Não resisti....
Deu uma saudades do blog, que escapei rapidinho para dar um alô!
Estou na Praia do Rosa, em Santa Catarina, ainda que mais pareça uma praia pra lá da fronteira da argentina.... Cuidado, eles estão invadindo..... E não são poucos...
Bom, mas fora o cheiro de alfajor que domina a vila, aqui é tudo de bom a jeca está negra e falta pouco pra mudar o nome do blog de Jeca Urbana pra Rata de Praia!
A mão ainda sofre resquícios da queimadura de limão, tenho manchas horríveis e tenho que ir pra praia de curativo, pareço uma boxeur com faixas nas mãos....
Mas emfim, deixo aqui um beijo, o café tá bom mas o tempo é curto.... Já vou indo que o sol do fim da tarde está me esperando, com um vento "nordestão" que traz o pó da rua direto pros meus cabelos!!!!! Pelo menos eu fico mais parecida com a população local, cabelos tipo rastafari, só falta a camisa do Boca Juniors e sair falando espanhol....
Andale Andale!!!!!
Boa virada a todos!!!
Beijos e
Inté!
sábado, dezembro 30, 2006
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Papai Noel de Bombacha!
Natal....
Falar de Natal é inevitável, não? Não pela data em si, mas pela reunião que ela favorece.
Natal há muuuuuuito já perdeu a ligação original e se transformou em uma data arquétipo de renovação, de reflexão e balanço e mais que isso, de família....
Ninguém passa o Natal na balada... Nem que coma um peruzinho em casa e depois saia, mas por menor que seja a família, é com ela que se passa...
Eu curto muito esta data. Como já disse antes, sou muito ritualística, e todo ritual de amor me emociona. E alguns Natais são mais especiais que outros, e este ano certamente será.
Minha mãe é gaúcha, e nossas férias de infância sempre foram lá. Verão, inverno, estávamos direto na casa da nonna brincando e brigando com a primaiada!
Ir até Concórdia já era em si um ritual. Acordávamos às 4 e 30 da mnahã, tomávamos Dramim e pegávamos a estrada.... Sanduíche de atum, bala de caramelo, meu pai cantando músicas portuguesas e minha mãe dormindo com o pé apoiado no painel.....
A história da minha família é a típica de toda família imigrante de italianos, e quem quiser ver como os Colla viviam, é só ver o filme “O Quatrilho”, com direito a Tia Gema e casa de ripa de madeira.
Minha nonna ainda mora numa casa destas, de madeira pintadinha de azul, porão e varanda.
Acho que minha vivência com eles me fez um pouco nostálgica, pois sempre me senti voltando no tempo lá. Meu tio mais velho morou até seus últimos dias na casa onde minha mãe nasceu, à beira de uma estrada de terra, em que ela e seus três irmãos (tio Sadi, tia Rose e tio Cilon... Gastón, sua mãe vai adorar os nomes da minha família...) andavam para chegar à vila mais próxima. A casa não tinha portas, mas cortinas nas divisórias. O banheiro era uma casinha nos fundos, como se vê nos filmes medievais!
À frente, o cemitério, que era responsabilidade de meu nonno.
Na infância, minhas primas mais velhas que moravam ali nos levavam para visitar o túmulo dele e nos contar histórias de terror, e das mortes... Elas sabiam todas....
Cresci sentindo o cheiro do chiqueiro da casa simples onde minha mãe nasceu... Cresci esperando o cheiro da Sadia (Concórida é a sede da Sadia, a cidade toda cheira a frigorífico) pra saber que chegamos! Estes aromas até hoje me agradam muito, por mais maluco que seja, pois me levam de volta para a infância... Não posso pegar um caminhão de porcos na estrada que fico maluca!
Cresci tomando chimarrão de leite para as crianças nas varandas das casas dos parentes. Cadeiras de palha, chão de madeira que range, nata no pão e no biscoito, geléia de uva feita pelos pés da minha própria nonna......
Cresci ouvindo gaita gaúcha e comendo churrasco e polenta.
Nunca me esquecerei do dia em que meu tio me chamou para tomar chimarrão com os adultos! Deixar de tomar o doce mate de leite para encarar o amargo do “chima” foi um dos rituais mais significativos da minha vida, não era mais criança, já havia crescido....
Sou uma privilegiada por ter visto e vivido tudo isso, e morro de saudades de lá....
Mas claro, nem tudo são flores.... Família é família, e nós que moramos longe sempre somos motivo para conversas e críticas... Um ano estou gorda demais, outro magra demais.... Um ano sou alta demais, outro baixa demais.... Mas me divirto com isso, e espero ansiosamente por sentar na varanda da minha nonna, ouvir seu delicioso falar cantado, escutar as histórias e tomar chimarrão...
