Vai sair de balada? Está a fim de dar muita risada, dançar e não ter que ficar se esquivando de cantadas furadas???? Ele é sua companhia ideal!
Número 1: Ele possui geralmente um senso de humor absurdo, dificilmente você encontra um gay rabugento! Meus anos de aviação me comprovaram isso, mal humor era algo raro!
Número 2: Ele A-M-A dançar! No fim da noite é você quem terá que arrastá-lo pra fora, pois se deixar, ele fica até de manhã... E mais, ele não terá vergonha nenhuma de fazer a coreografia do Y M C A!!! Nem de subir no palco e fazer a dancinha sexy com você!!!Diversão garantida!!
Número 3: Na hora que algum chato incoveniente chegar chegando, pode apostar que ele saberá te defender como se deve. Orientação sexual não muda o gênero, ele é homem e sabe falar grosso! Se precisar ele entra na sua frente e você não vai nem reconhecê-lo!!
(falo isso por experiência própria. No avião, virava e mexia precisávamos de alguma ajuda mais forte, e eles sempre estavam lá, pro que desse e viesse!)
Mas o mais importante, claro, são sempre as boas risadas que vocês darão juntos! É impagável ir a um shopping com um amigo gay de quase 2 metros de altura, pinta de galã, e ouví-lo se dirigir a um indivíduo qualquer, no bom estilo Carlinhos, e dizer, ao pé do ouvido do desavisado, com aquele vozeirão:
"Ôôôôii Lanche...."
Inesquecível!
Inté!
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Não é de chorar?....
A sensibilidade se aguça com cada coisa, viu?....
Olhando um fotolog esplêndido de um querido amigo, o Marcelo, vi essa cena que me emocionou muito......
Olhando um fotolog esplêndido de um querido amigo, o Marcelo, vi essa cena que me emocionou muito......
Fala a verdade, não é de chorar?......
Bom fim de semana
Inté!!!
quinta-feira, novembro 30, 2006
Jeca News...
Como já anunciado por outros meios eletrônicos, como o blog do queridíssimo Gastón, o Jeca News tem o prazer de comunicar a chegada, ainda em forma de zigoto, de um futuro Jequinha..... Zigoto, pois ainda nem é embrião, só se torna embrião semana que vem, quando o coraçãozinho começar a pulsar.....
5 semanas é cedo pra a anúncios, mas a ansiedade do mundo não permite segredos muito longos, então resolvi postar esse momento tão importante em nossas vidas....
O interessante é observar a mudança no comportamento das pessoas, especialmente da família e mais especificamente dos membros femininos do clã....
Olhos se enchem de lágrimas, vozes embargam e de repente, seu umbigo passa a ser um canal de comunicação com as profundezas do seu corpo.
(algo que, para mim, é um martírio, uma vez que eu possuo uma desesperadora aflição de umbigo... não consigo nem colocar meu dedo nele, quiçá superar a enorme proximidade de narizes naquela região delicada.....)
Você olha de cima cabeças se grudarem na sua barriga e buscarem algum contato de terceiro grau com algo do tamanho de um grão de arroz que está ali.... Neste estágio, o máximo que conseguirão é com o grão de arroz que eu comi no almoço, só....
O conteúdo do meu intestino deve estar estranhando, nunca recebeu tanta atenção na vida..... Deve estar se achando O melhor bolo fecal do universo.... Isso por que mesmo sendo mulheres, todas se esquecem que o útero fica bem abaixo do umbigo, e acabam falando mesmo com o churrasco de domingo.
Bom, tá valendo...
O que importa é que um estado de gravidez mexe com todos, tias, tios, avós, amigos próximos, leitores, alunos..... O milagre da vida é instintivo em qualquer ser humano, e por isso emociona tanto...
Que continuem falando com o jantar de ontem, logo logo a Madalena ou o Romeo vão escutar, e aí sim, a comunicação terá sido feita, e Jequinha poderá sentir todo o amor que o receberá quando chegar de vez, em julho....
E até lá, segura coração!
Inté!
terça-feira, novembro 28, 2006
A foto........
Bom, depois de muito pensar nos estragos que poderia causar ao publicar essa relíquia de família, depois de pesar prós e contras, fiquei com o único pró possível: as risadas.... Olhe bem, e se você sobreviver, se sua retina não ficar danificada eu vou contar um pouco sobre esse pedaço de papel que se reproduziu como um pequeno Gremlin na família da Jeca....
Que atire a primeira pedra aquelas que, tendo mais de 27 anos, nunca tiveram o corte da moda do início dos anos 80, que, ao contrário do que muitos imaginam, não foi inspirado pela dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, e sim pela atriz Malu Mader em alguma novela da remota época.
Pela nossa cara, naturalmente nos sentíamos lindas..... Eu me lembro de que o barato desse repicado era um "tique" que o acompanhava, que consistia em passar a mão no sentido testa-fundo para ver se o topo da cabeça ficava arrepiado, tipo Cebolinha.... Eu adorava, e lembro de ter pedido para cortar o cabelo assim.....
O problema é que minha mãe deixou......
Na verdade, o grande problema foi ela ter nos levado especialmente a um fotógrafo para registrar o desastre......
Mais ainda, o problema real foi ela ter feito INÚMERAS cópias desse documento agnóstico e literalmente distribuído na família...... Minha avó chegou ao cúmulo de mandar fazer um pôster e o tem até hoje na sala......
Lembro que recobrei os sentidos rapidamente, e assim que o corte cresceu, comecei minha incessante busca a todas as provas de tamanho atentado contra a beleza. Rasguei várias fotos, mas elas não paravam de aparecer.
A adolescência chegou, e os namorados começaram a vir..... Não satisfeita em servir bolo e lanche para eles, a senhora mãe da Jeca fazia questão de mostrar a foto.....
"Olha, que bonitinha..."
E pronto, a crise estava instaurada..... Um ex namorado da minha irmã levou uma cópia com ele, e uma amiga dela ATÉ HOJE a tem no mural do quarto.... Deve servir de repelente, no mínimo...
Ela ficou conhecidíssima pelos que freqüentam nosso clã, e ganhou o apelido de "foto Chitãozinho e Xororó".
Devo acrescentar que quem mais sofreu com a moda do repicado dos anos 80 não fui eu..... Meu cabelo é bem liso e cresce rápido, mas a minha amada irmã...... Como você pode constatar, o cabelo dela ganhou um ar de "juba", que a acompanhou por muitos anos na infância. E era sofrido, por que o cabelo era enorme mas ela muito magra e comprida.
Até o dia em que nossa progenitora descobriu que cabelos cacheados não se penteiam com ESCOVA, mas com pente de dente largo...... Aí sim, foi como colocar óculos em criança míope..... Foi uma descoberta de mundo pra ela. Acho que o trauma foi tão grande que ela jamais cortou o cabelo em corte diferente, tem a mesma cabeleira linda e cacheada desde então.....
Mas enfim, eram os anos 80..... Tudo era possível e aceitado..... A chapinha não existia e ainda não havíamos entrado em linha de produção para ficarmos todas com a mesma cara: loiras prata, lisas e peitudas. Os anos 80 foram do exagero, das ombreiras, das calças bag, dos brincos de plástico e das polainas.
Até que nossos cabelos à la dupla sertaneja não estavam tão fora assim......
Inté!
Que atire a primeira pedra aquelas que, tendo mais de 27 anos, nunca tiveram o corte da moda do início dos anos 80, que, ao contrário do que muitos imaginam, não foi inspirado pela dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, e sim pela atriz Malu Mader em alguma novela da remota época.
Pela nossa cara, naturalmente nos sentíamos lindas..... Eu me lembro de que o barato desse repicado era um "tique" que o acompanhava, que consistia em passar a mão no sentido testa-fundo para ver se o topo da cabeça ficava arrepiado, tipo Cebolinha.... Eu adorava, e lembro de ter pedido para cortar o cabelo assim.....
O problema é que minha mãe deixou......
Na verdade, o grande problema foi ela ter nos levado especialmente a um fotógrafo para registrar o desastre......
Mais ainda, o problema real foi ela ter feito INÚMERAS cópias desse documento agnóstico e literalmente distribuído na família...... Minha avó chegou ao cúmulo de mandar fazer um pôster e o tem até hoje na sala......
Lembro que recobrei os sentidos rapidamente, e assim que o corte cresceu, comecei minha incessante busca a todas as provas de tamanho atentado contra a beleza. Rasguei várias fotos, mas elas não paravam de aparecer.
A adolescência chegou, e os namorados começaram a vir..... Não satisfeita em servir bolo e lanche para eles, a senhora mãe da Jeca fazia questão de mostrar a foto.....
"Olha, que bonitinha..."
E pronto, a crise estava instaurada..... Um ex namorado da minha irmã levou uma cópia com ele, e uma amiga dela ATÉ HOJE a tem no mural do quarto.... Deve servir de repelente, no mínimo...
Ela ficou conhecidíssima pelos que freqüentam nosso clã, e ganhou o apelido de "foto Chitãozinho e Xororó".
Devo acrescentar que quem mais sofreu com a moda do repicado dos anos 80 não fui eu..... Meu cabelo é bem liso e cresce rápido, mas a minha amada irmã...... Como você pode constatar, o cabelo dela ganhou um ar de "juba", que a acompanhou por muitos anos na infância. E era sofrido, por que o cabelo era enorme mas ela muito magra e comprida.
Até o dia em que nossa progenitora descobriu que cabelos cacheados não se penteiam com ESCOVA, mas com pente de dente largo...... Aí sim, foi como colocar óculos em criança míope..... Foi uma descoberta de mundo pra ela. Acho que o trauma foi tão grande que ela jamais cortou o cabelo em corte diferente, tem a mesma cabeleira linda e cacheada desde então.....
Mas enfim, eram os anos 80..... Tudo era possível e aceitado..... A chapinha não existia e ainda não havíamos entrado em linha de produção para ficarmos todas com a mesma cara: loiras prata, lisas e peitudas. Os anos 80 foram do exagero, das ombreiras, das calças bag, dos brincos de plástico e das polainas.
Até que nossos cabelos à la dupla sertaneja não estavam tão fora assim......
Inté!
sexta-feira, novembro 24, 2006
Dividindo Poesia III...
Baile de Máscaras
Rostos cobertos por mistério
Percorrem o salão
Em busca da sensualidade dos lábios
E da excitação dos olhares.
O pobre pierrot já não tem lugar
Em meio à loucura da carne.
Ainda assim
Românticos perdidos
Procuram seus pares
Por trás dos adornos.
Querendo distinguir-se
através do brilho de seus olhares,
Misturam-se à perversão, e iniciam sua caça.
Sorrisinhos
Galanteios
Olhares...
Tudo igual!
A colombina confunde o amor...
Termina nos braços de um tal Juan, que se diz Dom
E apaixonado.
O pierrot chora
E sua colombina termina seu baile
Sem tirar a máscara de seu par
Iludida
Amando a loucura
Sem saber.
Vazia
E só.
quinta-feira, novembro 23, 2006
Olhar infantil...
