quinta-feira, novembro 30, 2006
Jeca News...
Como já anunciado por outros meios eletrônicos, como o blog do queridíssimo Gastón, o Jeca News tem o prazer de comunicar a chegada, ainda em forma de zigoto, de um futuro Jequinha..... Zigoto, pois ainda nem é embrião, só se torna embrião semana que vem, quando o coraçãozinho começar a pulsar.....
5 semanas é cedo pra a anúncios, mas a ansiedade do mundo não permite segredos muito longos, então resolvi postar esse momento tão importante em nossas vidas....
O interessante é observar a mudança no comportamento das pessoas, especialmente da família e mais especificamente dos membros femininos do clã....
Olhos se enchem de lágrimas, vozes embargam e de repente, seu umbigo passa a ser um canal de comunicação com as profundezas do seu corpo.
(algo que, para mim, é um martírio, uma vez que eu possuo uma desesperadora aflição de umbigo... não consigo nem colocar meu dedo nele, quiçá superar a enorme proximidade de narizes naquela região delicada.....)
Você olha de cima cabeças se grudarem na sua barriga e buscarem algum contato de terceiro grau com algo do tamanho de um grão de arroz que está ali.... Neste estágio, o máximo que conseguirão é com o grão de arroz que eu comi no almoço, só....
O conteúdo do meu intestino deve estar estranhando, nunca recebeu tanta atenção na vida..... Deve estar se achando O melhor bolo fecal do universo.... Isso por que mesmo sendo mulheres, todas se esquecem que o útero fica bem abaixo do umbigo, e acabam falando mesmo com o churrasco de domingo.
Bom, tá valendo...
O que importa é que um estado de gravidez mexe com todos, tias, tios, avós, amigos próximos, leitores, alunos..... O milagre da vida é instintivo em qualquer ser humano, e por isso emociona tanto...
Que continuem falando com o jantar de ontem, logo logo a Madalena ou o Romeo vão escutar, e aí sim, a comunicação terá sido feita, e Jequinha poderá sentir todo o amor que o receberá quando chegar de vez, em julho....
E até lá, segura coração!
Inté!
terça-feira, novembro 28, 2006
A foto........
Bom, depois de muito pensar nos estragos que poderia causar ao publicar essa relíquia de família, depois de pesar prós e contras, fiquei com o único pró possível: as risadas.... Olhe bem, e se você sobreviver, se sua retina não ficar danificada eu vou contar um pouco sobre esse pedaço de papel que se reproduziu como um pequeno Gremlin na família da Jeca....
Que atire a primeira pedra aquelas que, tendo mais de 27 anos, nunca tiveram o corte da moda do início dos anos 80, que, ao contrário do que muitos imaginam, não foi inspirado pela dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, e sim pela atriz Malu Mader em alguma novela da remota época.
Pela nossa cara, naturalmente nos sentíamos lindas..... Eu me lembro de que o barato desse repicado era um "tique" que o acompanhava, que consistia em passar a mão no sentido testa-fundo para ver se o topo da cabeça ficava arrepiado, tipo Cebolinha.... Eu adorava, e lembro de ter pedido para cortar o cabelo assim.....
O problema é que minha mãe deixou......
Na verdade, o grande problema foi ela ter nos levado especialmente a um fotógrafo para registrar o desastre......
Mais ainda, o problema real foi ela ter feito INÚMERAS cópias desse documento agnóstico e literalmente distribuído na família...... Minha avó chegou ao cúmulo de mandar fazer um pôster e o tem até hoje na sala......
Lembro que recobrei os sentidos rapidamente, e assim que o corte cresceu, comecei minha incessante busca a todas as provas de tamanho atentado contra a beleza. Rasguei várias fotos, mas elas não paravam de aparecer.
A adolescência chegou, e os namorados começaram a vir..... Não satisfeita em servir bolo e lanche para eles, a senhora mãe da Jeca fazia questão de mostrar a foto.....
"Olha, que bonitinha..."
E pronto, a crise estava instaurada..... Um ex namorado da minha irmã levou uma cópia com ele, e uma amiga dela ATÉ HOJE a tem no mural do quarto.... Deve servir de repelente, no mínimo...
Ela ficou conhecidíssima pelos que freqüentam nosso clã, e ganhou o apelido de "foto Chitãozinho e Xororó".
Devo acrescentar que quem mais sofreu com a moda do repicado dos anos 80 não fui eu..... Meu cabelo é bem liso e cresce rápido, mas a minha amada irmã...... Como você pode constatar, o cabelo dela ganhou um ar de "juba", que a acompanhou por muitos anos na infância. E era sofrido, por que o cabelo era enorme mas ela muito magra e comprida.
Até o dia em que nossa progenitora descobriu que cabelos cacheados não se penteiam com ESCOVA, mas com pente de dente largo...... Aí sim, foi como colocar óculos em criança míope..... Foi uma descoberta de mundo pra ela. Acho que o trauma foi tão grande que ela jamais cortou o cabelo em corte diferente, tem a mesma cabeleira linda e cacheada desde então.....
Mas enfim, eram os anos 80..... Tudo era possível e aceitado..... A chapinha não existia e ainda não havíamos entrado em linha de produção para ficarmos todas com a mesma cara: loiras prata, lisas e peitudas. Os anos 80 foram do exagero, das ombreiras, das calças bag, dos brincos de plástico e das polainas.
Até que nossos cabelos à la dupla sertaneja não estavam tão fora assim......
Inté!
Que atire a primeira pedra aquelas que, tendo mais de 27 anos, nunca tiveram o corte da moda do início dos anos 80, que, ao contrário do que muitos imaginam, não foi inspirado pela dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, e sim pela atriz Malu Mader em alguma novela da remota época.
Pela nossa cara, naturalmente nos sentíamos lindas..... Eu me lembro de que o barato desse repicado era um "tique" que o acompanhava, que consistia em passar a mão no sentido testa-fundo para ver se o topo da cabeça ficava arrepiado, tipo Cebolinha.... Eu adorava, e lembro de ter pedido para cortar o cabelo assim.....
O problema é que minha mãe deixou......
Na verdade, o grande problema foi ela ter nos levado especialmente a um fotógrafo para registrar o desastre......
Mais ainda, o problema real foi ela ter feito INÚMERAS cópias desse documento agnóstico e literalmente distribuído na família...... Minha avó chegou ao cúmulo de mandar fazer um pôster e o tem até hoje na sala......
Lembro que recobrei os sentidos rapidamente, e assim que o corte cresceu, comecei minha incessante busca a todas as provas de tamanho atentado contra a beleza. Rasguei várias fotos, mas elas não paravam de aparecer.
A adolescência chegou, e os namorados começaram a vir..... Não satisfeita em servir bolo e lanche para eles, a senhora mãe da Jeca fazia questão de mostrar a foto.....
"Olha, que bonitinha..."
E pronto, a crise estava instaurada..... Um ex namorado da minha irmã levou uma cópia com ele, e uma amiga dela ATÉ HOJE a tem no mural do quarto.... Deve servir de repelente, no mínimo...
Ela ficou conhecidíssima pelos que freqüentam nosso clã, e ganhou o apelido de "foto Chitãozinho e Xororó".
Devo acrescentar que quem mais sofreu com a moda do repicado dos anos 80 não fui eu..... Meu cabelo é bem liso e cresce rápido, mas a minha amada irmã...... Como você pode constatar, o cabelo dela ganhou um ar de "juba", que a acompanhou por muitos anos na infância. E era sofrido, por que o cabelo era enorme mas ela muito magra e comprida.
Até o dia em que nossa progenitora descobriu que cabelos cacheados não se penteiam com ESCOVA, mas com pente de dente largo...... Aí sim, foi como colocar óculos em criança míope..... Foi uma descoberta de mundo pra ela. Acho que o trauma foi tão grande que ela jamais cortou o cabelo em corte diferente, tem a mesma cabeleira linda e cacheada desde então.....
Mas enfim, eram os anos 80..... Tudo era possível e aceitado..... A chapinha não existia e ainda não havíamos entrado em linha de produção para ficarmos todas com a mesma cara: loiras prata, lisas e peitudas. Os anos 80 foram do exagero, das ombreiras, das calças bag, dos brincos de plástico e das polainas.
Até que nossos cabelos à la dupla sertaneja não estavam tão fora assim......
Inté!
sexta-feira, novembro 24, 2006
Dividindo Poesia III...
Baile de Máscaras
Rostos cobertos por mistério
Percorrem o salão
Em busca da sensualidade dos lábios
E da excitação dos olhares.
O pobre pierrot já não tem lugar
Em meio à loucura da carne.
Ainda assim
Românticos perdidos
Procuram seus pares
Por trás dos adornos.
Querendo distinguir-se
através do brilho de seus olhares,
Misturam-se à perversão, e iniciam sua caça.
Sorrisinhos
Galanteios
Olhares...
Tudo igual!
A colombina confunde o amor...
Termina nos braços de um tal Juan, que se diz Dom
E apaixonado.
O pierrot chora
E sua colombina termina seu baile
Sem tirar a máscara de seu par
Iludida
Amando a loucura
Sem saber.
Vazia
E só.
quinta-feira, novembro 23, 2006
Olhar infantil...
Mário Quintana escreve na Jeca:
"O disfarce
Cansado da sua beleza angélica, o Anjo vivia ensaiando caretas diante do espelho.
