quinta-feira, dezembro 21, 2006

Papai Noel de Bombacha!




Natal....
Falar de Natal é inevitável, não? Não pela data em si, mas pela reunião que ela favorece.
Natal há muuuuuuito já perdeu a ligação original e se transformou em uma data arquétipo de renovação, de reflexão e balanço e mais que isso, de família....

Ninguém passa o Natal na balada... Nem que coma um peruzinho em casa e depois saia, mas por menor que seja a família, é com ela que se passa...

Eu curto muito esta data. Como já disse antes, sou muito ritualística, e todo ritual de amor me emociona. E alguns Natais são mais especiais que outros, e este ano certamente será.

Minha mãe é gaúcha, e nossas férias de infância sempre foram lá. Verão, inverno, estávamos direto na casa da nonna brincando e brigando com a primaiada!

Ir até Concórdia já era em si um ritual. Acordávamos às 4 e 30 da mnahã, tomávamos Dramim e pegávamos a estrada.... Sanduíche de atum, bala de caramelo, meu pai cantando músicas portuguesas e minha mãe dormindo com o pé apoiado no painel.....

A história da minha família é a típica de toda família imigrante de italianos, e quem quiser ver como os Colla viviam, é só ver o filme “O Quatrilho”, com direito a Tia Gema e casa de ripa de madeira.
Minha nonna ainda mora numa casa destas, de madeira pintadinha de azul, porão e varanda.

Acho que minha vivência com eles me fez um pouco nostálgica, pois sempre me senti voltando no tempo lá. Meu tio mais velho morou até seus últimos dias na casa onde minha mãe nasceu, à beira de uma estrada de terra, em que ela e seus três irmãos (tio Sadi, tia Rose e tio Cilon... Gastón, sua mãe vai adorar os nomes da minha família...) andavam para chegar à vila mais próxima. A casa não tinha portas, mas cortinas nas divisórias. O banheiro era uma casinha nos fundos, como se vê nos filmes medievais!

À frente, o cemitério, que era responsabilidade de meu nonno.
Na infância, minhas primas mais velhas que moravam ali nos levavam para visitar o túmulo dele e nos contar histórias de terror, e das mortes... Elas sabiam todas....

Cresci sentindo o cheiro do chiqueiro da casa simples onde minha mãe nasceu... Cresci esperando o cheiro da Sadia (Concórida é a sede da Sadia, a cidade toda cheira a frigorífico) pra saber que chegamos! Estes aromas até hoje me agradam muito, por mais maluco que seja, pois me levam de volta para a infância... Não posso pegar um caminhão de porcos na estrada que fico maluca!

Cresci tomando chimarrão de leite para as crianças nas varandas das casas dos parentes. Cadeiras de palha, chão de madeira que range, nata no pão e no biscoito, geléia de uva feita pelos pés da minha própria nonna......

Cresci ouvindo gaita gaúcha e comendo churrasco e polenta.
Nunca me esquecerei do dia em que meu tio me chamou para tomar chimarrão com os adultos! Deixar de tomar o doce mate de leite para encarar o amargo do “chima” foi um dos rituais mais significativos da minha vida, não era mais criança, já havia crescido....

Sou uma privilegiada por ter visto e vivido tudo isso, e morro de saudades de lá....

Mas claro, nem tudo são flores.... Família é família, e nós que moramos longe sempre somos motivo para conversas e críticas... Um ano estou gorda demais, outro magra demais.... Um ano sou alta demais, outro baixa demais.... Mas me divirto com isso, e espero ansiosamente por sentar na varanda da minha nonna, ouvir seu delicioso falar cantado, escutar as histórias e tomar chimarrão...

E este ano terá ainda um adicional.... Vamos refazer a viagem de carro......

Bom, queridos leitores, tentarei ainda postar alguma coisa de lá, mas se não der, a Jeca se despede pro ano, e só volta no seu aniversário, dia 8!
Que todos nós aproveitemos nossos rituais de fim de ano da melhor maneira possível, com amor e paz....

Um beijo enorme para cada um de vocês!!!!

Inté!

10 comentários:

Anônimo disse...

caramba tenho lembranças muito parecidas.... lembro de pegar a estrada em uma caravan, santana, belina.... mas gosto de estar longe dos parentes ache que se eu estivesse sempre do lado deles não teria tanta saudades ao ve-los... boas ferias Jeca e CUIDADO COM O LIMÃO !!

Anônimo disse...

ki liiiiiiiiiindo tudo que escreveu prima, estamos te esperando!!! Beijos!

Sofia disse...

Que lindo, Jeca!!
Desejo um Feliz Natal, mas vou esperar o seu retorno para te desejar um feliz aniversário ;)
Abraços,

Anônimo disse...

Bah, mas tu não me volta aqui sem trazer três loiras pra mim de lá do sul. Tu nem aparece aqui sem elas!

Tati, bom natal pra todos vocês. Um beijo enorme na Caia. E que bom que resolvemos ter blogs, orkuts e afins. Adoro vocês e a falta de contato me dói menos.

Inté 2007 Jeq's.

Anônimo disse...

Ai, que delícia, tche!!!! Agora estamos aqui tomando um chimarrão!! Que saudade q eu tava desse povo!

Cláudia disse...

Tati
feliz 2007!
vc descreveu o sitio da minha avó, a gente só nao tinha chimarrão, porque era no interior do ES, mas todo o resto está ali.
Até os nomes esquisitos na família. Ou você conhece mais alguém que tem um primo chamado Pablyto Robert?
beijo

Anônimo disse...

Ai não, cheiro de caminhão de porcos não dáááááá, rs*..... Sou muuuito enjoada com cheiros, Tati, rs*... Crê que só de pensar me deu vontade de vomitar?!

Queriiiida bela moça, desejo seus desejos para 2007!!! Que tudo seja pleno de poesia, colheita e doces frutos...

Muitos beijos e SwáSthya

MM

Anônimo disse...

Jeca

Usei a mesma foto que voçê no meu blog...risos...Tenha um excelente 2007.

Beijos

Anônimo disse...

Eu como uma Jeca legitima de Botucatu não tomava chimarrão mas meu Tio Mario (in memorian) tinha um sotaque desgraçado...os erres fortissimos...ele foi criado na fazenda!!!!
beijos

Anônimo disse...

Feliz,2007...atrasado!!
Amei.o.blog...
estar.com.a.familia.no.Natal.é.maravilhoso...
ainda.melhor.rodiada.de.boas.lembranças.e.belas.historias..
bjão.felicidades!