Mário Quintana escreve na Jeca:
"O disfarce
Cansado da sua beleza angélica, o Anjo vivia ensaiando caretas diante do espelho.
Até que conseguiu a obra-prima do horror.
Veio, assim, dar uma volta pela Terra.
E Lili, a primeira meninazinha que o avistou, pôs-se a gritar da porta para dentro de casa:
'Mamãe! Mamãe! Venha ver como o Frankenstein está bonito hoje!'"
Como nos falta esse olhar, não?....... Obrigada Quintana....
Inté!
"O disfarce
Cansado da sua beleza angélica, o Anjo vivia ensaiando caretas diante do espelho.
Até que conseguiu a obra-prima do horror.
Veio, assim, dar uma volta pela Terra.
E Lili, a primeira meninazinha que o avistou, pôs-se a gritar da porta para dentro de casa:
'Mamãe! Mamãe! Venha ver como o Frankenstein está bonito hoje!'"
Como nos falta esse olhar, não?....... Obrigada Quintana....
Inté!
terça-feira, novembro 21, 2006
"Vamos celebrar nosso governo, e nosso Estado que não é Nação..."
Foi exatamente isso que senti nesse feriado.....
Além de triste, é hipócrita.....
Quero o dia da Consicência Amarela! O dia da Consciência Judaica, Muçulmana...
Quero o Dia da Consciência Gay, o dia da Consciência do Deficiente Físico...
Nem o Dia do Índio é feriado!!! A Natureza não ganhou feriado....
Querem acabar com o preconceito??? Acabem com essa cena típica, que o Angeli mostrou tão bem na charge...
"Vamos festejar a estupidez humana, a estupidez, de todas as nações...."
Inté!
Além de triste, é hipócrita.....
Quero o dia da Consicência Amarela! O dia da Consciência Judaica, Muçulmana...
Quero o Dia da Consciência Gay, o dia da Consciência do Deficiente Físico...
Nem o Dia do Índio é feriado!!! A Natureza não ganhou feriado....
Querem acabar com o preconceito??? Acabem com essa cena típica, que o Angeli mostrou tão bem na charge...
"Vamos festejar a estupidez humana, a estupidez, de todas as nações...."
Inté!
segunda-feira, novembro 20, 2006
Melhor que isso... Só dois disso...
Melhor que um delicioso picolé de milho verde do Rochinha é acabar e ver que o palito é premiado..... Então, sair correndo e devorar mais um... de coco....
A vida é bela, e fica mais bela a cada dia......
Inté!
A vida é bela, e fica mais bela a cada dia......
Inté!
Sessão "Homens na vida das mulheres parte III: O Sensível"
Todas nós, que passamos dos 25 (há algum tempo...) já tivemos na vida um Sensível... Geralmente não dura muito, mas faz parte do conhecimento do gênero oposto. E hoje fiquei pensando que, apesar da nossa conhecida superioridade no que se refere a dons de comunicação, nós vimos nos expressando erroneamente há muito tempo. Quando perguntam a clássica:
“Como seria, pra você, o homem ideal?”
Nós, talvez por já haver um modelo timbrado e com firma reconhecida de resposta, soltamos a pérola:
“Ah, inteligente, charmoso (nem precisa ser bonito, homem tem que ter charme), esforçado, e ...... sensível”
Mentira nossa.... Sinto muito ser tão direta assim, mas é mentira nossa... Se não mentira, pelo menos grave erro de comunicação, pois alguns homens têm acreditado nisso, e de acordo com meus anos de estrada, os que caíram nesse papo pra boi dormir se deram mal. Ou sumiram da vida da mulher ou viraram melhor amigo. Tô mentindo????? Fala aí??? É mentira minha???
O sensível que eu tive, foi embora aos prantos, dele e da minha mãe, que dizia:
“ele é tão bonzinho, não faz isso com ele... pobrezinho, sua bruxa malvada, você não vai encontrar nunca alguém como ele”
Ufa, ainda bem que praga de mãe pega....
Ele ainda voltou dias depois com uma carta liiiiinda... Guardo a carta até hoje, mas dele não restou nem o pó... NEXT!
Quem tiver a sorte de ter acompanhado o melhor “blog” televisivo da História, o Sex and The City se lembra do Skipper...... Menino bonzinho (urgh!!) de lindos cabelos cacheados, óculos intelectuais e uma sensibilidade absolutamente enjoativa que afastou a madura Miranda com infinitos telefonemas e uma carência quase filial.....
Não que uma dose razoável de sensibilidade vá transformar o homem no “ultimate mala” que é a personagem do seriado, mas a partir dele, desenvolvi uma ferramenta de análise que pode ajudar, em muito, a compreender esse fenômeno:
A Escala Skipper. Não temos a Escala Richter, para terremotos? Teremos uma para a sensibilidade masculina, pronto, podemos, temos esse direito.
Então vamos lá, se você tem menos de 18 anos, mude de canal. Se 18 pra você já significa apenas o número de contas a pagar, penduradas na geladeira, pode continuar.....
Sensível 10 na Escala Skipper:
Ótimo para pôr do sol na praia, para você mostrar seu último poema e nunca vai rir se você chorar até virar do avesso numa sessão de Pretty Woman, pois ele vai chorar mais que você.
No entanto, na cama ele ganha nota inversamente proporcional à da Escala Skipper: Sexo com ele é "0". Cheio de nhenhenhém, morrrrrre de medo de te desrespeitar, entra numas de declamar poemas sobre sua linda alma no meio da coisa e te pergunta se está te machucando a cada 5 minutos. Vai te abraçar por horas mesmo no meio do verão mais suarento, e te ligar a cada hora no dia seguinte.
Sensível "0" na Escala Skipper:
O famoso machão..... ótimo pra trocar pneu, consertar a gaveta que emperrou e acabar com aquele estoque de cerveja que sobrou do churras de domingo.
Na cama, sua nota coincide com a da Escala Skipper: "0" pra ele também, claro.
Brutamontes, nem percebe que você está ali, e não entende bem como funciona aquele corpo que ele insiste em deixar embaixo do dele...... Você e a boneca inflável são a mesma coisa, e se bobear ele vai curtí-la mais que você, já que ela não reclama.
No dia seguinte troca seu nome, ou pior, te chama de “fia” ou muié” e se você der sorte, some e nunca mais aparece. Tomara......
Sensível 6,5 na Escala Skipper:
Ah, agora o papo começa a ficar interessante..... O 6,5 é um excelente indicador na escala de sensibilidade masculina. Ele é sensível a ponto de compreender suas confusões internas e até mesmo discutí-las com você. Ele gosta de arte, e até se sente “tocado” por um bom livro, uma música bonita ou um quadro renascentista. Percebe quando você não está no melhor dos seus dias e sabe agir de acordo. E mais, o que é importantíssimo para nós, mulheres:
Ele sabe que nem tudo o que dizemos quer dizer exatamente o que dizemos...... Isso é chave para um bom relacionamento....
Além disso, na hora do pega pra capá ele sabe usar um pouco das duas coisas.... Se preocupa com você, sabe como te agradar e ainda tem uma pegada cheia de testosterona, que geralmente, é um maravilhoso tempero. Sabe acariciar seu cabelo com delicadeza ou segurá-lo com a força adequada... É o famoso “Vem cá minha nega!”
Dos três, nitidamente é o mais recomendável.
Então, quando te perguntarem como seria o homem ideal, seja mais precisa, e acrescente o indicador da Escala Skipper que mais lhe agrada. Assim, eles se norteiam um pouco mais e acabam com esse papo de que mulher é muito confusa. Afinal de contas, com essa história de sensibilidade, nós temos dado a eles motivo pra pensar assim, não?...
E viva as diferenças!!!
Inté!
PS1:Preciso agradecer este post a uma longa conversa no msn, sobre este tópico..... Valeu, viu???
PS2: quem curtir o seriado Sex and the City, clica aqui ao lado no Fina Flor e dá uma olhada no vídeo que está lá..... maravilhoso. .. Um Escala Skipper 5,0, mas vá lá....
“Como seria, pra você, o homem ideal?”
Nós, talvez por já haver um modelo timbrado e com firma reconhecida de resposta, soltamos a pérola:
“Ah, inteligente, charmoso (nem precisa ser bonito, homem tem que ter charme), esforçado, e ...... sensível”
Mentira nossa.... Sinto muito ser tão direta assim, mas é mentira nossa... Se não mentira, pelo menos grave erro de comunicação, pois alguns homens têm acreditado nisso, e de acordo com meus anos de estrada, os que caíram nesse papo pra boi dormir se deram mal. Ou sumiram da vida da mulher ou viraram melhor amigo. Tô mentindo????? Fala aí??? É mentira minha???
O sensível que eu tive, foi embora aos prantos, dele e da minha mãe, que dizia:
“ele é tão bonzinho, não faz isso com ele... pobrezinho, sua bruxa malvada, você não vai encontrar nunca alguém como ele”
Ufa, ainda bem que praga de mãe pega....
Ele ainda voltou dias depois com uma carta liiiiinda... Guardo a carta até hoje, mas dele não restou nem o pó... NEXT!
Quem tiver a sorte de ter acompanhado o melhor “blog” televisivo da História, o Sex and The City se lembra do Skipper...... Menino bonzinho (urgh!!) de lindos cabelos cacheados, óculos intelectuais e uma sensibilidade absolutamente enjoativa que afastou a madura Miranda com infinitos telefonemas e uma carência quase filial.....
Não que uma dose razoável de sensibilidade vá transformar o homem no “ultimate mala” que é a personagem do seriado, mas a partir dele, desenvolvi uma ferramenta de análise que pode ajudar, em muito, a compreender esse fenômeno:
A Escala Skipper. Não temos a Escala Richter, para terremotos? Teremos uma para a sensibilidade masculina, pronto, podemos, temos esse direito.
Então vamos lá, se você tem menos de 18 anos, mude de canal. Se 18 pra você já significa apenas o número de contas a pagar, penduradas na geladeira, pode continuar.....
Sensível 10 na Escala Skipper:
Ótimo para pôr do sol na praia, para você mostrar seu último poema e nunca vai rir se você chorar até virar do avesso numa sessão de Pretty Woman, pois ele vai chorar mais que você.
No entanto, na cama ele ganha nota inversamente proporcional à da Escala Skipper: Sexo com ele é "0". Cheio de nhenhenhém, morrrrrre de medo de te desrespeitar, entra numas de declamar poemas sobre sua linda alma no meio da coisa e te pergunta se está te machucando a cada 5 minutos. Vai te abraçar por horas mesmo no meio do verão mais suarento, e te ligar a cada hora no dia seguinte.
Sensível "0" na Escala Skipper:
O famoso machão..... ótimo pra trocar pneu, consertar a gaveta que emperrou e acabar com aquele estoque de cerveja que sobrou do churras de domingo.
Na cama, sua nota coincide com a da Escala Skipper: "0" pra ele também, claro.
Brutamontes, nem percebe que você está ali, e não entende bem como funciona aquele corpo que ele insiste em deixar embaixo do dele...... Você e a boneca inflável são a mesma coisa, e se bobear ele vai curtí-la mais que você, já que ela não reclama.