Até que conseguiu a obra-prima do horror.
Veio, assim, dar uma volta pela Terra.
E Lili, a primeira meninazinha que o avistou, pôs-se a gritar da porta para dentro de casa:
'Mamãe! Mamãe! Venha ver como o Frankenstein está bonito hoje!'"
Como nos falta esse olhar, não?....... Obrigada Quintana....
Inté!
"O disfarce
Cansado da sua beleza angélica, o Anjo vivia ensaiando caretas diante do espelho.
Até que conseguiu a obra-prima do horror.
Veio, assim, dar uma volta pela Terra.
E Lili, a primeira meninazinha que o avistou, pôs-se a gritar da porta para dentro de casa:
'Mamãe! Mamãe! Venha ver como o Frankenstein está bonito hoje!'"
Como nos falta esse olhar, não?....... Obrigada Quintana....
Inté!
terça-feira, novembro 21, 2006
"Vamos celebrar nosso governo, e nosso Estado que não é Nação..."
Foi exatamente isso que senti nesse feriado.....
Além de triste, é hipócrita.....
Quero o dia da Consicência Amarela! O dia da Consciência Judaica, Muçulmana...
Quero o Dia da Consciência Gay, o dia da Consciência do Deficiente Físico...
Nem o Dia do Índio é feriado!!! A Natureza não ganhou feriado....
Querem acabar com o preconceito??? Acabem com essa cena típica, que o Angeli mostrou tão bem na charge...
"Vamos festejar a estupidez humana, a estupidez, de todas as nações...."
Inté!
Além de triste, é hipócrita.....
Quero o dia da Consicência Amarela! O dia da Consciência Judaica, Muçulmana...
Quero o Dia da Consciência Gay, o dia da Consciência do Deficiente Físico...
Nem o Dia do Índio é feriado!!! A Natureza não ganhou feriado....
Querem acabar com o preconceito??? Acabem com essa cena típica, que o Angeli mostrou tão bem na charge...
"Vamos festejar a estupidez humana, a estupidez, de todas as nações...."
Inté!
segunda-feira, novembro 20, 2006
Melhor que isso... Só dois disso...
Melhor que um delicioso picolé de milho verde do Rochinha é acabar e ver que o palito é premiado..... Então, sair correndo e devorar mais um... de coco....
A vida é bela, e fica mais bela a cada dia......
Inté!
A vida é bela, e fica mais bela a cada dia......
Inté!
Sessão "Homens na vida das mulheres parte III: O Sensível"
Todas nós, que passamos dos 25 (há algum tempo...) já tivemos na vida um Sensível... Geralmente não dura muito, mas faz parte do conhecimento do gênero oposto. E hoje fiquei pensando que, apesar da nossa conhecida superioridade no que se refere a dons de comunicação, nós vimos nos expressando erroneamente há muito tempo. Quando perguntam a clássica:
“Como seria, pra você, o homem ideal?”
Nós, talvez por já haver um modelo timbrado e com firma reconhecida de resposta, soltamos a pérola:
“Ah, inteligente, charmoso (nem precisa ser bonito, homem tem que ter charme), esforçado, e ...... sensível”
Mentira nossa.... Sinto muito ser tão direta assim, mas é mentira nossa... Se não mentira, pelo menos grave erro de comunicação, pois alguns homens têm acreditado nisso, e de acordo com meus anos de estrada, os que caíram nesse papo pra boi dormir se deram mal. Ou sumiram da vida da mulher ou viraram melhor amigo. Tô mentindo????? Fala aí??? É mentira minha???
O sensível que eu tive, foi embora aos prantos, dele e da minha mãe, que dizia:
“ele é tão bonzinho, não faz isso com ele... pobrezinho, sua bruxa malvada, você não vai encontrar nunca alguém como ele”
Ufa, ainda bem que praga de mãe pega....
Ele ainda voltou dias depois com uma carta liiiiinda... Guardo a carta até hoje, mas dele não restou nem o pó... NEXT!
Quem tiver a sorte de ter acompanhado o melhor “blog” televisivo da História, o Sex and The City se lembra do Skipper...... Menino bonzinho (urgh!!) de lindos cabelos cacheados, óculos intelectuais e uma sensibilidade absolutamente enjoativa que afastou a madura Miranda com infinitos telefonemas e uma carência quase filial.....
Não que uma dose razoável de sensibilidade vá transformar o homem no “ultimate mala” que é a personagem do seriado, mas a partir dele, desenvolvi uma ferramenta de análise que pode ajudar, em muito, a compreender esse fenômeno:
A Escala Skipper. Não temos a Escala Richter, para terremotos? Teremos uma para a sensibilidade masculina, pronto, podemos, temos esse direito.
Então vamos lá, se você tem menos de 18 anos, mude de canal. Se 18 pra você já significa apenas o número de contas a pagar, penduradas na geladeira, pode continuar.....
Sensível 10 na Escala Skipper:
Ótimo para pôr do sol na praia, para você mostrar seu último poema e nunca vai rir se você chorar até virar do avesso numa sessão de Pretty Woman, pois ele vai chorar mais que você.
No entanto, na cama ele ganha nota inversamente proporcional à da Escala Skipper: Sexo com ele é "0". Cheio de nhenhenhém, morrrrrre de medo de te desrespeitar, entra numas de declamar poemas sobre sua linda alma no meio da coisa e te pergunta se está te machucando a cada 5 minutos. Vai te abraçar por horas mesmo no meio do verão mais suarento, e te ligar a cada hora no dia seguinte.
Sensível "0" na Escala Skipper:
O famoso machão..... ótimo pra trocar pneu, consertar a gaveta que emperrou e acabar com aquele estoque de cerveja que sobrou do churras de domingo.
Na cama, sua nota coincide com a da Escala Skipper: "0" pra ele também, claro.
Brutamontes, nem percebe que você está ali, e não entende bem como funciona aquele corpo que ele insiste em deixar embaixo do dele...... Você e a boneca inflável são a mesma coisa, e se bobear ele vai curtí-la mais que você, já que ela não reclama.
No dia seguinte troca seu nome, ou pior, te chama de “fia” ou muié” e se você der sorte, some e nunca mais aparece. Tomara......
Sensível 6,5 na Escala Skipper:
Ah, agora o papo começa a ficar interessante..... O 6,5 é um excelente indicador na escala de sensibilidade masculina. Ele é sensível a ponto de compreender suas confusões internas e até mesmo discutí-las com você. Ele gosta de arte, e até se sente “tocado” por um bom livro, uma música bonita ou um quadro renascentista. Percebe quando você não está no melhor dos seus dias e sabe agir de acordo. E mais, o que é importantíssimo para nós, mulheres:
Ele sabe que nem tudo o que dizemos quer dizer exatamente o que dizemos...... Isso é chave para um bom relacionamento....
Além disso, na hora do pega pra capá ele sabe usar um pouco das duas coisas.... Se preocupa com você, sabe como te agradar e ainda tem uma pegada cheia de testosterona, que geralmente, é um maravilhoso tempero. Sabe acariciar seu cabelo com delicadeza ou segurá-lo com a força adequada... É o famoso “Vem cá minha nega!”
Dos três, nitidamente é o mais recomendável.
Então, quando te perguntarem como seria o homem ideal, seja mais precisa, e acrescente o indicador da Escala Skipper que mais lhe agrada. Assim, eles se norteiam um pouco mais e acabam com esse papo de que mulher é muito confusa. Afinal de contas, com essa história de sensibilidade, nós temos dado a eles motivo pra pensar assim, não?...
E viva as diferenças!!!
Inté!
PS1:Preciso agradecer este post a uma longa conversa no msn, sobre este tópico..... Valeu, viu???
PS2: quem curtir o seriado Sex and the City, clica aqui ao lado no Fina Flor e dá uma olhada no vídeo que está lá..... maravilhoso. .. Um Escala Skipper 5,0, mas vá lá....
“Como seria, pra você, o homem ideal?”
Nós, talvez por já haver um modelo timbrado e com firma reconhecida de resposta, soltamos a pérola:
“Ah, inteligente, charmoso (nem precisa ser bonito, homem tem que ter charme), esforçado, e ...... sensível”
Mentira nossa.... Sinto muito ser tão direta assim, mas é mentira nossa... Se não mentira, pelo menos grave erro de comunicação, pois alguns homens têm acreditado nisso, e de acordo com meus anos de estrada, os que caíram nesse papo pra boi dormir se deram mal. Ou sumiram da vida da mulher ou viraram melhor amigo. Tô mentindo????? Fala aí??? É mentira minha???
O sensível que eu tive, foi embora aos prantos, dele e da minha mãe, que dizia:
“ele é tão bonzinho, não faz isso com ele... pobrezinho, sua bruxa malvada, você não vai encontrar nunca alguém como ele”
Ufa, ainda bem que praga de mãe pega....
Ele ainda voltou dias depois com uma carta liiiiinda... Guardo a carta até hoje, mas dele não restou nem o pó... NEXT!
Quem tiver a sorte de ter acompanhado o melhor “blog” televisivo da História, o Sex and The City se lembra do Skipper...... Menino bonzinho (urgh!!) de lindos cabelos cacheados, óculos intelectuais e uma sensibilidade absolutamente enjoativa que afastou a madura Miranda com infinitos telefonemas e uma carência quase filial.....