E este ano terá ainda um adicional.... Vamos refazer a viagem de carro......
Bom, queridos leitores, tentarei ainda postar alguma coisa de lá, mas se não der, a Jeca se despede pro ano, e só volta no seu aniversário, dia 8!
Que todos nós aproveitemos nossos rituais de fim de ano da melhor maneira possível, com amor e paz....
Um beijo enorme para cada um de vocês!!!!
Inté!
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Meu Amigo Secreto é...
Foto: Olhares.com
Fim de ano, festa de confraternização, Natal... e claro, amigo secreto.
Como disse bem nosso querido Gastón, esta mania foi uma bênção para os bolsos e uma dor de cabeça para a criatividade... Mas enfim, eu sempre me divirto e acho muito interessante ouvir algumas opiniões sobre mim...
No entanto, hoje vou falar sobre um amigo secreto diferente...
Um amigo mesmo, de verdade, de pele e osso, mas que é tão secreto que eu nem sei quem é....
Tudo começou com um post, assim que eu comecei este blog. Ele comentou sob o pseudônimo de "tenho dito" e assim como criei a Jeca, ele se auto criou aqui como um comentador assíduo, polêmico e muito misterioso...
Por isso, meu amigo secreto.
Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?
Bom, eu venho tentando há alguns meses, mas quando minhas pistas parecem boas, uma palavra escrita diferente ou uma opinião me tiram do caminho.....
Bom, primeiro as pistas:
-Comentários políticos muito bem articulados... O comentário que ele deixou sobre o governo americano mostrou uma pessoa prolixa e posicionada, e teve um tom que me lembrou muito uma pessoa.... Mas ele não assinou...
-Citações eruditas... Ah, isso minimiza meu leque de amigos absurdamente!!! Falar sobre a origem do conceito de beleza ocidental, usar palavras mais parnasianas, e claro, ter Ítalo Calvino como leitura de cabeceira reduziu meus suspeitos para dois ou três.... Aí foi ficando bom....
-É alguém que me conhece. E me conhece bem... Sabia o nome do meu marido, sem eu ter até então colocado no blog... Me identificou com ênfase no post Sou... E sabe de detalhes que POUCAS pessoas que se encaixavam nos ítens acima sabem:
"colégio de freiras, colegio de alemães, "quase" faculdade de direito, faculdade de letras, comissária de empresa aerea japonesa, devo ter esquecido algo... e agora a Jeca Urbana que dá aula para pequenos"
"Quase faculdade de direito"?????
Quem guarda uma informação destas???????? Ah, meus suspeitos estavam na linha de identificação....
Aí começam os problemas..... Talvez ele queira me despistar, talvez eu esteja waaaayyyyy perdida, mas enfim...
-Usou a palavra "poesia" para designar "poema". Confusão natural para muitos, mas não para nenhum dos meus suspeitos..... Ambos saberiam a diferença entre poesia e poema.....
-Disse que "escreve muito mal".... Na verdade o único comentário em que escreveu mal foi este, de resto articulou idéias e palavras com maestria.... Este ponto acho que foi mesmo para despistar...
-Não gosta dos meus textos mais deprês, aqueles meio underground, meio trevas!
Dois suspeitos até agora:
Um deles escreve ainda mais negro que isso, já li um conto antigo dele e provavelmente ele gostaria destes posts... Béemmm!
O outro faria comentários mais diretos literariamente falando.
Difícil.....
Vou refazer a pergunta que fiz acima:
"Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?"
Neste caso talvez não.... Aqui, talvez o grande barato seja TENTAR descobrir quem é meu amigo secreto...
"A Jeca Urbana" não seria NADA sem meus leitores, amigos visuais e virtuais que lêem e comentam, ou apenas lêem. Amigos que entram tanto na página que a empresa bloqueou o blog, mas que mesmo assim arranjam cambistas que repassam os posts por e-mail... Amigos cujos blogs leio todos os dias, e outros que só acessam para ler a Jeca...
E não seria o mesmo sem o mistério do Tenho Dito!
A vida não é meio insossa sem mistério???
E se for mesmo quem estou pensando, um certo mistério sempre envolveu nossa amizade, não seria diferente aqui....
Não quero descobrir quem é meu amigo secreto! Se descobrir perdemos uma face bacana do "A Jeca Urbana".
Este ano, vou jogar fora o papelzinho com o nome!
E tenho dito!!!
Inté!
Fim de ano, festa de confraternização, Natal... e claro, amigo secreto.
Como disse bem nosso querido Gastón, esta mania foi uma bênção para os bolsos e uma dor de cabeça para a criatividade... Mas enfim, eu sempre me divirto e acho muito interessante ouvir algumas opiniões sobre mim...