No dia seguinte troca seu nome, ou pior, te chama de “fia” ou muié” e se você der sorte, some e nunca mais aparece. Tomara......
Sensível 6,5 na Escala Skipper:
Ah, agora o papo começa a ficar interessante..... O 6,5 é um excelente indicador na escala de sensibilidade masculina. Ele é sensível a ponto de compreender suas confusões internas e até mesmo discutí-las com você. Ele gosta de arte, e até se sente “tocado” por um bom livro, uma música bonita ou um quadro renascentista. Percebe quando você não está no melhor dos seus dias e sabe agir de acordo. E mais, o que é importantíssimo para nós, mulheres:
Ele sabe que nem tudo o que dizemos quer dizer exatamente o que dizemos...... Isso é chave para um bom relacionamento....
Além disso, na hora do pega pra capá ele sabe usar um pouco das duas coisas.... Se preocupa com você, sabe como te agradar e ainda tem uma pegada cheia de testosterona, que geralmente, é um maravilhoso tempero. Sabe acariciar seu cabelo com delicadeza ou segurá-lo com a força adequada... É o famoso “Vem cá minha nega!”
Dos três, nitidamente é o mais recomendável.
Então, quando te perguntarem como seria o homem ideal, seja mais precisa, e acrescente o indicador da Escala Skipper que mais lhe agrada. Assim, eles se norteiam um pouco mais e acabam com esse papo de que mulher é muito confusa. Afinal de contas, com essa história de sensibilidade, nós temos dado a eles motivo pra pensar assim, não?...
E viva as diferenças!!!
Inté!
PS1:Preciso agradecer este post a uma longa conversa no msn, sobre este tópico..... Valeu, viu???
PS2: quem curtir o seriado Sex and the City, clica aqui ao lado no Fina Flor e dá uma olhada no vídeo que está lá..... maravilhoso. .. Um Escala Skipper 5,0, mas vá lá....
sexta-feira, novembro 17, 2006
Dividindo Poesia II....
Tango
Enquanto olho uma Buenos Aires iluminada
Imagens vermelhas me cegam.
Vermelhas do vestido da bailarina,
Das rosas em suas bocas;
Vermelho do nosso quarto...
Mas, vermelhas, antes de tudo,
De teus lábios nos meus,
Imóveis, túrgidos,
Querendo me dizer muito mais
Do que tu próprio sonhas em poder dizer...
Mas eles não!
Cortam-me e me fazem dançar o tango mais difícil,
Olhando fundo nos teus negros olhos
Dizendo tudo o que tu nem sonhas ser capaz de ouvir...
Bs. Aires, 05/99
Enquanto olho uma Buenos Aires iluminada
Imagens vermelhas me cegam.
Vermelhas do vestido da bailarina,
Das rosas em suas bocas;
Vermelho do nosso quarto...
Mas, vermelhas, antes de tudo,
De teus lábios nos meus,
Imóveis, túrgidos,
Querendo me dizer muito mais
Do que tu próprio sonhas em poder dizer...
Mas eles não!
Cortam-me e me fazem dançar o tango mais difícil,
Olhando fundo nos teus negros olhos
Dizendo tudo o que tu nem sonhas ser capaz de ouvir...
Bs. Aires, 05/99
quinta-feira, novembro 16, 2006
A dama e o quarto
Seus olhos assustados olham o relógio. São três e meia da manhã. Ela está sozinha num quarto que não é o seu, numa cama desconhecida, atemorizada pelas paredes. Faz frio, muito frio. O hálito gélido da madrugada toca seu pescoço, e ela sente medo.
Encolhe-se por baixo do lençol, não se move. Abraça os joelhos. Deixa as luzes acesas, na esperança de ganhar um pouco de segurança e, quem sabe, pegar no sono.
Sente-se estranha, acuada. Finca as unhas no lençol, como que em represália pela prisão. Busca ajeitar a cabeça no travesseiro duro e pede ao sono que venha rápido. Só ele a salvará daquela sensação. Em sua companhia, as horas passarão rápido e logo a luz do dia a livrará da solidão.
Treme, não sabe se de frio ou de medo...
Como chegou ali? Não se lembra mais... Quem trancou a porta? Não fora ela, certamente.... Não se lembra de ter andado por aquele piso, não sabe o que há no fim do corredor. Parece viver em sonho....
Com outro travesseiro no rosto parece cochilar. A dor passa por um instante, e ela avista um lobo. Seus olhos são verdes e cintilantes, refletem sua própria roupa. Ele se vira para ela e ruge...... Despertada pelo som, o medo volta, incrementado pelo rugido do leão na boca do lobo.
Precisa virar-se, seu braço adormecera, e ela se sente traída por ele. Não quer mudar de posição, muito menos dar as costas para a porta. Teme-a, majestosa, ao final do corredor iluminado.
O que era aquele lugar?
Em meio ao peso da madrugada ela ouve vozes. Parecem brigar. Quer gritar para que venham buscá-la mas está fraca demais. Será que sabem que está ali? Portas se abrem e se batem, sente que alguém vai entrar, a qualquer momento....
As horas não passam.....
Precisa fugir, e em meio aos seus pensamentos, nota uma leve claridade vinda da janela. Anima-se. Sabe que ao renascer o sol, renascerá também sua coragem.
Aguarda, ainda sem se mover.
Já não quer mais dormir, o sono lhe trouxe mais medo.
Mais claridade....
Os quadrados do piso parecem lama e sente frio.......
Claro, amarelo.....
Sairá pela porta? Não sabe o que há por trás, não quer andar naquele corredor.
Sol.....
Vira-se e, finalmente, dá as costas ao corredor.
Rola até a janela e não reconhece o lugar.
Vê-se ave, e começa a bicar o vidro, com a força que lhe faltou antes. Sente a pele rasgar e engole sangue.
Bica mais forte.
Ouve o vidro cair na calçada e respira o ar da rua. Continua bicando, e já tem o corpo atravessado, quase liberta daquele quarto.
Seu coração pára, ao ouvir um rugido atrás de si. O medo lhe rouba a respiração. Sabe que se olhar em direção ao som, os olhos esmeralda queimarão sua retina, e perderá a força.
O rugido fica mais próximo...
Reúne a última vontade e cai na calçada. Enquanto cai, sente algo cortar seu pé, mas já não teme. Está fora, livre. O rugido cessa, e ela se levanta. O pé e o bico sangram, mas caminha segura.
Tem fome. Acha um ramo de hortelã em um canteiro e o coloca na boca, amarga de sangue.
Não olha o pé. Não quer saber o que o rasgou, se foi um pedaço de vidro, ou os dentes do lobo.
Agora já não importa.
Agora já não tem medo.
Agora está livre, esquentando o corpo com o sol nascente.
Encolhe-se por baixo do lençol, não se move. Abraça os joelhos. Deixa as luzes acesas, na esperança de ganhar um pouco de segurança e, quem sabe, pegar no sono.
Sente-se estranha, acuada. Finca as unhas no lençol, como que em represália pela prisão. Busca ajeitar a cabeça no travesseiro duro e pede ao sono que venha rápido. Só ele a salvará daquela sensação. Em sua companhia, as horas passarão rápido e logo a luz do dia a livrará da solidão.
Treme, não sabe se de frio ou de medo...
Como chegou ali? Não se lembra mais... Quem trancou a porta? Não fora ela, certamente.... Não se lembra de ter andado por aquele piso, não sabe o que há no fim do corredor. Parece viver em sonho....
Com outro travesseiro no rosto parece cochilar. A dor passa por um instante, e ela avista um lobo. Seus olhos são verdes e cintilantes, refletem sua própria roupa. Ele se vira para ela e ruge...... Despertada pelo som, o medo volta, incrementado pelo rugido do leão na boca do lobo.
Precisa virar-se, seu braço adormecera, e ela se sente traída por ele. Não quer mudar de posição, muito menos dar as costas para a porta. Teme-a, majestosa, ao final do corredor iluminado.
O que era aquele lugar?
Em meio ao peso da madrugada ela ouve vozes. Parecem brigar. Quer gritar para que venham buscá-la mas está fraca demais. Será que sabem que está ali? Portas se abrem e se batem, sente que alguém vai entrar, a qualquer momento....
As horas não passam.....
Precisa fugir, e em meio aos seus pensamentos, nota uma leve claridade vinda da janela. Anima-se. Sabe que ao renascer o sol, renascerá também sua coragem.
Aguarda, ainda sem se mover.
Já não quer mais dormir, o sono lhe trouxe mais medo.
Mais claridade....
Os quadrados do piso parecem lama e sente frio.......
Claro, amarelo.....
Sairá pela porta? Não sabe o que há por trás, não quer andar naquele corredor.
Sol.....
Vira-se e, finalmente, dá as costas ao corredor.
Rola até a janela e não reconhece o lugar.
Vê-se ave, e começa a bicar o vidro, com a força que lhe faltou antes. Sente a pele rasgar e engole sangue.
Bica mais forte.
Ouve o vidro cair na calçada e respira o ar da rua. Continua bicando, e já tem o corpo atravessado, quase liberta daquele quarto.
Seu coração pára, ao ouvir um rugido atrás de si. O medo lhe rouba a respiração. Sabe que se olhar em direção ao som, os olhos esmeralda queimarão sua retina, e perderá a força.
O rugido fica mais próximo...
Reúne a última vontade e cai na calçada. Enquanto cai, sente algo cortar seu pé, mas já não teme. Está fora, livre. O rugido cessa, e ela se levanta. O pé e o bico sangram, mas caminha segura.
Tem fome. Acha um ramo de hortelã em um canteiro e o coloca na boca, amarga de sangue.
Não olha o pé. Não quer saber o que o rasgou, se foi um pedaço de vidro, ou os dentes do lobo.
Agora já não importa.
Agora já não tem medo.
Agora está livre, esquentando o corpo com o sol nascente.
Faces
quarta-feira, novembro 15, 2006
Sessão "Homens na vida das mulheres parte II: O Pedreiro"
Na verdade, esse post é sobre muitos "EIROS" que andam por aí, não só o pedreiro. Há o motoqueiro, o borracheiro, o bombeiro e até o caminhoneiro. Eu tinha um amigo querido, na minha fase de aviação, que sempre dizia:
"Eu faço tudo que é EIRO, padeiro, carpinteiro, marceneiro..."
Doidinho...
Mas não é esse meu ponto aqui, logicamente.... Quero falar sobre ranking. É, é isso mesmo, ranking.
Sabe aqueles dias em que você acorda, olha o espelho e quase chama o porteiro para expulsar aquela mulher que invadiu sua casa? Afinal, aquela certamente não é você.... Pode ser a Medusa, a Bruxa do 71, ou até a SOFIAAAAA (se você virou a curva dos 25 se lembra certamente desse quadro do Chico Anysio), mas você, não!!!
Bom, todas temos isso. Corto um dedo fora se até mesmo a Gisele Bündchen não tiver manhãs assim, de terror estético.
"Tá, jeca, ok, mas o que o Zé Bilhar da obra do fim da rua tem com isso?"