Não que uma dose razoável de sensibilidade vá transformar o homem no “ultimate mala” que é a personagem do seriado, mas a partir dele, desenvolvi uma ferramenta de análise que pode ajudar, em muito, a compreender esse fenômeno:
A Escala Skipper. Não temos a Escala Richter, para terremotos? Teremos uma para a sensibilidade masculina, pronto, podemos, temos esse direito.
Então vamos lá, se você tem menos de 18 anos, mude de canal. Se 18 pra você já significa apenas o número de contas a pagar, penduradas na geladeira, pode continuar.....
Sensível 10 na Escala Skipper:
Ótimo para pôr do sol na praia, para você mostrar seu último poema e nunca vai rir se você chorar até virar do avesso numa sessão de Pretty Woman, pois ele vai chorar mais que você.
No entanto, na cama ele ganha nota inversamente proporcional à da Escala Skipper: Sexo com ele é "0". Cheio de nhenhenhém, morrrrrre de medo de te desrespeitar, entra numas de declamar poemas sobre sua linda alma no meio da coisa e te pergunta se está te machucando a cada 5 minutos. Vai te abraçar por horas mesmo no meio do verão mais suarento, e te ligar a cada hora no dia seguinte.
Sensível "0" na Escala Skipper:
O famoso machão..... ótimo pra trocar pneu, consertar a gaveta que emperrou e acabar com aquele estoque de cerveja que sobrou do churras de domingo.
Na cama, sua nota coincide com a da Escala Skipper: "0" pra ele também, claro.
Brutamontes, nem percebe que você está ali, e não entende bem como funciona aquele corpo que ele insiste em deixar embaixo do dele...... Você e a boneca inflável são a mesma coisa, e se bobear ele vai curtí-la mais que você, já que ela não reclama.
No dia seguinte troca seu nome, ou pior, te chama de “fia” ou muié” e se você der sorte, some e nunca mais aparece. Tomara......
Sensível 6,5 na Escala Skipper:
Ah, agora o papo começa a ficar interessante..... O 6,5 é um excelente indicador na escala de sensibilidade masculina. Ele é sensível a ponto de compreender suas confusões internas e até mesmo discutí-las com você. Ele gosta de arte, e até se sente “tocado” por um bom livro, uma música bonita ou um quadro renascentista. Percebe quando você não está no melhor dos seus dias e sabe agir de acordo. E mais, o que é importantíssimo para nós, mulheres:
Ele sabe que nem tudo o que dizemos quer dizer exatamente o que dizemos...... Isso é chave para um bom relacionamento....
Além disso, na hora do pega pra capá ele sabe usar um pouco das duas coisas.... Se preocupa com você, sabe como te agradar e ainda tem uma pegada cheia de testosterona, que geralmente, é um maravilhoso tempero. Sabe acariciar seu cabelo com delicadeza ou segurá-lo com a força adequada... É o famoso “Vem cá minha nega!”
Dos três, nitidamente é o mais recomendável.
Então, quando te perguntarem como seria o homem ideal, seja mais precisa, e acrescente o indicador da Escala Skipper que mais lhe agrada. Assim, eles se norteiam um pouco mais e acabam com esse papo de que mulher é muito confusa. Afinal de contas, com essa história de sensibilidade, nós temos dado a eles motivo pra pensar assim, não?...
E viva as diferenças!!!
Inté!
PS1:Preciso agradecer este post a uma longa conversa no msn, sobre este tópico..... Valeu, viu???
PS2: quem curtir o seriado Sex and the City, clica aqui ao lado no Fina Flor e dá uma olhada no vídeo que está lá..... maravilhoso. .. Um Escala Skipper 5,0, mas vá lá....
sexta-feira, novembro 17, 2006
Dividindo Poesia II....
Tango
Enquanto olho uma Buenos Aires iluminada
Imagens vermelhas me cegam.
Vermelhas do vestido da bailarina,
Das rosas em suas bocas;
Vermelho do nosso quarto...
Mas, vermelhas, antes de tudo,
De teus lábios nos meus,
Imóveis, túrgidos,
Querendo me dizer muito mais
Do que tu próprio sonhas em poder dizer...
Mas eles não!
Cortam-me e me fazem dançar o tango mais difícil,
Olhando fundo nos teus negros olhos
Dizendo tudo o que tu nem sonhas ser capaz de ouvir...
Bs. Aires, 05/99
Enquanto olho uma Buenos Aires iluminada
Imagens vermelhas me cegam.
Vermelhas do vestido da bailarina,
Das rosas em suas bocas;
Vermelho do nosso quarto...
Mas, vermelhas, antes de tudo,
De teus lábios nos meus,
Imóveis, túrgidos,
Querendo me dizer muito mais
Do que tu próprio sonhas em poder dizer...
Mas eles não!
Cortam-me e me fazem dançar o tango mais difícil,
Olhando fundo nos teus negros olhos
Dizendo tudo o que tu nem sonhas ser capaz de ouvir...
Bs. Aires, 05/99
quinta-feira, novembro 16, 2006
A dama e o quarto
Seus olhos assustados olham o relógio. São três e meia da manhã. Ela está sozinha num quarto que não é o seu, numa cama desconhecida, atemorizada pelas paredes. Faz frio, muito frio. O hálito gélido da madrugada toca seu pescoço, e ela sente medo.
Encolhe-se por baixo do lençol, não se move. Abraça os joelhos. Deixa as luzes acesas, na esperança de ganhar um pouco de segurança e, quem sabe, pegar no sono.
Sente-se estranha, acuada. Finca as unhas no lençol, como que em represália pela prisão. Busca ajeitar a cabeça no travesseiro duro e pede ao sono que venha rápido. Só ele a salvará daquela sensação. Em sua companhia, as horas passarão rápido e logo a luz do dia a livrará da solidão.
Treme, não sabe se de frio ou de medo...
Como chegou ali? Não se lembra mais... Quem trancou a porta? Não fora ela, certamente.... Não se lembra de ter andado por aquele piso, não sabe o que há no fim do corredor. Parece viver em sonho....
Com outro travesseiro no rosto parece cochilar. A dor passa por um instante, e ela avista um lobo. Seus olhos são verdes e cintilantes, refletem sua própria roupa. Ele se vira para ela e ruge...... Despertada pelo som, o medo volta, incrementado pelo rugido do leão na boca do lobo.
Precisa virar-se, seu braço adormecera, e ela se sente traída por ele. Não quer mudar de posição, muito menos dar as costas para a porta. Teme-a, majestosa, ao final do corredor iluminado.
O que era aquele lugar?
Em meio ao peso da madrugada ela ouve vozes. Parecem brigar. Quer gritar para que venham buscá-la mas está fraca demais. Será que sabem que está ali? Portas se abrem e se batem, sente que alguém vai entrar, a qualquer momento....
As horas não passam.....
Precisa fugir, e em meio aos seus pensamentos, nota uma leve claridade vinda da janela. Anima-se. Sabe que ao renascer o sol, renascerá também sua coragem.
Aguarda, ainda sem se mover.
Já não quer mais dormir, o sono lhe trouxe mais medo.
Mais claridade....
Os quadrados do piso parecem lama e sente frio.......
Claro, amarelo.....
Sairá pela porta? Não sabe o que há por trás, não quer andar naquele corredor.
Sol.....
Vira-se e, finalmente, dá as costas ao corredor.
Rola até a janela e não reconhece o lugar.
Vê-se ave, e começa a bicar o vidro, com a força que lhe faltou antes. Sente a pele rasgar e engole sangue.
Bica mais forte.
Ouve o vidro cair na calçada e respira o ar da rua. Continua bicando, e já tem o corpo atravessado, quase liberta daquele quarto.
Seu coração pára, ao ouvir um rugido atrás de si. O medo lhe rouba a respiração. Sabe que se olhar em direção ao som, os olhos esmeralda queimarão sua retina, e perderá a força.
O rugido fica mais próximo...
Reúne a última vontade e cai na calçada. Enquanto cai, sente algo cortar seu pé, mas já não teme. Está fora, livre. O rugido cessa, e ela se levanta. O pé e o bico sangram, mas caminha segura.
Tem fome. Acha um ramo de hortelã em um canteiro e o coloca na boca, amarga de sangue.
Não olha o pé. Não quer saber o que o rasgou, se foi um pedaço de vidro, ou os dentes do lobo.
Agora já não importa.
Agora já não tem medo.
Agora está livre, esquentando o corpo com o sol nascente.
Encolhe-se por baixo do lençol, não se move. Abraça os joelhos. Deixa as luzes acesas, na esperança de ganhar um pouco de segurança e, quem sabe, pegar no sono.
Sente-se estranha, acuada. Finca as unhas no lençol, como que em represália pela prisão. Busca ajeitar a cabeça no travesseiro duro e pede ao sono que venha rápido. Só ele a salvará daquela sensação. Em sua companhia, as horas passarão rápido e logo a luz do dia a livrará da solidão.
Treme, não sabe se de frio ou de medo...
Como chegou ali? Não se lembra mais... Quem trancou a porta? Não fora ela, certamente.... Não se lembra de ter andado por aquele piso, não sabe o que há no fim do corredor. Parece viver em sonho....
Com outro travesseiro no rosto parece cochilar. A dor passa por um instante, e ela avista um lobo. Seus olhos são verdes e cintilantes, refletem sua própria roupa. Ele se vira para ela e ruge...... Despertada pelo som, o medo volta, incrementado pelo rugido do leão na boca do lobo.
Precisa virar-se, seu braço adormecera, e ela se sente traída por ele. Não quer mudar de posição, muito menos dar as costas para a porta. Teme-a, majestosa, ao final do corredor iluminado.
O que era aquele lugar?
Em meio ao peso da madrugada ela ouve vozes. Parecem brigar. Quer gritar para que venham buscá-la mas está fraca demais. Será que sabem que está ali? Portas se abrem e se batem, sente que alguém vai entrar, a qualquer momento....
As horas não passam.....
Precisa fugir, e em meio aos seus pensamentos, nota uma leve claridade vinda da janela. Anima-se. Sabe que ao renascer o sol, renascerá também sua coragem.
Aguarda, ainda sem se mover.
Já não quer mais dormir, o sono lhe trouxe mais medo.
Mais claridade....
Os quadrados do piso parecem lama e sente frio.......
Claro, amarelo.....
Sairá pela porta? Não sabe o que há por trás, não quer andar naquele corredor.
Sol.....
Vira-se e, finalmente, dá as costas ao corredor.
Rola até a janela e não reconhece o lugar.
Vê-se ave, e começa a bicar o vidro, com a força que lhe faltou antes. Sente a pele rasgar e engole sangue.
Bica mais forte.
Ouve o vidro cair na calçada e respira o ar da rua. Continua bicando, e já tem o corpo atravessado, quase liberta daquele quarto.
Seu coração pára, ao ouvir um rugido atrás de si. O medo lhe rouba a respiração. Sabe que se olhar em direção ao som, os olhos esmeralda queimarão sua retina, e perderá a força.
O rugido fica mais próximo...
Reúne a última vontade e cai na calçada. Enquanto cai, sente algo cortar seu pé, mas já não teme. Está fora, livre. O rugido cessa, e ela se levanta. O pé e o bico sangram, mas caminha segura.
Tem fome. Acha um ramo de hortelã em um canteiro e o coloca na boca, amarga de sangue.
Não olha o pé. Não quer saber o que o rasgou, se foi um pedaço de vidro, ou os dentes do lobo.
Agora já não importa.
Agora já não tem medo.
Agora está livre, esquentando o corpo com o sol nascente.
Faces
quarta-feira, novembro 15, 2006
Sessão "Homens na vida das mulheres parte II: O Pedreiro"
Na verdade, esse post é sobre muitos "EIROS" que andam por aí, não só o pedreiro. Há o motoqueiro, o borracheiro, o bombeiro e até o caminhoneiro. Eu tinha um amigo querido, na minha fase de aviação, que sempre dizia:
"Eu faço tudo que é EIRO, padeiro, carpinteiro, marceneiro..."
Doidinho...
Mas não é esse meu ponto aqui, logicamente.... Quero falar sobre ranking. É, é isso mesmo, ranking.
Sabe aqueles dias em que você acorda, olha o espelho e quase chama o porteiro para expulsar aquela mulher que invadiu sua casa? Afinal, aquela certamente não é você.... Pode ser a Medusa, a Bruxa do 71, ou até a SOFIAAAAA (se você virou a curva dos 25 se lembra certamente desse quadro do Chico Anysio), mas você, não!!!
Bom, todas temos isso. Corto um dedo fora se até mesmo a Gisele Bündchen não tiver manhãs assim, de terror estético.
"Tá, jeca, ok, mas o que o Zé Bilhar da obra do fim da rua tem com isso?"
Ah, muito, mas muito mesmo. Mas já aviso: pra que o tal EIRO te ajude a superar a Medusa, você deve sair a pé. De carro não adianta.
Acordou se sentindo o próprio repuxo da cara da Marta? Precisa elevar seu ranking de auto-estima? Não mora em Ipanema, onde o nível de julgamento é bem mais elevado?...... Dá uma passadinha na frente da obra, pode ser aquela mesma, do Zé Bilhar.
Ele e seus companheiros possuem sensores ultra-sonoros que detectam a passagem de estrogênio na calçada, e ao sentirem tal presença, imediatamente se dirigem à viga externa. Além disso, EIRO que é EIRO não se contenta em detectar e admirar o estrogênio, há uma forte necessidade de proferir sons, geralmente sons que ofendem as mais recatadas, mas que todas sabemos, no fundo no fundo, fazem um bem danado.
Os sons podem ser os mais diversos, e são característicos de cada EIRO.
O motoqueiro, por exemplo, é pouco criativo, assim como o caminhoneiro, cujo som típico é uma buzina..... A diferença entre os dois, claro, está na gravidade e intesidade da buzina. Enquanto o motoqueiro mais parece uma gazela azeda, o caminhineiro soa como um hipopótamo que se levanta no rio.... Ah, e o som do motoqueiro é acompanhado por uma característica virada de cabeça, a qual você pode responder com um dedo médio em riste.
O borracheiro pertence a uma espécie mais selvagem, mais perigosa e assustadora. Uma vez que trabalha no nível da calçada, ao sentir a aproximação da fêmea, dirige-se à porta de seu estabelecimento e emite seu som, o reconhecido som de alguém que limpa os dentes, que estala a língua..... O andar também é peculiar, antes dele provavelmente chega sua barriga e em seguida, o barulhinho que parece acompanhado de uma palitada dental.
Também rente à calçada, o bombeiro não se mune de buzinas nem de sons guturais, e sua espécie é mais delicada. Confiando no poder do uniforme, do grande carro vermelho, da infinita mangueira e de uma onda de fetiches ligada à esta atividade, ele age com um pouco mais de classe. Encosta um ombro no portão da Brigada, cruza os pés, e profere um som baixo, como se quisesse falar dentro do ouvido.... "ôôôôiii".....
E finalmente o pedreiro...... Seu posicionamento, por ser geralmente alto, pede um som mais forte, e normalmente é feito com palavras, aquelas, que deixam as pudicas de cabelos em pé.... Mas pode ser algo também pouco imaginativo, até mesmo sagrado, respeitoso, como o conhecido
"Nosssssssssssa Senhora"
assim, com uma ênfase no S.
Ontem caminhei para a escola. Não acordei me sentindo nenhuma versão feminina do Tião Macalé, pelo contrário, mas foi um trajeto interessante, quase uma viagem ao extinto Simba Safári. Daqui até lá, passo por:
3 obras
1 corpo de bombeiros
2 borracharias
e atravesso a rua em frente a inúmeros motoqueiros e caminhoneiros.
Lembrei-me de quando morei na Alemanha... Eu e minhas amigas confessávamos, com certa vergonha, que passar pelas obras germânicas não tinha o mesmo gosto daqui. O Zé Bilhar Chucrute, apesar de dar de 15 a 0 no Zé Bilhar Macaxeira, vem com um defeito de fabricação, e não possui o sensor descrito acima....
Mas tudo bem, a intenção é puramente psicológica. Para expulsar a Bruxa do 71 do seu espelho, esses sons funcionam com certa eficiência, e aí sim, você está pronta para outras selvas, com espécies mais interessantes, ou apenas para ficar em paz com o espelho....
Inté!
"Eu faço tudo que é EIRO, padeiro, carpinteiro, marceneiro..."
Doidinho...
Mas não é esse meu ponto aqui, logicamente.... Quero falar sobre ranking. É, é isso mesmo, ranking.
Sabe aqueles dias em que você acorda, olha o espelho e quase chama o porteiro para expulsar aquela mulher que invadiu sua casa? Afinal, aquela certamente não é você.... Pode ser a Medusa, a Bruxa do 71, ou até a SOFIAAAAA (se você virou a curva dos 25 se lembra certamente desse quadro do Chico Anysio), mas você, não!!!
Bom, todas temos isso. Corto um dedo fora se até mesmo a Gisele Bündchen não tiver manhãs assim, de terror estético.
"Tá, jeca, ok, mas o que o Zé Bilhar da obra do fim da rua tem com isso?"
Ah, muito, mas muito mesmo. Mas já aviso: pra que o tal EIRO te ajude a superar a Medusa, você deve sair a pé. De carro não adianta.
Acordou se sentindo o próprio repuxo da cara da Marta? Precisa elevar seu ranking de auto-estima? Não mora em Ipanema, onde o nível de julgamento é bem mais elevado?...... Dá uma passadinha na frente da obra, pode ser aquela mesma, do Zé Bilhar.
Ele e seus companheiros possuem sensores ultra-sonoros que detectam a passagem de estrogênio na calçada, e ao sentirem tal presença, imediatamente se dirigem à viga externa. Além disso, EIRO que é EIRO não se contenta em detectar e admirar o estrogênio, há uma forte necessidade de proferir sons, geralmente sons que ofendem as mais recatadas, mas que todas sabemos, no fundo no fundo, fazem um bem danado.
Os sons podem ser os mais diversos, e são característicos de cada EIRO.
O motoqueiro, por exemplo, é pouco criativo, assim como o caminhoneiro, cujo som típico é uma buzina..... A diferença entre os dois, claro, está na gravidade e intesidade da buzina. Enquanto o motoqueiro mais parece uma gazela azeda, o caminhineiro soa como um hipopótamo que se levanta no rio.... Ah, e o som do motoqueiro é acompanhado por uma característica virada de cabeça, a qual você pode responder com um dedo médio em riste.