Ah, muito, mas muito mesmo. Mas já aviso: pra que o tal EIRO te ajude a superar a Medusa, você deve sair a pé. De carro não adianta.
Acordou se sentindo o próprio repuxo da cara da Marta? Precisa elevar seu ranking de auto-estima? Não mora em Ipanema, onde o nível de julgamento é bem mais elevado?...... Dá uma passadinha na frente da obra, pode ser aquela mesma, do Zé Bilhar.
Ele e seus companheiros possuem sensores ultra-sonoros que detectam a passagem de estrogênio na calçada, e ao sentirem tal presença, imediatamente se dirigem à viga externa. Além disso, EIRO que é EIRO não se contenta em detectar e admirar o estrogênio, há uma forte necessidade de proferir sons, geralmente sons que ofendem as mais recatadas, mas que todas sabemos, no fundo no fundo, fazem um bem danado.
Os sons podem ser os mais diversos, e são característicos de cada EIRO.
O motoqueiro, por exemplo, é pouco criativo, assim como o caminhoneiro, cujo som típico é uma buzina..... A diferença entre os dois, claro, está na gravidade e intesidade da buzina. Enquanto o motoqueiro mais parece uma gazela azeda, o caminhineiro soa como um hipopótamo que se levanta no rio.... Ah, e o som do motoqueiro é acompanhado por uma característica virada de cabeça, a qual você pode responder com um dedo médio em riste.
O borracheiro pertence a uma espécie mais selvagem, mais perigosa e assustadora. Uma vez que trabalha no nível da calçada, ao sentir a aproximação da fêmea, dirige-se à porta de seu estabelecimento e emite seu som, o reconhecido som de alguém que limpa os dentes, que estala a língua..... O andar também é peculiar, antes dele provavelmente chega sua barriga e em seguida, o barulhinho que parece acompanhado de uma palitada dental.
Também rente à calçada, o bombeiro não se mune de buzinas nem de sons guturais, e sua espécie é mais delicada. Confiando no poder do uniforme, do grande carro vermelho, da infinita mangueira e de uma onda de fetiches ligada à esta atividade, ele age com um pouco mais de classe. Encosta um ombro no portão da Brigada, cruza os pés, e profere um som baixo, como se quisesse falar dentro do ouvido.... "ôôôôiii".....
E finalmente o pedreiro...... Seu posicionamento, por ser geralmente alto, pede um som mais forte, e normalmente é feito com palavras, aquelas, que deixam as pudicas de cabelos em pé.... Mas pode ser algo também pouco imaginativo, até mesmo sagrado, respeitoso, como o conhecido
"Nosssssssssssa Senhora"
assim, com uma ênfase no S.
Ontem caminhei para a escola. Não acordei me sentindo nenhuma versão feminina do Tião Macalé, pelo contrário, mas foi um trajeto interessante, quase uma viagem ao extinto Simba Safári. Daqui até lá, passo por:
3 obras
1 corpo de bombeiros
2 borracharias
e atravesso a rua em frente a inúmeros motoqueiros e caminhoneiros.
Lembrei-me de quando morei na Alemanha... Eu e minhas amigas confessávamos, com certa vergonha, que passar pelas obras germânicas não tinha o mesmo gosto daqui. O Zé Bilhar Chucrute, apesar de dar de 15 a 0 no Zé Bilhar Macaxeira, vem com um defeito de fabricação, e não possui o sensor descrito acima....
Mas tudo bem, a intenção é puramente psicológica. Para expulsar a Bruxa do 71 do seu espelho, esses sons funcionam com certa eficiência, e aí sim, você está pronta para outras selvas, com espécies mais interessantes, ou apenas para ficar em paz com o espelho....
Inté!
"Eu faço tudo que é EIRO, padeiro, carpinteiro, marceneiro..."
Doidinho...
Mas não é esse meu ponto aqui, logicamente.... Quero falar sobre ranking. É, é isso mesmo, ranking.
Sabe aqueles dias em que você acorda, olha o espelho e quase chama o porteiro para expulsar aquela mulher que invadiu sua casa? Afinal, aquela certamente não é você.... Pode ser a Medusa, a Bruxa do 71, ou até a SOFIAAAAA (se você virou a curva dos 25 se lembra certamente desse quadro do Chico Anysio), mas você, não!!!
Bom, todas temos isso. Corto um dedo fora se até mesmo a Gisele Bündchen não tiver manhãs assim, de terror estético.
"Tá, jeca, ok, mas o que o Zé Bilhar da obra do fim da rua tem com isso?"
Ah, muito, mas muito mesmo. Mas já aviso: pra que o tal EIRO te ajude a superar a Medusa, você deve sair a pé. De carro não adianta.
Acordou se sentindo o próprio repuxo da cara da Marta? Precisa elevar seu ranking de auto-estima? Não mora em Ipanema, onde o nível de julgamento é bem mais elevado?...... Dá uma passadinha na frente da obra, pode ser aquela mesma, do Zé Bilhar.
Ele e seus companheiros possuem sensores ultra-sonoros que detectam a passagem de estrogênio na calçada, e ao sentirem tal presença, imediatamente se dirigem à viga externa. Além disso, EIRO que é EIRO não se contenta em detectar e admirar o estrogênio, há uma forte necessidade de proferir sons, geralmente sons que ofendem as mais recatadas, mas que todas sabemos, no fundo no fundo, fazem um bem danado.
Os sons podem ser os mais diversos, e são característicos de cada EIRO.
O motoqueiro, por exemplo, é pouco criativo, assim como o caminhoneiro, cujo som típico é uma buzina..... A diferença entre os dois, claro, está na gravidade e intesidade da buzina. Enquanto o motoqueiro mais parece uma gazela azeda, o caminhineiro soa como um hipopótamo que se levanta no rio.... Ah, e o som do motoqueiro é acompanhado por uma característica virada de cabeça, a qual você pode responder com um dedo médio em riste.
O borracheiro pertence a uma espécie mais selvagem, mais perigosa e assustadora. Uma vez que trabalha no nível da calçada, ao sentir a aproximação da fêmea, dirige-se à porta de seu estabelecimento e emite seu som, o reconhecido som de alguém que limpa os dentes, que estala a língua..... O andar também é peculiar, antes dele provavelmente chega sua barriga e em seguida, o barulhinho que parece acompanhado de uma palitada dental.
Também rente à calçada, o bombeiro não se mune de buzinas nem de sons guturais, e sua espécie é mais delicada. Confiando no poder do uniforme, do grande carro vermelho, da infinita mangueira e de uma onda de fetiches ligada à esta atividade, ele age com um pouco mais de classe. Encosta um ombro no portão da Brigada, cruza os pés, e profere um som baixo, como se quisesse falar dentro do ouvido.... "ôôôôiii".....
E finalmente o pedreiro...... Seu posicionamento, por ser geralmente alto, pede um som mais forte, e normalmente é feito com palavras, aquelas, que deixam as pudicas de cabelos em pé.... Mas pode ser algo também pouco imaginativo, até mesmo sagrado, respeitoso, como o conhecido
"Nosssssssssssa Senhora"
assim, com uma ênfase no S.
Ontem caminhei para a escola. Não acordei me sentindo nenhuma versão feminina do Tião Macalé, pelo contrário, mas foi um trajeto interessante, quase uma viagem ao extinto Simba Safári. Daqui até lá, passo por:
3 obras
1 corpo de bombeiros
2 borracharias
e atravesso a rua em frente a inúmeros motoqueiros e caminhoneiros.
Lembrei-me de quando morei na Alemanha... Eu e minhas amigas confessávamos, com certa vergonha, que passar pelas obras germânicas não tinha o mesmo gosto daqui. O Zé Bilhar Chucrute, apesar de dar de 15 a 0 no Zé Bilhar Macaxeira, vem com um defeito de fabricação, e não possui o sensor descrito acima....
Mas tudo bem, a intenção é puramente psicológica. Para expulsar a Bruxa do 71 do seu espelho, esses sons funcionam com certa eficiência, e aí sim, você está pronta para outras selvas, com espécies mais interessantes, ou apenas para ficar em paz com o espelho....
Inté!
terça-feira, novembro 14, 2006
Obrigada.....
De coração....
Hoje, só hoje, a Jeca foi visitada 100 vezes.....
Fiquei até emocionada ao ver o número, agradeço a todos vocês, os que deixam seus comentários e os que preferem ler em silêncio......
Este blog, apesar de super novo, tem me proporcionado inúmeras alegrias, e essa foi mais uma delas....
Obrigada
Inté!
Tati
Hoje, só hoje, a Jeca foi visitada 100 vezes.....
Fiquei até emocionada ao ver o número, agradeço a todos vocês, os que deixam seus comentários e os que preferem ler em silêncio......
Este blog, apesar de super novo, tem me proporcionado inúmeras alegrias, e essa foi mais uma delas....
Obrigada
Inté!
Tati
Ora, Direis
Madrugada fria de segunda feira, Olívia chega cansada e se assusta com o manto negro acima de sua cabeça..... Nascera na cidade, sua relação com o céu era fragmentada, o via ora cortado por prédios, ora coberto pela poluição... Ali, apoiado pelos vales baixos e respirando ar limpo, ele não se esconde e brilha. Um brilho tão intenso que Olívia se curva, súdita....
Deita-se na grama, esquecida do frio, e se une ao orvalho em sua contemplação. Tem medo daquela imensidão, ela parece sufocar em meio ao aberto.... Ameaçador, sem bordas. Insustentável para seu corpo franzino.
Olha as estrelas....Procura escutá-las, entendê-las. Fixa o olhar e vê um enorme lençol negro, esticado, por cujos buracos feitos por agulhas passa uma luz intensa, forte....
Pensa em desejos, desejos que não pôde realizar. Parece ouvir aquela luz gritando, empurrando o manto escuro, buscando estourar aquelas mínimos corredores e sair de vez.....
Decepciona-se, esperava aquilo com ansiedade e se viu como aquela luz, intensa por dentro mas presa aos finos túneis........
Fecha os olhos e busca a sensação..... Fica nela por uns instantes, e logo torna a olhar.
Agora as estrelas se posicionam à frente de um vazio profundo, e já não precisam dele para se apoiar. Flutuam sozinhas, são independentes, e dominam o céu. Já não explodem pelos fios abertos, mas brilham nucleares, magnânimas....
Olívia arregala os olhos e percebe que elas agora não gritam mais, mas sussurram para serem olhadas, sussurram com uma força descomunal. Uma força de amizade renovada, de uma confiança ganha e de barreiras transpostas.
Sim, elas pularam o lençol, deixaram-no para trás, e agora cintilam ali, em espetáculo único para Olívia.....
Ela mais uma vez fecha os olhos, entregue, e lembra-se de um poema. Nunca ele fizera tanto sentido quanto agora.
Sentindo o orvalho gélido nas costas, Olívia ainda ouve mais alguns sons daquele céu povoado, e logo adormece.....
"Ora, direis".....
sábado, novembro 11, 2006
Dia Histórico!
11 de novembro de 2006....
Compartilho com meus amados leitores esse tão importante marco histórico...