O borracheiro pertence a uma espécie mais selvagem, mais perigosa e assustadora. Uma vez que trabalha no nível da calçada, ao sentir a aproximação da fêmea, dirige-se à porta de seu estabelecimento e emite seu som, o reconhecido som de alguém que limpa os dentes, que estala a língua..... O andar também é peculiar, antes dele provavelmente chega sua barriga e em seguida, o barulhinho que parece acompanhado de uma palitada dental.
Também rente à calçada, o bombeiro não se mune de buzinas nem de sons guturais, e sua espécie é mais delicada. Confiando no poder do uniforme, do grande carro vermelho, da infinita mangueira e de uma onda de fetiches ligada à esta atividade, ele age com um pouco mais de classe. Encosta um ombro no portão da Brigada, cruza os pés, e profere um som baixo, como se quisesse falar dentro do ouvido.... "ôôôôiii".....
E finalmente o pedreiro...... Seu posicionamento, por ser geralmente alto, pede um som mais forte, e normalmente é feito com palavras, aquelas, que deixam as pudicas de cabelos em pé.... Mas pode ser algo também pouco imaginativo, até mesmo sagrado, respeitoso, como o conhecido
"Nosssssssssssa Senhora"
assim, com uma ênfase no S.
Ontem caminhei para a escola. Não acordei me sentindo nenhuma versão feminina do Tião Macalé, pelo contrário, mas foi um trajeto interessante, quase uma viagem ao extinto Simba Safári. Daqui até lá, passo por:
3 obras
1 corpo de bombeiros
2 borracharias
e atravesso a rua em frente a inúmeros motoqueiros e caminhoneiros.
Lembrei-me de quando morei na Alemanha... Eu e minhas amigas confessávamos, com certa vergonha, que passar pelas obras germânicas não tinha o mesmo gosto daqui. O Zé Bilhar Chucrute, apesar de dar de 15 a 0 no Zé Bilhar Macaxeira, vem com um defeito de fabricação, e não possui o sensor descrito acima....
Mas tudo bem, a intenção é puramente psicológica. Para expulsar a Bruxa do 71 do seu espelho, esses sons funcionam com certa eficiência, e aí sim, você está pronta para outras selvas, com espécies mais interessantes, ou apenas para ficar em paz com o espelho....
Inté!
terça-feira, novembro 14, 2006
Obrigada.....
De coração....
Hoje, só hoje, a Jeca foi visitada 100 vezes.....
Fiquei até emocionada ao ver o número, agradeço a todos vocês, os que deixam seus comentários e os que preferem ler em silêncio......
Este blog, apesar de super novo, tem me proporcionado inúmeras alegrias, e essa foi mais uma delas....
Obrigada
Inté!
Tati
Hoje, só hoje, a Jeca foi visitada 100 vezes.....
Fiquei até emocionada ao ver o número, agradeço a todos vocês, os que deixam seus comentários e os que preferem ler em silêncio......
Este blog, apesar de super novo, tem me proporcionado inúmeras alegrias, e essa foi mais uma delas....
Obrigada
Inté!
Tati
Ora, Direis
Madrugada fria de segunda feira, Olívia chega cansada e se assusta com o manto negro acima de sua cabeça..... Nascera na cidade, sua relação com o céu era fragmentada, o via ora cortado por prédios, ora coberto pela poluição... Ali, apoiado pelos vales baixos e respirando ar limpo, ele não se esconde e brilha. Um brilho tão intenso que Olívia se curva, súdita....
Deita-se na grama, esquecida do frio, e se une ao orvalho em sua contemplação. Tem medo daquela imensidão, ela parece sufocar em meio ao aberto.... Ameaçador, sem bordas. Insustentável para seu corpo franzino.
Olha as estrelas....Procura escutá-las, entendê-las. Fixa o olhar e vê um enorme lençol negro, esticado, por cujos buracos feitos por agulhas passa uma luz intensa, forte....
Pensa em desejos, desejos que não pôde realizar. Parece ouvir aquela luz gritando, empurrando o manto escuro, buscando estourar aquelas mínimos corredores e sair de vez.....
Decepciona-se, esperava aquilo com ansiedade e se viu como aquela luz, intensa por dentro mas presa aos finos túneis........
Fecha os olhos e busca a sensação..... Fica nela por uns instantes, e logo torna a olhar.
Agora as estrelas se posicionam à frente de um vazio profundo, e já não precisam dele para se apoiar. Flutuam sozinhas, são independentes, e dominam o céu. Já não explodem pelos fios abertos, mas brilham nucleares, magnânimas....
Olívia arregala os olhos e percebe que elas agora não gritam mais, mas sussurram para serem olhadas, sussurram com uma força descomunal. Uma força de amizade renovada, de uma confiança ganha e de barreiras transpostas.
Sim, elas pularam o lençol, deixaram-no para trás, e agora cintilam ali, em espetáculo único para Olívia.....
Ela mais uma vez fecha os olhos, entregue, e lembra-se de um poema. Nunca ele fizera tanto sentido quanto agora.
Sentindo o orvalho gélido nas costas, Olívia ainda ouve mais alguns sons daquele céu povoado, e logo adormece.....
"Ora, direis".....
sábado, novembro 11, 2006
Dia Histórico!
11 de novembro de 2006....
Compartilho com meus amados leitores esse tão importante marco histórico...
Comecei a escrever minha dissertação de mestrado........... Agora vai.....
Inté!
Compartilho com meus amados leitores esse tão importante marco histórico...
Comecei a escrever minha dissertação de mestrado........... Agora vai.....
Inté!
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.....
Eu acredito que certas profissões proporcionem grandes remunerações emocionais, daquelas que produzem frases como
“Ganho mal mas sou feliz”
Muita gente acha isso pataquada, especialmente aqueles que ganham fortunas sem ter prazer no trabalho.... Tive um namorado assim, há muito tempo... Ele detestava falar do que fazia, e eu não entendia por que... Pra mim, no auge dos meus 21 anos, fazer “Factoring” e ganhar a grana que ele ganhava só podia ser algo ligado ao mercado financeiro, bancário, sei lá, então, qual o problema?... Ele era super arredio quando a pergunta era
“Querido, como foi seu dia?”
Até que minha sábia mãe me esclareceu, que “factoring”, era um eufemismo moderno para o ofício milenar de agiotagem.....
oops, ok, i get it.....
Bom, mas o meu percurso foi bem diferente.... Sabia que seria professora acho que desde que nasci... Do jeito que sou, devo ter orientado o médico sobre a melhor maneira de me dar a palmada, mas enfim..... Isso é fato comprovado, quer ver?
-aos 6 anos, em férias em casa de família em Maceió, os moradores do prédio da minha prima vieram reclamar com minha mãe que eu estava organizando as crianças em torno de uma lousa e dando aulas.... de educação sexual...... Eu até hoje lembro dos desenhos que eu fazia em giz verde, a fim de elucidar a mente daqueles jovens de 4, 5 anos....
-aos 11, passando para a 5a série, eu voltava à tarde pra escola, já sem uniforme, para ser assistente da professora de artes, e comecei a ter gosto pela coisa. Lembro que minha tarefa era super simples, ajudar com o material, dar assistência para as crianças, etc, mas a que mais gostava era fazer a chamada.... Lembro de fazer as bolinhas nos quadradinhos ao lado dos nomes... Me sentia ainda mais poderosa quando era a sala da minha irmã, aí já viu, né, o poder subir à cabeça, mas tudo bem.....
-aos 14 anos ingressei efetivamente na profissão, na escola de inglês em que tinha estudado até então... Minha primeira turma na “Pink and Blue” era de crianças de 9 anos, e eu com 14.... As mães ficavam ao lado de fora da sala, fingindo tricotar e ficavam escutando, pra ver até que ponto a doideira da diretora ia... E ela era tão doida que se irritou com isso e me passou pra outra turma: de 11 anos! Chuta que é macumba!
(ps: meu pai chorou ao ver meu primeiro cheque... Queria enquadrar.... Gastei tudo em 4 cds dos Beatles, hehe)
E assim foi, até minha fase comissária de bordo, que foi uma tentativa torpe de fugir do destino... Assunto para vários outros posts, essa fase foi fundamental para eu ser quem hoje sou, mas principalmente para me mostrar que não há fuga daquilo que nasce com a gente....
E então voltei à sala, com meus pequerruchos de 2 e 3 anos. Maravilhoso, escola de vida, morro de saudades.... Me preparou para ser uma professora, uma mãe e um ser humano melhor.
E aqui estou, com meus demoniozinhos de 11 anos, 5a série interiorana que tem me alimentado muito neste ano.
Tudo isso, por causa de uma aula específica, que dei essa semana.....
Li com eles, em sala, O Pequeno Príncipe, o livro de toda Miss. Mas não foi numa leitura plana, fomos simbologia por simbologia, lemos em níveis bem profundos de interpretação, e fiquei muito surpresa com a capacidade que eles adquiriram de abstrair no plano da arte. Muito bem! Saí satisfeita da aula em que lemos o final, pois eles entenderam a mensagem (e não, Caia, o Pequeno Príncipe NÃO é uma viajem de ácido, pelo menos por enquanto, para eles, não.....) e alguns até choraram.... Nossa, auge de remuneração emocional, né?
Não... tem mais.....
Ontem fomos assistir à peça, com a global Luana Piovani. Quesito “produção” e “atuação” de lado, ganhei meu 13o afetivo quando ouvi, em unânime coro dos meus pupilos:
“Ai, pro, mas o livro é miiiiiiilllllll vezes melhor que a peça”
Não é tudo que qualquer professor de literatura quer ouvir?
Inté!
“Ganho mal mas sou feliz”
Muita gente acha isso pataquada, especialmente aqueles que ganham fortunas sem ter prazer no trabalho.... Tive um namorado assim, há muito tempo... Ele detestava falar do que fazia, e eu não entendia por que... Pra mim, no auge dos meus 21 anos, fazer “Factoring” e ganhar a grana que ele ganhava só podia ser algo ligado ao mercado financeiro, bancário, sei lá, então, qual o problema?... Ele era super arredio quando a pergunta era
“Querido, como foi seu dia?”
Até que minha sábia mãe me esclareceu, que “factoring”, era um eufemismo moderno para o ofício milenar de agiotagem.....
oops, ok, i get it.....
Bom, mas o meu percurso foi bem diferente.... Sabia que seria professora acho que desde que nasci... Do jeito que sou, devo ter orientado o médico sobre a melhor maneira de me dar a palmada, mas enfim..... Isso é fato comprovado, quer ver?
-aos 6 anos, em férias em casa de família em Maceió, os moradores do prédio da minha prima vieram reclamar com minha mãe que eu estava organizando as crianças em torno de uma lousa e dando aulas.... de educação sexual...... Eu até hoje lembro dos desenhos que eu fazia em giz verde, a fim de elucidar a mente daqueles jovens de 4, 5 anos....
-aos 11, passando para a 5a série, eu voltava à tarde pra escola, já sem uniforme, para ser assistente da professora de artes, e comecei a ter gosto pela coisa. Lembro que minha tarefa era super simples, ajudar com o material, dar assistência para as crianças, etc, mas a que mais gostava era fazer a chamada.... Lembro de fazer as bolinhas nos quadradinhos ao lado dos nomes... Me sentia ainda mais poderosa quando era a sala da minha irmã, aí já viu, né, o poder subir à cabeça, mas tudo bem.....
-aos 14 anos ingressei efetivamente na profissão, na escola de inglês em que tinha estudado até então... Minha primeira turma na “Pink and Blue” era de crianças de 9 anos, e eu com 14.... As mães ficavam ao lado de fora da sala, fingindo tricotar e ficavam escutando, pra ver até que ponto a doideira da diretora ia... E ela era tão doida que se irritou com isso e me passou pra outra turma: de 11 anos! Chuta que é macumba!
(ps: meu pai chorou ao ver meu primeiro cheque... Queria enquadrar.... Gastei tudo em 4 cds dos Beatles, hehe)
E assim foi, até minha fase comissária de bordo, que foi uma tentativa torpe de fugir do destino... Assunto para vários outros posts, essa fase foi fundamental para eu ser quem hoje sou, mas principalmente para me mostrar que não há fuga daquilo que nasce com a gente....
E então voltei à sala, com meus pequerruchos de 2 e 3 anos. Maravilhoso, escola de vida, morro de saudades.... Me preparou para ser uma professora, uma mãe e um ser humano melhor.
E aqui estou, com meus demoniozinhos de 11 anos, 5a série interiorana que tem me alimentado muito neste ano.
Tudo isso, por causa de uma aula específica, que dei essa semana.....
Li com eles, em sala, O Pequeno Príncipe, o livro de toda Miss. Mas não foi numa leitura plana, fomos simbologia por simbologia, lemos em níveis bem profundos de interpretação, e fiquei muito surpresa com a capacidade que eles adquiriram de abstrair no plano da arte. Muito bem! Saí satisfeita da aula em que lemos o final, pois eles entenderam a mensagem (e não, Caia, o Pequeno Príncipe NÃO é uma viajem de ácido, pelo menos por enquanto, para eles, não.....) e alguns até choraram.... Nossa, auge de remuneração emocional, né?
Não... tem mais.....
Ontem fomos assistir à peça, com a global Luana Piovani. Quesito “produção” e “atuação” de lado, ganhei meu 13o afetivo quando ouvi, em unânime coro dos meus pupilos:
“Ai, pro, mas o livro é miiiiiiilllllll vezes melhor que a peça”
Não é tudo que qualquer professor de literatura quer ouvir?
Inté!
quinta-feira, novembro 09, 2006
A degradação total do feminismo
Manchetes absolutamente profundas que, hoje, povoaram as páginas da internet.... Aposto que as feministas dos anos 60 estão se chicoteando por causa dessa nova imagem feminina...
Olhe só o que "nos" interessa....
"Atrizes globais são fotografadas com a mesma roupa."
E o Quico?????? O que muda minha vida saber que elas, provavelmente, vão à mesma loja??? Mais picante seria se descobrissem que todas têm um caso com o mesmo cara, que fossem filhas bastardas do mesmo pai, ou ainda melhor: que todas estão ligadas a projetos humanitários da mesma ONG..... Vai sonhando....
"Nicole Ritchie muda de loira para morena. Confira o resultado"
A não ser que ela tenha mudado os pelos lá do lobby de entrada e esteja mostrando em meio à Times Square, em um ataque de loucura, não estou interessada.... A Anne, que dava aula de Artes na escola, mudava quase semanalmente, e nem por isso ia para a capa do Terra. E fora que a Anne é bem mais interessante do que essa magnatinha americana aí...
"Saiba qual a cor dos óculos da moda"
Acho que nem no auge dos anos 80, quando usávamos óculos da Coopertone verde limão, isso seria manchete em lugar algum......
"Saiba de que maneira inusitada Britney Spears pediu o divórcio"
Pelamordideus!!!! A não ser que ela estivesse tendo um caso com a maluca de pelos pubianos descoloridos, as duas usando os óculos Coopertone, e ali, de novo, no meio da Times Square, elas tivessem declarado seu caso gay em um alto falante, I DON´T CARE!!!!
Ps: detalhe, a maneira "inusitada" foi um torpedo.... Fala sério, já tive amiga levando fora por e-mail, o que há de inusitado nisso?????
"Calcinha de Angélica fica à mostra em evento no Rio"
Achei que a Lilian Ramos, aquela que teve sua "não calcinha" fotografada de baixo, ao lado do então excelentíssimo senhor presidente da república, Itamar Franco, tivesse dado conta desse tipo de notícia... Quem leu meu post Memórias já viu coisa parecida, quando a Jeca caiu de pernas pro ar, em frente a seu amigo/ paquera..... Muito pior, vai....
E a pior.....
"Fernanda Lima mostra o bumbum!"
Gente, sem comentários, né?
Se eu pudesse pedia pro José Simão um pouco do colírio alucinógeno dele, tô precisando...
Inté!
Olhe só o que "nos" interessa....
"Atrizes globais são fotografadas com a mesma roupa."
E o Quico?????? O que muda minha vida saber que elas, provavelmente, vão à mesma loja??? Mais picante seria se descobrissem que todas têm um caso com o mesmo cara, que fossem filhas bastardas do mesmo pai, ou ainda melhor: que todas estão ligadas a projetos humanitários da mesma ONG..... Vai sonhando....
"Nicole Ritchie muda de loira para morena. Confira o resultado"
A não ser que ela tenha mudado os pelos lá do lobby de entrada e esteja mostrando em meio à Times Square, em um ataque de loucura, não estou interessada.... A Anne, que dava aula de Artes na escola, mudava quase semanalmente, e nem por isso ia para a capa do Terra. E fora que a Anne é bem mais interessante do que essa magnatinha americana aí...
"Saiba qual a cor dos óculos da moda"
Acho que nem no auge dos anos 80, quando usávamos óculos da Coopertone verde limão, isso seria manchete em lugar algum......
"Saiba de que maneira inusitada Britney Spears pediu o divórcio"
Pelamordideus!!!! A não ser que ela estivesse tendo um caso com a maluca de pelos pubianos descoloridos, as duas usando os óculos Coopertone, e ali, de novo, no meio da Times Square, elas tivessem declarado seu caso gay em um alto falante, I DON´T CARE!!!!
Ps: detalhe, a maneira "inusitada" foi um torpedo.... Fala sério, já tive amiga levando fora por e-mail, o que há de inusitado nisso?????
"Calcinha de Angélica fica à mostra em evento no Rio"
Achei que a Lilian Ramos, aquela que teve sua "não calcinha" fotografada de baixo, ao lado do então excelentíssimo senhor presidente da república, Itamar Franco, tivesse dado conta desse tipo de notícia... Quem leu meu post Memórias já viu coisa parecida, quando a Jeca caiu de pernas pro ar, em frente a seu amigo/ paquera..... Muito pior, vai....
E a pior.....
"Fernanda Lima mostra o bumbum!"
Gente, sem comentários, né?
Se eu pudesse pedia pro José Simão um pouco do colírio alucinógeno dele, tô precisando...
Inté!
Quero....
como diz minha querida amiga Carol, sou uma pessoa de projetos... quero fazer tanta coisa...
Quero...