Comecei a escrever minha dissertação de mestrado........... Agora vai.....
Inté!
Compartilho com meus amados leitores esse tão importante marco histórico...
Comecei a escrever minha dissertação de mestrado........... Agora vai.....
Inté!
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.....
Eu acredito que certas profissões proporcionem grandes remunerações emocionais, daquelas que produzem frases como
“Ganho mal mas sou feliz”
Muita gente acha isso pataquada, especialmente aqueles que ganham fortunas sem ter prazer no trabalho.... Tive um namorado assim, há muito tempo... Ele detestava falar do que fazia, e eu não entendia por que... Pra mim, no auge dos meus 21 anos, fazer “Factoring” e ganhar a grana que ele ganhava só podia ser algo ligado ao mercado financeiro, bancário, sei lá, então, qual o problema?... Ele era super arredio quando a pergunta era
“Querido, como foi seu dia?”
Até que minha sábia mãe me esclareceu, que “factoring”, era um eufemismo moderno para o ofício milenar de agiotagem.....
oops, ok, i get it.....
Bom, mas o meu percurso foi bem diferente.... Sabia que seria professora acho que desde que nasci... Do jeito que sou, devo ter orientado o médico sobre a melhor maneira de me dar a palmada, mas enfim..... Isso é fato comprovado, quer ver?
-aos 6 anos, em férias em casa de família em Maceió, os moradores do prédio da minha prima vieram reclamar com minha mãe que eu estava organizando as crianças em torno de uma lousa e dando aulas.... de educação sexual...... Eu até hoje lembro dos desenhos que eu fazia em giz verde, a fim de elucidar a mente daqueles jovens de 4, 5 anos....
-aos 11, passando para a 5a série, eu voltava à tarde pra escola, já sem uniforme, para ser assistente da professora de artes, e comecei a ter gosto pela coisa. Lembro que minha tarefa era super simples, ajudar com o material, dar assistência para as crianças, etc, mas a que mais gostava era fazer a chamada.... Lembro de fazer as bolinhas nos quadradinhos ao lado dos nomes... Me sentia ainda mais poderosa quando era a sala da minha irmã, aí já viu, né, o poder subir à cabeça, mas tudo bem.....
-aos 14 anos ingressei efetivamente na profissão, na escola de inglês em que tinha estudado até então... Minha primeira turma na “Pink and Blue” era de crianças de 9 anos, e eu com 14.... As mães ficavam ao lado de fora da sala, fingindo tricotar e ficavam escutando, pra ver até que ponto a doideira da diretora ia... E ela era tão doida que se irritou com isso e me passou pra outra turma: de 11 anos! Chuta que é macumba!
(ps: meu pai chorou ao ver meu primeiro cheque... Queria enquadrar.... Gastei tudo em 4 cds dos Beatles, hehe)
E assim foi, até minha fase comissária de bordo, que foi uma tentativa torpe de fugir do destino... Assunto para vários outros posts, essa fase foi fundamental para eu ser quem hoje sou, mas principalmente para me mostrar que não há fuga daquilo que nasce com a gente....
E então voltei à sala, com meus pequerruchos de 2 e 3 anos. Maravilhoso, escola de vida, morro de saudades.... Me preparou para ser uma professora, uma mãe e um ser humano melhor.
E aqui estou, com meus demoniozinhos de 11 anos, 5a série interiorana que tem me alimentado muito neste ano.
Tudo isso, por causa de uma aula específica, que dei essa semana.....
Li com eles, em sala, O Pequeno Príncipe, o livro de toda Miss. Mas não foi numa leitura plana, fomos simbologia por simbologia, lemos em níveis bem profundos de interpretação, e fiquei muito surpresa com a capacidade que eles adquiriram de abstrair no plano da arte. Muito bem! Saí satisfeita da aula em que lemos o final, pois eles entenderam a mensagem (e não, Caia, o Pequeno Príncipe NÃO é uma viajem de ácido, pelo menos por enquanto, para eles, não.....) e alguns até choraram.... Nossa, auge de remuneração emocional, né?
Não... tem mais.....
Ontem fomos assistir à peça, com a global Luana Piovani. Quesito “produção” e “atuação” de lado, ganhei meu 13o afetivo quando ouvi, em unânime coro dos meus pupilos:
“Ai, pro, mas o livro é miiiiiiilllllll vezes melhor que a peça”
Não é tudo que qualquer professor de literatura quer ouvir?
Inté!
“Ganho mal mas sou feliz”
Muita gente acha isso pataquada, especialmente aqueles que ganham fortunas sem ter prazer no trabalho.... Tive um namorado assim, há muito tempo... Ele detestava falar do que fazia, e eu não entendia por que... Pra mim, no auge dos meus 21 anos, fazer “Factoring” e ganhar a grana que ele ganhava só podia ser algo ligado ao mercado financeiro, bancário, sei lá, então, qual o problema?... Ele era super arredio quando a pergunta era
“Querido, como foi seu dia?”
Até que minha sábia mãe me esclareceu, que “factoring”, era um eufemismo moderno para o ofício milenar de agiotagem.....
oops, ok, i get it.....
Bom, mas o meu percurso foi bem diferente.... Sabia que seria professora acho que desde que nasci... Do jeito que sou, devo ter orientado o médico sobre a melhor maneira de me dar a palmada, mas enfim..... Isso é fato comprovado, quer ver?
-aos 6 anos, em férias em casa de família em Maceió, os moradores do prédio da minha prima vieram reclamar com minha mãe que eu estava organizando as crianças em torno de uma lousa e dando aulas.... de educação sexual...... Eu até hoje lembro dos desenhos que eu fazia em giz verde, a fim de elucidar a mente daqueles jovens de 4, 5 anos....
-aos 11, passando para a 5a série, eu voltava à tarde pra escola, já sem uniforme, para ser assistente da professora de artes, e comecei a ter gosto pela coisa. Lembro que minha tarefa era super simples, ajudar com o material, dar assistência para as crianças, etc, mas a que mais gostava era fazer a chamada.... Lembro de fazer as bolinhas nos quadradinhos ao lado dos nomes... Me sentia ainda mais poderosa quando era a sala da minha irmã, aí já viu, né, o poder subir à cabeça, mas tudo bem.....
-aos 14 anos ingressei efetivamente na profissão, na escola de inglês em que tinha estudado até então... Minha primeira turma na “Pink and Blue” era de crianças de 9 anos, e eu com 14.... As mães ficavam ao lado de fora da sala, fingindo tricotar e ficavam escutando, pra ver até que ponto a doideira da diretora ia... E ela era tão doida que se irritou com isso e me passou pra outra turma: de 11 anos! Chuta que é macumba!
(ps: meu pai chorou ao ver meu primeiro cheque... Queria enquadrar.... Gastei tudo em 4 cds dos Beatles, hehe)
E assim foi, até minha fase comissária de bordo, que foi uma tentativa torpe de fugir do destino... Assunto para vários outros posts, essa fase foi fundamental para eu ser quem hoje sou, mas principalmente para me mostrar que não há fuga daquilo que nasce com a gente....
E então voltei à sala, com meus pequerruchos de 2 e 3 anos. Maravilhoso, escola de vida, morro de saudades.... Me preparou para ser uma professora, uma mãe e um ser humano melhor.
E aqui estou, com meus demoniozinhos de 11 anos, 5a série interiorana que tem me alimentado muito neste ano.
Tudo isso, por causa de uma aula específica, que dei essa semana.....
Li com eles, em sala, O Pequeno Príncipe, o livro de toda Miss. Mas não foi numa leitura plana, fomos simbologia por simbologia, lemos em níveis bem profundos de interpretação, e fiquei muito surpresa com a capacidade que eles adquiriram de abstrair no plano da arte. Muito bem! Saí satisfeita da aula em que lemos o final, pois eles entenderam a mensagem (e não, Caia, o Pequeno Príncipe NÃO é uma viajem de ácido, pelo menos por enquanto, para eles, não.....) e alguns até choraram.... Nossa, auge de remuneração emocional, né?
Não... tem mais.....
Ontem fomos assistir à peça, com a global Luana Piovani. Quesito “produção” e “atuação” de lado, ganhei meu 13o afetivo quando ouvi, em unânime coro dos meus pupilos:
“Ai, pro, mas o livro é miiiiiiilllllll vezes melhor que a peça”
Não é tudo que qualquer professor de literatura quer ouvir?
Inté!
quinta-feira, novembro 09, 2006
A degradação total do feminismo
Manchetes absolutamente profundas que, hoje, povoaram as páginas da internet.... Aposto que as feministas dos anos 60 estão se chicoteando por causa dessa nova imagem feminina...
Olhe só o que "nos" interessa....
"Atrizes globais são fotografadas com a mesma roupa."
E o Quico?????? O que muda minha vida saber que elas, provavelmente, vão à mesma loja??? Mais picante seria se descobrissem que todas têm um caso com o mesmo cara, que fossem filhas bastardas do mesmo pai, ou ainda melhor: que todas estão ligadas a projetos humanitários da mesma ONG..... Vai sonhando....
"Nicole Ritchie muda de loira para morena. Confira o resultado"
A não ser que ela tenha mudado os pelos lá do lobby de entrada e esteja mostrando em meio à Times Square, em um ataque de loucura, não estou interessada.... A Anne, que dava aula de Artes na escola, mudava quase semanalmente, e nem por isso ia para a capa do Terra. E fora que a Anne é bem mais interessante do que essa magnatinha americana aí...
"Saiba qual a cor dos óculos da moda"
Acho que nem no auge dos anos 80, quando usávamos óculos da Coopertone verde limão, isso seria manchete em lugar algum......
"Saiba de que maneira inusitada Britney Spears pediu o divórcio"
Pelamordideus!!!! A não ser que ela estivesse tendo um caso com a maluca de pelos pubianos descoloridos, as duas usando os óculos Coopertone, e ali, de novo, no meio da Times Square, elas tivessem declarado seu caso gay em um alto falante, I DON´T CARE!!!!
Ps: detalhe, a maneira "inusitada" foi um torpedo.... Fala sério, já tive amiga levando fora por e-mail, o que há de inusitado nisso?????
"Calcinha de Angélica fica à mostra em evento no Rio"
Achei que a Lilian Ramos, aquela que teve sua "não calcinha" fotografada de baixo, ao lado do então excelentíssimo senhor presidente da república, Itamar Franco, tivesse dado conta desse tipo de notícia... Quem leu meu post Memórias já viu coisa parecida, quando a Jeca caiu de pernas pro ar, em frente a seu amigo/ paquera..... Muito pior, vai....
E a pior.....
"Fernanda Lima mostra o bumbum!"
Gente, sem comentários, né?
Se eu pudesse pedia pro José Simão um pouco do colírio alucinógeno dele, tô precisando...
Inté!
Olhe só o que "nos" interessa....
"Atrizes globais são fotografadas com a mesma roupa."
E o Quico?????? O que muda minha vida saber que elas, provavelmente, vão à mesma loja??? Mais picante seria se descobrissem que todas têm um caso com o mesmo cara, que fossem filhas bastardas do mesmo pai, ou ainda melhor: que todas estão ligadas a projetos humanitários da mesma ONG..... Vai sonhando....