-Ir pra Índia
-Saltar de pára quedas
-ler Em Busca do Tempo Perdido, do Proust
-falar italiano
-estudar Filosofia
-escrever um livro
-ter sobrinhos
-voltar a estudar alemão
-ler Ulisses, do Joyce
-conhecer Stradford upon Avon, a cidade do Shakespeare
-fazer o vrishkásana
-e o raja hanumanásana
-despertar a kundaliní
-difundir o Yôga
-ver mais minhas amigas
-e meus primos e tio, recém reconcetados
-acabar meu mestrado
-e começar o doutorado
-passar três dias visitando o Louvre
- voltar para Granada...
-e para Praga
-dar um beijo no Figo
-e no Gael... (meu marido sabe... e deixa...)
-tomar Chai em Rishikesh
-e comer funjii na África
-dirigir pelas Higlands
-e assistir a um show do Gaelic Storm na Irlanda, com minha irmã...
-reler Grande Sertão Veredas
-ver o Palmeiras voltar a ser campeão
-e quem sabe o Brasil Hexa...
Quero...
-votar certo
-ter orgulho de ser brasileira
-ver uma mulher no lugar do Bush...
-e do Ehud Olmert,
-e do Mahmoud Ahmadinejad
-ver uma mulher presidente do Brasil (não a Marta...)
-quem sabe eu......
Quero...
-Ir pra Índia
-Saltar de pára quedas
-ler Em Busca do Tempo Perdido, do Proust
-falar italiano
-estudar Filosofia
-escrever um livro
-ter sobrinhos
-voltar a estudar alemão
-ler Ulisses, do Joyce
-conhecer Stradford upon Avon, a cidade do Shakespeare
-fazer o vrishkásana
-e o raja hanumanásana
-despertar a kundaliní
-difundir o Yôga
-ver mais minhas amigas
-e meus primos e tio, recém reconcetados
-acabar meu mestrado
-e começar o doutorado
-passar três dias visitando o Louvre
- voltar para Granada...
-e para Praga
-dar um beijo no Figo
-e no Gael... (meu marido sabe... e deixa...)
-tomar Chai em Rishikesh
-e comer funjii na África
-dirigir pelas Higlands
-e assistir a um show do Gaelic Storm na Irlanda, com minha irmã...
-reler Grande Sertão Veredas
-ver o Palmeiras voltar a ser campeão
-e quem sabe o Brasil Hexa...
Quero...
-votar certo
-ter orgulho de ser brasileira
-ver uma mulher no lugar do Bush...
-e do Ehud Olmert,
-e do Mahmoud Ahmadinejad
-ver uma mulher presidente do Brasil (não a Marta...)
-quem sabe eu......
quarta-feira, novembro 08, 2006
Sessão "Homens na vida das mulheres parte I: O Terapeuta"
Hoje cheguei à mais consciente convicção de que não vivo, atualmente, sem meu terapeuta..... Quem mais vai me dizer as barbaridades que só ele me diz sem que eu revide quebrando em sua cabeça um vaso chinês? E, pra piorar, ele ainda é pago pra isso.....
Nossa história já é antiga, das épocas em que a Jeca era Mundial, e já sofria complexidades interessantes, nada confessáveis assim, ao domínio público.
"Me auto dei alta a mim mesma", achando que "ok, tudo estava resolvido..."
Quatro anos depois, recém chegada à vida na roça, lá estava eu de volta, sofrendo de fortes crises de desepero, cada vez que uma vassoura ou uma tábua de passar roupa se aproximavam de mim..... Elas povoavam meus sonhos, junto com a poeira, mato, o galo do terreno ao lado e um vazio imenso de sons...... Ele me salvou, novamente, dessa batalha psicológica contra o tédio, as mudanças e os eletrodomésticos....
Mas aprendi que quem possui o poder divino da "alta" é ele, não eu.... Já renunciei à pretensão de julgar-me conhecedora profunda das minhas pirações, e passei a ele, benevolentemente, o bastão..... Mesmo porque, só com diploma de psicologia, pedagogia e bioenergética para ter estrutura para as minhas complexidades.... Eu sou uma mera professora de português, não dou conta de encarar tudo sozinha....
Só ele, com seu preparo, paciência e provavelmente sessões de supervisão para não perder os parafusos, para ter coragem e clareza para dizer o que preciso ouvir...
Ás vezes ele me surpreende, e fala exatamente o que quero, até mesmo concordando com algumas maluquices ideológicas minhas. Outras, ele aponta caminhos para minhas reflexões, e com algum custo, descubro nuances sozinha..... Mas, quando preciso de um chacoalhão, de uns tapas do tipo
"Se controla, mulher, (paft!) Se controla! (paft!)"
é ele que está ali, pra enfiar os dois dedos nos meus olhos...... E, por incrível que pareça, ele me pega no colo, quando preciso de consolo.... Literalmente..... Chorar até explodir no colo de alguém que te conhece tão bem, vale cada centavo dos que ele ganha pra me aguentar.....
E não gosto de me denominar "complicada", hein?..... Isso soa algo como "problemática, sem jeito e sem cura".
Não que eu não seja, mas prefiro pensar que sou complexa...... A complexidade traz em si um certo grau de mistério, desassociado da loucura Pinel.... Algo como "uma mulher cheia de nuances, de idiossincrasias..."
Mesmo por que, ainda não estou rasgando dinheiro, nem achando que sou Napoleão, nem fazendo bilu bilu enquanto balanço meu corpo num canto do quarto.....
Vamos ver até quando.....
Inté!
Nossa história já é antiga, das épocas em que a Jeca era Mundial, e já sofria complexidades interessantes, nada confessáveis assim, ao domínio público.
"Me auto dei alta a mim mesma", achando que "ok, tudo estava resolvido..."
Quatro anos depois, recém chegada à vida na roça, lá estava eu de volta, sofrendo de fortes crises de desepero, cada vez que uma vassoura ou uma tábua de passar roupa se aproximavam de mim..... Elas povoavam meus sonhos, junto com a poeira, mato, o galo do terreno ao lado e um vazio imenso de sons...... Ele me salvou, novamente, dessa batalha psicológica contra o tédio, as mudanças e os eletrodomésticos....
Mas aprendi que quem possui o poder divino da "alta" é ele, não eu.... Já renunciei à pretensão de julgar-me conhecedora profunda das minhas pirações, e passei a ele, benevolentemente, o bastão..... Mesmo porque, só com diploma de psicologia, pedagogia e bioenergética para ter estrutura para as minhas complexidades.... Eu sou uma mera professora de português, não dou conta de encarar tudo sozinha....
Só ele, com seu preparo, paciência e provavelmente sessões de supervisão para não perder os parafusos, para ter coragem e clareza para dizer o que preciso ouvir...
Ás vezes ele me surpreende, e fala exatamente o que quero, até mesmo concordando com algumas maluquices ideológicas minhas. Outras, ele aponta caminhos para minhas reflexões, e com algum custo, descubro nuances sozinha..... Mas, quando preciso de um chacoalhão, de uns tapas do tipo
"Se controla, mulher, (paft!) Se controla! (paft!)"
é ele que está ali, pra enfiar os dois dedos nos meus olhos...... E, por incrível que pareça, ele me pega no colo, quando preciso de consolo.... Literalmente..... Chorar até explodir no colo de alguém que te conhece tão bem, vale cada centavo dos que ele ganha pra me aguentar.....
E não gosto de me denominar "complicada", hein?..... Isso soa algo como "problemática, sem jeito e sem cura".
Não que eu não seja, mas prefiro pensar que sou complexa...... A complexidade traz em si um certo grau de mistério, desassociado da loucura Pinel.... Algo como "uma mulher cheia de nuances, de idiossincrasias..."
Mesmo por que, ainda não estou rasgando dinheiro, nem achando que sou Napoleão, nem fazendo bilu bilu enquanto balanço meu corpo num canto do quarto.....
Vamos ver até quando.....
Inté!
terça-feira, novembro 07, 2006
Dividindo Poesia....
Se...
Se fosse medieval
Seria plebéia
Moraria em um burgo
E comeria pão com metaglim
Para espantar o frio.
Se vivesse a Revolução Francesa
Seria nobre
Moraria na corte
E contaria os dias com futilidades
Para espantar o tédio.
Se fosse contemporânea de Machado
Seria burguesa
Moraria no Botafogo
E viveria à sombra da família
Para espantar as fofocas.
Se vivesse nos anos dourados
Seria hippie
Moraria em Berkeley
E tomaria LSD
Para espantar a maldade mundana.
Mas não,
Nasci no fim do século XX
Sou mais uma romântica,
Moro em meio à loucura metropolitana
E escrevo poesia
Para espantar a solidão...
março, 1998
Se fosse medieval
Seria plebéia
Moraria em um burgo
E comeria pão com metaglim
Para espantar o frio.
Se vivesse a Revolução Francesa
Seria nobre
Moraria na corte
E contaria os dias com futilidades
Para espantar o tédio.
Se fosse contemporânea de Machado
Seria burguesa
Moraria no Botafogo
E viveria à sombra da família
Para espantar as fofocas.
Se vivesse nos anos dourados
Seria hippie
Moraria em Berkeley
E tomaria LSD
Para espantar a maldade mundana.
Mas não,
Nasci no fim do século XX
Sou mais uma romântica,
Moro em meio à loucura metropolitana
E escrevo poesia
Para espantar a solidão...
março, 1998
domingo, novembro 05, 2006
Se joga!!!!!!
Fogo interno da Jeca!!!!!
Domingo de sol, e eu morrendo de vontade de tomar sorvete!!!!!! Mas não só tomar um sorvetinho qualquer, um dia como esse pede um daqueles caprichados, do tipo "se joga":
Uma bola de chocolate gianduia, outra de New York Fudge........
(a boca da jeca, neste momento, saliva...)
Salpica uma farofa de castanha por cima, aperta aquela máquina quase fálica que solta a calda de chocolate e, pra finalizar, espeta um daqueles biscoitos canudinhos...
E a cena que se segue é digna de Woody Allen: Jeca com a boca marrom de sorvete, vestido branco respingado, e a cara de prazer típica das relações "mulher/ chocolate"...... Jogaaaaada.....
E aqui não tem...... Não tô exagerando, não, é verdade..... Sorveteria aqui é daquelas de botecão, com uma geladerinha cheia de picolés meia boca......
Não rola, não é sorvete que se encaixe na cena clássica de um filme cult..... Mas enfim, ainda bem que moro há uma horinha da capitarrrr, primeira coisa que farei lá, é invadir uma La Basque que estiver no meu caminho e....... Se joooooga!!!!!
Inté!
Domingo de sol, e eu morrendo de vontade de tomar sorvete!!!!!! Mas não só tomar um sorvetinho qualquer, um dia como esse pede um daqueles caprichados, do tipo "se joga":
Uma bola de chocolate gianduia, outra de New York Fudge........
(a boca da jeca, neste momento, saliva...)
Salpica uma farofa de castanha por cima, aperta aquela máquina quase fálica que solta a calda de chocolate e, pra finalizar, espeta um daqueles biscoitos canudinhos...
E a cena que se segue é digna de Woody Allen: Jeca com a boca marrom de sorvete, vestido branco respingado, e a cara de prazer típica das relações "mulher/ chocolate"...... Jogaaaaada.....
E aqui não tem...... Não tô exagerando, não, é verdade..... Sorveteria aqui é daquelas de botecão, com uma geladerinha cheia de picolés meia boca......
Não rola, não é sorvete que se encaixe na cena clássica de um filme cult..... Mas enfim, ainda bem que moro há uma horinha da capitarrrr, primeira coisa que farei lá, é invadir uma La Basque que estiver no meu caminho e....... Se joooooga!!!!!
Inté!
sexta-feira, novembro 03, 2006
"Meu partido, é um coração partido!
quinta-feira, novembro 02, 2006
Hotel Ruanda.....
Há muito tempo eu não chorava aquele choro feio por causa de algum filme.... Sabe choro choro mesmo, de ter que assoar o nariz e de ver o peito subir e descer da respiração ofegante?
Então, hoje voltei a chorar assim..... Não foi por amor, nem paixão.... Não foi por figuras paternas nem por amizades tristes.....
Foi por vergonha...... vergonha de ser humana..... vergonha de ser branca...... vergonha da nossa incapacidade, pequenez e das nossas bundas gordas no sofá, enquanto o mundo se mata......
Filme pra mexer suas estruturas internas, e te fazer pensar um pouco, sobre o que você está fazendo aqui.....
"O QUÊ???? O quê VOCÊ está fazendo aqui?"
Hotel Ruanda
Inté!
Então, hoje voltei a chorar assim..... Não foi por amor, nem paixão.... Não foi por figuras paternas nem por amizades tristes.....
Foi por vergonha...... vergonha de ser humana..... vergonha de ser branca...... vergonha da nossa incapacidade, pequenez e das nossas bundas gordas no sofá, enquanto o mundo se mata......
Filme pra mexer suas estruturas internas, e te fazer pensar um pouco, sobre o que você está fazendo aqui.....
"O QUÊ???? O quê VOCÊ está fazendo aqui?"
Hotel Ruanda
Inté!
quarta-feira, novembro 01, 2006
"No escurinho do cinema..."
Hoje a tempestade invadiu São Paulo, e lá estava eu, no meio do trânsito, tentando voltar para a roça..... Aqui não tem dessas coisas, sabe? Trânsito é um máximo de 7, 8 carros num cruzamento esperando passagem... Mas enfim, a chuva de hoje me levou pra um tempo muito bom da infância...
Morávamos no Morumbi, em uma casa de três andares, bem naquela fase insuportável de adolescência.... Paracem detalhes bestas de se dar, mas são fundamentais para este post:
Morumbi: é campeão de ficar sem luz em dia de chuva......
Casa de três andares: coisa mais fácil pra uma adolescente chata se esconder da família e tentar passar o mínimo de tempo junto....
Fase insuportável de adolescência: só para vocês terem uma noção, tive que ouvir, dia desses, de um primo:
"Naquela fase sempre gostei mais da sua irmã..... Você era muito metida".......
Mas tudo bem, pago caro a terapia pra superar essa imagem... Hoje em dia, até que sou uma pessoa legal..... (Pelo menos é o que minhas amigas me dizem, snif snif...)
Mas enfim, nos idos dos anos 80 e 90 morávamos nessa casa, e virava e mexia a luz acabava.... E nós tínhamos uma dinâmica que hoje percebo como das mais maravilhosas da minha vida em família: Eu tinha que sair da toca, íamos os 4 pra sala, minha mãe espalhava velas e nós ficávamos ali, no escuro, simplesmente batendo papo.......
Sem televisão..... Sem amigas no telefone...... Sem rádio, ouvindo fitas gravadas repletas de Erasure, Legião, New Order, etc.
Só nós quatro, botando o papo em dia......
Lembro das risadas, das piadas infames do meu pai (parece que pai é feito pra isso, né? contar as piadas mais infames...) das histórias que D. Dora e S. Antonio contavam sobre a vida deles.... Acho que foi nessas sessões de escuro que aprendi que eles não nasceram no momento em que eu cheguei pra iluminar a vida deles...
Meu pai, às vezes, contava histórias de terror, de sua época de anos 30 em Portugal, e vinha com a mão por baixo pegar nosso pé, pra assustar.......... Até hoje eu e minha irmã tentamos, sem sucesso, fazer isso...
Lembro desses apagões com muita saudade e carinho, e fico orgulhosa de nós....
Outro dia ouvi um educador dizer que ouve constantemente de pais: "Detesto quando acaba a luz em casa! Não sei o que fazer com as crianças, pra elas ficarem quietas......"
Que triste.... Parece que estão tão apoiados no computador, na tv, no som, que deixam morrer a tradição mais antiga da humanidade:
Sentar-se em volta da fogueira pra contar histórias....
Que venham meus filhos..... E que, se a luz daqui da roça for eficiente mesmo e nunca acabar, eu já sei o que fazer! É só..... apertar o interruptor.....
Inté!
Morávamos no Morumbi, em uma casa de três andares, bem naquela fase insuportável de adolescência.... Paracem detalhes bestas de se dar, mas são fundamentais para este post:
Morumbi: é campeão de ficar sem luz em dia de chuva......
Casa de três andares: coisa mais fácil pra uma adolescente chata se esconder da família e tentar passar o mínimo de tempo junto....
Fase insuportável de adolescência: só para vocês terem uma noção, tive que ouvir, dia desses, de um primo:
"Naquela fase sempre gostei mais da sua irmã..... Você era muito metida".......
Mas tudo bem, pago caro a terapia pra superar essa imagem... Hoje em dia, até que sou uma pessoa legal..... (Pelo menos é o que minhas amigas me dizem, snif snif...)
Mas enfim, nos idos dos anos 80 e 90 morávamos nessa casa, e virava e mexia a luz acabava.... E nós tínhamos uma dinâmica que hoje percebo como das mais maravilhosas da minha vida em família: Eu tinha que sair da toca, íamos os 4 pra sala, minha mãe espalhava velas e nós ficávamos ali, no escuro, simplesmente batendo papo.......
Sem televisão..... Sem amigas no telefone...... Sem rádio, ouvindo fitas gravadas repletas de Erasure, Legião, New Order, etc.
Só nós quatro, botando o papo em dia......
Lembro das risadas, das piadas infames do meu pai (parece que pai é feito pra isso, né? contar as piadas mais infames...) das histórias que D. Dora e S. Antonio contavam sobre a vida deles.... Acho que foi nessas sessões de escuro que aprendi que eles não nasceram no momento em que eu cheguei pra iluminar a vida deles...
Meu pai, às vezes, contava histórias de terror, de sua época de anos 30 em Portugal, e vinha com a mão por baixo pegar nosso pé, pra assustar.......... Até hoje eu e minha irmã tentamos, sem sucesso, fazer isso...
Lembro desses apagões com muita saudade e carinho, e fico orgulhosa de nós....
Outro dia ouvi um educador dizer que ouve constantemente de pais: "Detesto quando acaba a luz em casa! Não sei o que fazer com as crianças, pra elas ficarem quietas......"
Que triste.... Parece que estão tão apoiados no computador, na tv, no som, que deixam morrer a tradição mais antiga da humanidade:
Sentar-se em volta da fogueira pra contar histórias....
Que venham meus filhos..... E que, se a luz daqui da roça for eficiente mesmo e nunca acabar, eu já sei o que fazer! É só..... apertar o interruptor.....
Inté!
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