"Nicole Ritchie muda de loira para morena. Confira o resultado"
A não ser que ela tenha mudado os pelos lá do lobby de entrada e esteja mostrando em meio à Times Square, em um ataque de loucura, não estou interessada.... A Anne, que dava aula de Artes na escola, mudava quase semanalmente, e nem por isso ia para a capa do Terra. E fora que a Anne é bem mais interessante do que essa magnatinha americana aí...
"Saiba qual a cor dos óculos da moda"
Acho que nem no auge dos anos 80, quando usávamos óculos da Coopertone verde limão, isso seria manchete em lugar algum......
"Saiba de que maneira inusitada Britney Spears pediu o divórcio"
Pelamordideus!!!! A não ser que ela estivesse tendo um caso com a maluca de pelos pubianos descoloridos, as duas usando os óculos Coopertone, e ali, de novo, no meio da Times Square, elas tivessem declarado seu caso gay em um alto falante, I DON´T CARE!!!!
Ps: detalhe, a maneira "inusitada" foi um torpedo.... Fala sério, já tive amiga levando fora por e-mail, o que há de inusitado nisso?????
"Calcinha de Angélica fica à mostra em evento no Rio"
Achei que a Lilian Ramos, aquela que teve sua "não calcinha" fotografada de baixo, ao lado do então excelentíssimo senhor presidente da república, Itamar Franco, tivesse dado conta desse tipo de notícia... Quem leu meu post Memórias já viu coisa parecida, quando a Jeca caiu de pernas pro ar, em frente a seu amigo/ paquera..... Muito pior, vai....
E a pior.....
"Fernanda Lima mostra o bumbum!"
Gente, sem comentários, né?
Se eu pudesse pedia pro José Simão um pouco do colírio alucinógeno dele, tô precisando...
Inté!
Quero....
como diz minha querida amiga Carol, sou uma pessoa de projetos... quero fazer tanta coisa...
Quero...
-Ir pra Índia
-Saltar de pára quedas
-ler Em Busca do Tempo Perdido, do Proust
-falar italiano
-estudar Filosofia
-escrever um livro
-ter sobrinhos
-voltar a estudar alemão
-ler Ulisses, do Joyce
-conhecer Stradford upon Avon, a cidade do Shakespeare
-fazer o vrishkásana
-e o raja hanumanásana
-despertar a kundaliní
-difundir o Yôga
-ver mais minhas amigas
-e meus primos e tio, recém reconcetados
-acabar meu mestrado
-e começar o doutorado
-passar três dias visitando o Louvre
- voltar para Granada...
-e para Praga
-dar um beijo no Figo
-e no Gael... (meu marido sabe... e deixa...)
-tomar Chai em Rishikesh
-e comer funjii na África
-dirigir pelas Higlands
-e assistir a um show do Gaelic Storm na Irlanda, com minha irmã...
-reler Grande Sertão Veredas
-ver o Palmeiras voltar a ser campeão
-e quem sabe o Brasil Hexa...
Quero...
-votar certo
-ter orgulho de ser brasileira
-ver uma mulher no lugar do Bush...
-e do Ehud Olmert,
-e do Mahmoud Ahmadinejad
-ver uma mulher presidente do Brasil (não a Marta...)
-quem sabe eu......
Quero...
-Ir pra Índia
-Saltar de pára quedas
-ler Em Busca do Tempo Perdido, do Proust
-falar italiano
-estudar Filosofia
-escrever um livro
-ter sobrinhos
-voltar a estudar alemão
-ler Ulisses, do Joyce
-conhecer Stradford upon Avon, a cidade do Shakespeare
-fazer o vrishkásana
-e o raja hanumanásana
-despertar a kundaliní
-difundir o Yôga
-ver mais minhas amigas
-e meus primos e tio, recém reconcetados
-acabar meu mestrado
-e começar o doutorado
-passar três dias visitando o Louvre
- voltar para Granada...
-e para Praga
-dar um beijo no Figo
-e no Gael... (meu marido sabe... e deixa...)
-tomar Chai em Rishikesh
-e comer funjii na África
-dirigir pelas Higlands
-e assistir a um show do Gaelic Storm na Irlanda, com minha irmã...
-reler Grande Sertão Veredas
-ver o Palmeiras voltar a ser campeão
-e quem sabe o Brasil Hexa...
Quero...
-votar certo
-ter orgulho de ser brasileira
-ver uma mulher no lugar do Bush...
-e do Ehud Olmert,
-e do Mahmoud Ahmadinejad
-ver uma mulher presidente do Brasil (não a Marta...)
-quem sabe eu......
quarta-feira, novembro 08, 2006
Sessão "Homens na vida das mulheres parte I: O Terapeuta"
Hoje cheguei à mais consciente convicção de que não vivo, atualmente, sem meu terapeuta..... Quem mais vai me dizer as barbaridades que só ele me diz sem que eu revide quebrando em sua cabeça um vaso chinês? E, pra piorar, ele ainda é pago pra isso.....
Nossa história já é antiga, das épocas em que a Jeca era Mundial, e já sofria complexidades interessantes, nada confessáveis assim, ao domínio público.
"Me auto dei alta a mim mesma", achando que "ok, tudo estava resolvido..."
Quatro anos depois, recém chegada à vida na roça, lá estava eu de volta, sofrendo de fortes crises de desepero, cada vez que uma vassoura ou uma tábua de passar roupa se aproximavam de mim..... Elas povoavam meus sonhos, junto com a poeira, mato, o galo do terreno ao lado e um vazio imenso de sons...... Ele me salvou, novamente, dessa batalha psicológica contra o tédio, as mudanças e os eletrodomésticos....
Mas aprendi que quem possui o poder divino da "alta" é ele, não eu.... Já renunciei à pretensão de julgar-me conhecedora profunda das minhas pirações, e passei a ele, benevolentemente, o bastão..... Mesmo porque, só com diploma de psicologia, pedagogia e bioenergética para ter estrutura para as minhas complexidades.... Eu sou uma mera professora de português, não dou conta de encarar tudo sozinha....
Só ele, com seu preparo, paciência e provavelmente sessões de supervisão para não perder os parafusos, para ter coragem e clareza para dizer o que preciso ouvir...
Ás vezes ele me surpreende, e fala exatamente o que quero, até mesmo concordando com algumas maluquices ideológicas minhas. Outras, ele aponta caminhos para minhas reflexões, e com algum custo, descubro nuances sozinha..... Mas, quando preciso de um chacoalhão, de uns tapas do tipo
"Se controla, mulher, (paft!) Se controla! (paft!)"
é ele que está ali, pra enfiar os dois dedos nos meus olhos...... E, por incrível que pareça, ele me pega no colo, quando preciso de consolo.... Literalmente..... Chorar até explodir no colo de alguém que te conhece tão bem, vale cada centavo dos que ele ganha pra me aguentar.....
E não gosto de me denominar "complicada", hein?..... Isso soa algo como "problemática, sem jeito e sem cura".
Não que eu não seja, mas prefiro pensar que sou complexa...... A complexidade traz em si um certo grau de mistério, desassociado da loucura Pinel.... Algo como "uma mulher cheia de nuances, de idiossincrasias..."
Mesmo por que, ainda não estou rasgando dinheiro, nem achando que sou Napoleão, nem fazendo bilu bilu enquanto balanço meu corpo num canto do quarto.....
Vamos ver até quando.....
Inté!
Nossa história já é antiga, das épocas em que a Jeca era Mundial, e já sofria complexidades interessantes, nada confessáveis assim, ao domínio público.
"Me auto dei alta a mim mesma", achando que "ok, tudo estava resolvido..."
Quatro anos depois, recém chegada à vida na roça, lá estava eu de volta, sofrendo de fortes crises de desepero, cada vez que uma vassoura ou uma tábua de passar roupa se aproximavam de mim..... Elas povoavam meus sonhos, junto com a poeira, mato, o galo do terreno ao lado e um vazio imenso de sons...... Ele me salvou, novamente, dessa batalha psicológica contra o tédio, as mudanças e os eletrodomésticos....
Mas aprendi que quem possui o poder divino da "alta" é ele, não eu.... Já renunciei à pretensão de julgar-me conhecedora profunda das minhas pirações, e passei a ele, benevolentemente, o bastão..... Mesmo porque, só com diploma de psicologia, pedagogia e bioenergética para ter estrutura para as minhas complexidades.... Eu sou uma mera professora de português, não dou conta de encarar tudo sozinha....
Só ele, com seu preparo, paciência e provavelmente sessões de supervisão para não perder os parafusos, para ter coragem e clareza para dizer o que preciso ouvir...
Ás vezes ele me surpreende, e fala exatamente o que quero, até mesmo concordando com algumas maluquices ideológicas minhas. Outras, ele aponta caminhos para minhas reflexões, e com algum custo, descubro nuances sozinha..... Mas, quando preciso de um chacoalhão, de uns tapas do tipo
"Se controla, mulher, (paft!) Se controla! (paft!)"
é ele que está ali, pra enfiar os dois dedos nos meus olhos...... E, por incrível que pareça, ele me pega no colo, quando preciso de consolo.... Literalmente..... Chorar até explodir no colo de alguém que te conhece tão bem, vale cada centavo dos que ele ganha pra me aguentar.....
E não gosto de me denominar "complicada", hein?..... Isso soa algo como "problemática, sem jeito e sem cura".
Não que eu não seja, mas prefiro pensar que sou complexa...... A complexidade traz em si um certo grau de mistério, desassociado da loucura Pinel.... Algo como "uma mulher cheia de nuances, de idiossincrasias..."
Mesmo por que, ainda não estou rasgando dinheiro, nem achando que sou Napoleão, nem fazendo bilu bilu enquanto balanço meu corpo num canto do quarto.....
Vamos ver até quando.....
Inté!
terça-feira, novembro 07, 2006
Dividindo Poesia....
Se...
Se fosse medieval
Seria plebéia
Moraria em um burgo
E comeria pão com metaglim
Para espantar o frio.
Se vivesse a Revolução Francesa
Seria nobre
Moraria na corte
E contaria os dias com futilidades
Para espantar o tédio.
Se fosse contemporânea de Machado
Seria burguesa
Moraria no Botafogo
E viveria à sombra da família
Para espantar as fofocas.
Se vivesse nos anos dourados
Seria hippie
Moraria em Berkeley
E tomaria LSD
Para espantar a maldade mundana.
Mas não,
Nasci no fim do século XX
Sou mais uma romântica,
Moro em meio à loucura metropolitana
E escrevo poesia
Para espantar a solidão...
março, 1998
Se fosse medieval
Seria plebéia
Moraria em um burgo
E comeria pão com metaglim
Para espantar o frio.
Se vivesse a Revolução Francesa
Seria nobre
Moraria na corte
E contaria os dias com futilidades
Para espantar o tédio.
Se fosse contemporânea de Machado
Seria burguesa
Moraria no Botafogo
E viveria à sombra da família
Para espantar as fofocas.
Se vivesse nos anos dourados
Seria hippie
Moraria em Berkeley
E tomaria LSD
Para espantar a maldade mundana.
Mas não,
Nasci no fim do século XX
Sou mais uma romântica,
Moro em meio à loucura metropolitana
E escrevo poesia
Para espantar a solidão...
março, 1998
domingo, novembro 05, 2006
Se joga!!!!!!
Fogo interno da Jeca!!!!!
Domingo de sol, e eu morrendo de vontade de tomar sorvete!!!!!! Mas não só tomar um sorvetinho qualquer, um dia como esse pede um daqueles caprichados, do tipo "se joga":
Uma bola de chocolate gianduia, outra de New York Fudge........
(a boca da jeca, neste momento, saliva...)
Salpica uma farofa de castanha por cima, aperta aquela máquina quase fálica que solta a calda de chocolate e, pra finalizar, espeta um daqueles biscoitos canudinhos...
E a cena que se segue é digna de Woody Allen: Jeca com a boca marrom de sorvete, vestido branco respingado, e a cara de prazer típica das relações "mulher/ chocolate"...... Jogaaaaada.....
E aqui não tem...... Não tô exagerando, não, é verdade..... Sorveteria aqui é daquelas de botecão, com uma geladerinha cheia de picolés meia boca......
Não rola, não é sorvete que se encaixe na cena clássica de um filme cult..... Mas enfim, ainda bem que moro há uma horinha da capitarrrr, primeira coisa que farei lá, é invadir uma La Basque que estiver no meu caminho e....... Se joooooga!!!!!
Inté!
Domingo de sol, e eu morrendo de vontade de tomar sorvete!!!!!! Mas não só tomar um sorvetinho qualquer, um dia como esse pede um daqueles caprichados, do tipo "se joga":
Uma bola de chocolate gianduia, outra de New York Fudge........
(a boca da jeca, neste momento, saliva...)
Salpica uma farofa de castanha por cima, aperta aquela máquina quase fálica que solta a calda de chocolate e, pra finalizar, espeta um daqueles biscoitos canudinhos...
E a cena que se segue é digna de Woody Allen: Jeca com a boca marrom de sorvete, vestido branco respingado, e a cara de prazer típica das relações "mulher/ chocolate"...... Jogaaaaada.....
E aqui não tem...... Não tô exagerando, não, é verdade..... Sorveteria aqui é daquelas de botecão, com uma geladerinha cheia de picolés meia boca......
Não rola, não é sorvete que se encaixe na cena clássica de um filme cult..... Mas enfim, ainda bem que moro há uma horinha da capitarrrr, primeira coisa que farei lá, é invadir uma La Basque que estiver no meu caminho e....... Se joooooga!!!!!
Inté!
sexta-feira, novembro 03, 2006
"Meu partido, é um coração partido!
quinta-feira, novembro 02, 2006
Hotel Ruanda.....
Há muito tempo eu não chorava aquele choro feio por causa de algum filme.... Sabe choro choro mesmo, de ter que assoar o nariz e de ver o peito subir e descer da respiração ofegante?
Então, hoje voltei a chorar assim..... Não foi por amor, nem paixão.... Não foi por figuras paternas nem por amizades tristes.....
Foi por vergonha...... vergonha de ser humana..... vergonha de ser branca...... vergonha da nossa incapacidade, pequenez e das nossas bundas gordas no sofá, enquanto o mundo se mata......
Filme pra mexer suas estruturas internas, e te fazer pensar um pouco, sobre o que você está fazendo aqui.....
"O QUÊ???? O quê VOCÊ está fazendo aqui?"
Hotel Ruanda
Inté!
Então, hoje voltei a chorar assim..... Não foi por amor, nem paixão.... Não foi por figuras paternas nem por amizades tristes.....
Foi por vergonha...... vergonha de ser humana..... vergonha de ser branca...... vergonha da nossa incapacidade, pequenez e das nossas bundas gordas no sofá, enquanto o mundo se mata......
Filme pra mexer suas estruturas internas, e te fazer pensar um pouco, sobre o que você está fazendo aqui.....
"O QUÊ???? O quê VOCÊ está fazendo aqui?"
Hotel Ruanda
Inté!
quarta-feira, novembro 01, 2006
"No escurinho do cinema..."
Hoje a tempestade invadiu São Paulo, e lá estava eu, no meio do trânsito, tentando voltar para a roça..... Aqui não tem dessas coisas, sabe? Trânsito é um máximo de 7, 8 carros num cruzamento esperando passagem... Mas enfim, a chuva de hoje me levou pra um tempo muito bom da infância...
Morávamos no Morumbi, em uma casa de três andares, bem naquela fase insuportável de adolescência.... Paracem detalhes bestas de se dar, mas são fundamentais para este post:
Morumbi: é campeão de ficar sem luz em dia de chuva......
Casa de três andares: coisa mais fácil pra uma adolescente chata se esconder da família e tentar passar o mínimo de tempo junto....
Fase insuportável de adolescência: só para vocês terem uma noção, tive que ouvir, dia desses, de um primo:
"Naquela fase sempre gostei mais da sua irmã..... Você era muito metida".......
Mas tudo bem, pago caro a terapia pra superar essa imagem... Hoje em dia, até que sou uma pessoa legal..... (Pelo menos é o que minhas amigas me dizem, snif snif...)
Mas enfim, nos idos dos anos 80 e 90 morávamos nessa casa, e virava e mexia a luz acabava.... E nós tínhamos uma dinâmica que hoje percebo como das mais maravilhosas da minha vida em família: Eu tinha que sair da toca, íamos os 4 pra sala, minha mãe espalhava velas e nós ficávamos ali, no escuro, simplesmente batendo papo.......
Sem televisão..... Sem amigas no telefone...... Sem rádio, ouvindo fitas gravadas repletas de Erasure, Legião, New Order, etc.
Só nós quatro, botando o papo em dia......
Lembro das risadas, das piadas infames do meu pai (parece que pai é feito pra isso, né? contar as piadas mais infames...) das histórias que D. Dora e S. Antonio contavam sobre a vida deles.... Acho que foi nessas sessões de escuro que aprendi que eles não nasceram no momento em que eu cheguei pra iluminar a vida deles...
Meu pai, às vezes, contava histórias de terror, de sua época de anos 30 em Portugal, e vinha com a mão por baixo pegar nosso pé, pra assustar.......... Até hoje eu e minha irmã tentamos, sem sucesso, fazer isso...
Lembro desses apagões com muita saudade e carinho, e fico orgulhosa de nós....
Outro dia ouvi um educador dizer que ouve constantemente de pais: "Detesto quando acaba a luz em casa! Não sei o que fazer com as crianças, pra elas ficarem quietas......"
Que triste.... Parece que estão tão apoiados no computador, na tv, no som, que deixam morrer a tradição mais antiga da humanidade:
Sentar-se em volta da fogueira pra contar histórias....
Que venham meus filhos..... E que, se a luz daqui da roça for eficiente mesmo e nunca acabar, eu já sei o que fazer! É só..... apertar o interruptor.....
Inté!
Morávamos no Morumbi, em uma casa de três andares, bem naquela fase insuportável de adolescência.... Paracem detalhes bestas de se dar, mas são fundamentais para este post:
Morumbi: é campeão de ficar sem luz em dia de chuva......
Casa de três andares: coisa mais fácil pra uma adolescente chata se esconder da família e tentar passar o mínimo de tempo junto....
Fase insuportável de adolescência: só para vocês terem uma noção, tive que ouvir, dia desses, de um primo:
"Naquela fase sempre gostei mais da sua irmã..... Você era muito metida".......
Mas tudo bem, pago caro a terapia pra superar essa imagem... Hoje em dia, até que sou uma pessoa legal..... (Pelo menos é o que minhas amigas me dizem, snif snif...)
Mas enfim, nos idos dos anos 80 e 90 morávamos nessa casa, e virava e mexia a luz acabava.... E nós tínhamos uma dinâmica que hoje percebo como das mais maravilhosas da minha vida em família: Eu tinha que sair da toca, íamos os 4 pra sala, minha mãe espalhava velas e nós ficávamos ali, no escuro, simplesmente batendo papo.......
Sem televisão..... Sem amigas no telefone...... Sem rádio, ouvindo fitas gravadas repletas de Erasure, Legião, New Order, etc.
Só nós quatro, botando o papo em dia......
Lembro das risadas, das piadas infames do meu pai (parece que pai é feito pra isso, né? contar as piadas mais infames...) das histórias que D. Dora e S. Antonio contavam sobre a vida deles.... Acho que foi nessas sessões de escuro que aprendi que eles não nasceram no momento em que eu cheguei pra iluminar a vida deles...
Meu pai, às vezes, contava histórias de terror, de sua época de anos 30 em Portugal, e vinha com a mão por baixo pegar nosso pé, pra assustar.......... Até hoje eu e minha irmã tentamos, sem sucesso, fazer isso...
Lembro desses apagões com muita saudade e carinho, e fico orgulhosa de nós....
Outro dia ouvi um educador dizer que ouve constantemente de pais: "Detesto quando acaba a luz em casa! Não sei o que fazer com as crianças, pra elas ficarem quietas......"
Que triste.... Parece que estão tão apoiados no computador, na tv, no som, que deixam morrer a tradição mais antiga da humanidade:
Sentar-se em volta da fogueira pra contar histórias....
Que venham meus filhos..... E que, se a luz daqui da roça for eficiente mesmo e nunca acabar, eu já sei o que fazer! É só..... apertar o interruptor.....
Inté!
segunda-feira, outubro 30, 2006
Memórias...
Ontem a Jeca foi votar... e tomou uma decisão importante! Não vou levar meu título para a roça, não...
Eu voto em Sampa mesmo, e voto na escola onde estudei até a 8a série... Como há muito tempo não faço mais visitas, aproveito as eleições para matar a saudade... É tão bom voltar no tempo, não? Ontem fiquei até emocionada, subindo a rampa que leva aos corredores... tantas memórias... Nossa, eu fui tão feliz ali e jamais imaginei que um dia fosse valorizar tanto, nao só o espaço, mas também os momentos que passei ali.
De uma variedade enorme de categorias de lembranças, escolhi uma para destrinchar... Nada de bagunças, choros, amigas, ou assombrações... ( a escola é de freiras, as histórias de assombrações são muuuuuuitas), mas sim o tópico que mais agrada as meninas: os meninos!!!
Um canto escondido... um banco de concreto... um menino e uma menina de 11 anos, no recreio... Carioca e Tatiana se chamavam de namorados, mas ainda nem sabiam exatamente o que era isso. Tatiana, já com indicadores de alta complexidade feminina acabava o tal namoro a cada 15 dias... Carioca, se iniciando na arte da compreensão e paciência, a cada 15 dias já sabia que aquele término duraria pouco... Dia seguinte voltavam ao banco de concreto, atrás da 5a série E, para reatar o namoro....
Um corredor isolado das outras salas, era ali que as crianças da 5a E ficavam... Dois meninos, Ricardo e Edgar, sempre duros e mortos de fome, vinham pedir mordidas do lanche da Tatiana, que, sempre faminta, negava. Edgar, alto, bem alto, se ajoelhava pedindo uma migalha da coxinha de frango, e Tatiana descia a mao na orelha dele...
A 6a série B recebe um aluno novo, apelidado imediatamente de Biro Biro, por seus cachos. Walter era seu nome, e ele e Tatiana começam uma amizade à base de brigas, como bons meninos e meninas de 12 anos. Um belo dia, vestida com a saia de educação física, Tatiana briga com Biro Biro, e ao se sentar, perde o equilíbrio e cai da cadeira.... DE PERNAS PRA CIMA.... Flash inesquecível.. Biro Biro apontando para Tatiana jogada no chão, vestida de saia... de pernas pro ar... e ele rindo... rindo.... rindo.....
Em outro corredor, já na 7a C, a Tatiana de 13 anos começa a reparar nos meninos do 1o colegial...Um deles, Luiz, skatista, tinha uma franja que caía no olho, e....já indicando os futuros gostos da Jeca, uma bela representada napa e olhos pequenos....Meninos do colegial e meninas da 7a serie combinam... Afinal, é com os da mesma idade que elas gostam de brigar... Então os corredores da escola passam a ter outra finalidade, outra atmosfera... Quase uma passarela...
É ali que a menina da 7a série se posiciona para o skatista do 1o colegial a notar... Estrategicamente colocada, expressão "não tô nem aí" estrategicamente montada e amigas estrategicamente preparadas..... Tudo tão estrategicamente planejado, que no primeiro encontro no shopping, o segurança pediu para aqueles dois adolescentes irem se beijar lá fora, ali não era lugar pra aquela pouca vergonha...
Segurança estrategicamente alocado...
E então, em um belo dia, uma Tatiana já com 18 anos tem acesso noturno àqueles corredores.De volta ao colegio, depois de uma fase em outros corredores, (maravilhosos e emocionantes também) a moça começa a fazer teatro, sexta feira à noite...
Desta vez, quem chama atenção da futura Jeca não é nenhum daqueles meninos mais velhos que um dia a motivaram a acordar para ir pra escola. Mas um que ela jamais notaria nos áureos anos de 7a série, pois naquela época, ele estava na..... 4a série......
Mas agora os tempos são outros, e uma garota de 18 anos já compreende que alguns meninos de 16 não são assim tão meninos... E, naqueles corredores de piso vermelho e preto, portas de madeira com janelinha de vidro e paredes de tijolinho, o menino/moço e a garota que acaba de tirar carta de motorista iniciam mais uma história, mais uma série de momentos carregados de "adolescência", que ficam impregandos naquele espaço...
Apertar os botões da urna em um lugar tão cheio de lembrancas, em que a cada eleição encontro pessoas que fizeram parte de 9 anos de colégio e mais 2 de teatro, fica até prazeroso...
"O Colégio Pio XII é exempla-ar, continuação do nosso lar......"
Inté!
Eu voto em Sampa mesmo, e voto na escola onde estudei até a 8a série... Como há muito tempo não faço mais visitas, aproveito as eleições para matar a saudade... É tão bom voltar no tempo, não? Ontem fiquei até emocionada, subindo a rampa que leva aos corredores... tantas memórias... Nossa, eu fui tão feliz ali e jamais imaginei que um dia fosse valorizar tanto, nao só o espaço, mas também os momentos que passei ali.
De uma variedade enorme de categorias de lembranças, escolhi uma para destrinchar... Nada de bagunças, choros, amigas, ou assombrações... ( a escola é de freiras, as histórias de assombrações são muuuuuuitas), mas sim o tópico que mais agrada as meninas: os meninos!!!
Um canto escondido... um banco de concreto... um menino e uma menina de 11 anos, no recreio... Carioca e Tatiana se chamavam de namorados, mas ainda nem sabiam exatamente o que era isso. Tatiana, já com indicadores de alta complexidade feminina acabava o tal namoro a cada 15 dias... Carioca, se iniciando na arte da compreensão e paciência, a cada 15 dias já sabia que aquele término duraria pouco... Dia seguinte voltavam ao banco de concreto, atrás da 5a série E, para reatar o namoro....
Um corredor isolado das outras salas, era ali que as crianças da 5a E ficavam... Dois meninos, Ricardo e Edgar, sempre duros e mortos de fome, vinham pedir mordidas do lanche da Tatiana, que, sempre faminta, negava. Edgar, alto, bem alto, se ajoelhava pedindo uma migalha da coxinha de frango, e Tatiana descia a mao na orelha dele...
A 6a série B recebe um aluno novo, apelidado imediatamente de Biro Biro, por seus cachos. Walter era seu nome, e ele e Tatiana começam uma amizade à base de brigas, como bons meninos e meninas de 12 anos. Um belo dia, vestida com a saia de educação física, Tatiana briga com Biro Biro, e ao se sentar, perde o equilíbrio e cai da cadeira.... DE PERNAS PRA CIMA.... Flash inesquecível.. Biro Biro apontando para Tatiana jogada no chão, vestida de saia... de pernas pro ar... e ele rindo... rindo.... rindo.....
Em outro corredor, já na 7a C, a Tatiana de 13 anos começa a reparar nos meninos do 1o colegial...Um deles, Luiz, skatista, tinha uma franja que caía no olho, e....já indicando os futuros gostos da Jeca, uma bela representada napa e olhos pequenos....Meninos do colegial e meninas da 7a serie combinam... Afinal, é com os da mesma idade que elas gostam de brigar... Então os corredores da escola passam a ter outra finalidade, outra atmosfera... Quase uma passarela...
É ali que a menina da 7a série se posiciona para o skatista do 1o colegial a notar... Estrategicamente colocada, expressão "não tô nem aí" estrategicamente montada e amigas estrategicamente preparadas..... Tudo tão estrategicamente planejado, que no primeiro encontro no shopping, o segurança pediu para aqueles dois adolescentes irem se beijar lá fora, ali não era lugar pra aquela pouca vergonha...
Segurança estrategicamente alocado...
E então, em um belo dia, uma Tatiana já com 18 anos tem acesso noturno àqueles corredores.De volta ao colegio, depois de uma fase em outros corredores, (maravilhosos e emocionantes também) a moça começa a fazer teatro, sexta feira à noite...
Desta vez, quem chama atenção da futura Jeca não é nenhum daqueles meninos mais velhos que um dia a motivaram a acordar para ir pra escola. Mas um que ela jamais notaria nos áureos anos de 7a série, pois naquela época, ele estava na..... 4a série......
Mas agora os tempos são outros, e uma garota de 18 anos já compreende que alguns meninos de 16 não são assim tão meninos... E, naqueles corredores de piso vermelho e preto, portas de madeira com janelinha de vidro e paredes de tijolinho, o menino/moço e a garota que acaba de tirar carta de motorista iniciam mais uma história, mais uma série de momentos carregados de "adolescência", que ficam impregandos naquele espaço...
Apertar os botões da urna em um lugar tão cheio de lembrancas, em que a cada eleição encontro pessoas que fizeram parte de 9 anos de colégio e mais 2 de teatro, fica até prazeroso...
"O Colégio Pio XII é exempla-ar, continuação do nosso lar......"
Inté!
sexta-feira, outubro 27, 2006
O nariz.....
Pergunta rápida, voltada à comunidade científica: Por que nós, mulheres, temos tamanha tara pela combinação masculina olhos pequenos + nariz grande??? Não me venham com aquela resposta espertinha que faz ligação entre nariz e atributos sexuais, que essa é velha! Tem que haver algo a mais nisso.....
A jeca fica aqui pensando, buscando respostas para esse incrível dilema da vida feminina...
Inté!
A jeca fica aqui pensando, buscando respostas para esse incrível dilema da vida feminina...
Inté!
terça-feira, outubro 24, 2006
O Rio de Janeiro continua lindo... E eu também....
Este é um post polêmico... Se você é um homem, casado e muito ciumento, que tem enormes dificuldades em aceitar a emancipação (física e afetiva) da sua mulher não leia... Pode dar em divórcio... Se, por outro lado, você é esposa de um ser desses, cuidado... Muita coisa pode mudar... Será que ele aguenta o tranco?......
Bom, nesse fim de semana cheguei a algumas conclusões muito interessantes sobre a relação auto estima e casamento... E descobri que há uma legião de homens profundamente burros (desculpe a sinceridade, eu disse que era polêmico) e ignorantes quando o assunto é mulher.... Não que sejamos um assunto fácil de ser digerido e assimilado, mas alguns pontos são bastante óbvios...
Esses rapazes, banhados por uma grande insegurança, acham que o que eles fazem de melhor para suas esposas é trancafiá-las em casa, impor-lhes sua companhia constante e, para deixá-las com a auto estima "lá em cima", elogiá-la de vez em quando.....
"Nossa, legal essa roupa em você..."
BÉÉÉMMMM!!!!! Errado
Errado e constatado!!!
Eu sei que meu marido me acha linda, afinal, ele se casou comigo. Agora..... Não é bom saber que ele não é o único????
Quem não gosta (e nisso eu incluo ELES também...) de andar pela rua e ver que cabeças viram pra te ver passar????????? Isso mata????? Bom, eu estou bem é viva..... E se isso acontecer na praia, melhor ainda...... E não em qualquer praia..... Ipanema! Pronto, atestei por mais um ano minha auto estima!
Em certas praias, as cabeças virarem ao te verem passar não é mais do que a obrigação das tais cabeças!!!!! Mas em outras, o negócio é diferente....
Ipanema consagrou a famosa Garota... Corpo dourado, cabelos loiros, bunda dura, peito siliconado e média de 23 anos... Aí chega você: paulista, tinta número branca inverno, e todas as características que agregam os 30 anos...... E faz sucesso...... BOOOOOOOMMMMM, auto estima na lua!
Maridos, calma! Garanto que isso os afeta da maneira mais positiva possível... Lembra daquela moça por quem você se apaixonou, e que depois pediu em casamento? Pois é, lá atrás, aquele brilho no olho dela se chamava auto estima! Se esse brilho não é carregado de tempos em tempos (e de várias maneiras, claro), aquela moça que se vestiu de noiva para você vira a matrona que você nunca quis como esposa....
E detalhe: não adianta você estar junto! O código de honra masculino impede a azaração descarada em direção a mulheres acompanhadas! Fato. Além do que, a mulher precisa desses momentos de independência, portanto, fique tranquilo, esse free style só incrementa a auto estima e dá saudades!!!
E é batata! A mulher que se sente desejada, bonita e capaz de ainda parar rodinhas na praia, chega em casa, pro maridão, mais feminina e mais feliz.
E todos ganham! Ela, o marido, e claro, o casamento!!!
(Ps: antes que homens venham bombardear-me com tenho ditos de braveza, já adianto que sou favorável ao inverso também!!! Percebo no olho do Sr. Jeca, quando ele vem de uma saída com os amigos ou até mesmo de uma viagem sozinho, se o ego dele foi massageado.... E agradeço à responsável, por que no fim das contas, sou eu quem saio no lucro!)
Inté!
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