No entanto, hoje vou falar sobre um amigo secreto diferente...
Um amigo mesmo, de verdade, de pele e osso, mas que é tão secreto que eu nem sei quem é....
Tudo começou com um post, assim que eu comecei este blog. Ele comentou sob o pseudônimo de "tenho dito" e assim como criei a Jeca, ele se auto criou aqui como um comentador assíduo, polêmico e muito misterioso...
Por isso, meu amigo secreto.
Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?
Bom, eu venho tentando há alguns meses, mas quando minhas pistas parecem boas, uma palavra escrita diferente ou uma opinião me tiram do caminho.....
Bom, primeiro as pistas:
-Comentários políticos muito bem articulados... O comentário que ele deixou sobre o governo americano mostrou uma pessoa prolixa e posicionada, e teve um tom que me lembrou muito uma pessoa.... Mas ele não assinou...
-Citações eruditas... Ah, isso minimiza meu leque de amigos absurdamente!!! Falar sobre a origem do conceito de beleza ocidental, usar palavras mais parnasianas, e claro, ter Ítalo Calvino como leitura de cabeceira reduziu meus suspeitos para dois ou três.... Aí foi ficando bom....
-É alguém que me conhece. E me conhece bem... Sabia o nome do meu marido, sem eu ter até então colocado no blog... Me identificou com ênfase no post Sou... E sabe de detalhes que POUCAS pessoas que se encaixavam nos ítens acima sabem:
"colégio de freiras, colegio de alemães, "quase" faculdade de direito, faculdade de letras, comissária de empresa aerea japonesa, devo ter esquecido algo... e agora a Jeca Urbana que dá aula para pequenos"
"Quase faculdade de direito"?????
Quem guarda uma informação destas???????? Ah, meus suspeitos estavam na linha de identificação....
Aí começam os problemas..... Talvez ele queira me despistar, talvez eu esteja waaaayyyyy perdida, mas enfim...
-Usou a palavra "poesia" para designar "poema". Confusão natural para muitos, mas não para nenhum dos meus suspeitos..... Ambos saberiam a diferença entre poesia e poema.....
-Disse que "escreve muito mal".... Na verdade o único comentário em que escreveu mal foi este, de resto articulou idéias e palavras com maestria.... Este ponto acho que foi mesmo para despistar...
-Não gosta dos meus textos mais deprês, aqueles meio underground, meio trevas!
Dois suspeitos até agora:
Um deles escreve ainda mais negro que isso, já li um conto antigo dele e provavelmente ele gostaria destes posts... Béemmm!
O outro faria comentários mais diretos literariamente falando.
Difícil.....
Vou refazer a pergunta que fiz acima:
"Mas o barato desta brincadeira é descobrir que é o amigo secreto, não?"
Neste caso talvez não.... Aqui, talvez o grande barato seja TENTAR descobrir quem é meu amigo secreto...
"A Jeca Urbana" não seria NADA sem meus leitores, amigos visuais e virtuais que lêem e comentam, ou apenas lêem. Amigos que entram tanto na página que a empresa bloqueou o blog, mas que mesmo assim arranjam cambistas que repassam os posts por e-mail... Amigos cujos blogs leio todos os dias, e outros que só acessam para ler a Jeca...
E não seria o mesmo sem o mistério do Tenho Dito!
A vida não é meio insossa sem mistério???
E se for mesmo quem estou pensando, um certo mistério sempre envolveu nossa amizade, não seria diferente aqui....
Não quero descobrir quem é meu amigo secreto! Se descobrir perdemos uma face bacana do "A Jeca Urbana".
Este ano, vou jogar fora o papelzinho com o nome!
E tenho dito!!!
Inté!
Update da limonada...
Amigos, precisei ir ao São Luis em SP pra fazer curativos... Estou com as duas mãos enfaixadas, com queimaduras de segundo grau!
Bolhas, bolhas... A doida da médica queria furar uma por uma, saí correndo...
Corri pra roça e fui a uma farmácia comprar as tais ataduras com "adaptic", feitas especialmente para queimaduras.
Claro que houve uma grande dificuldade em encontrar tal produto, mas jeca que é jeca ajuda outro jeca... O dono da farmácia ligou para todas as outras da cidade (convenhamos, não é taaanto trabalho assim, devem ser 6 ou 7...) e encontrou. Motoboy a caminho, e eu pagando minha conta...
Bom, aí a jequice pega!
"Moço, vocês aceitam cartão, né?"
"Pode serrrr cheque?"
"Pode, mas eu tô vendo as maquininhas do Visa!"
"Tsc, (pisca o olho) cheque é melhorrr, carrrrtão paga taxa, 'fai' o cheque memo..."
Pra que tecnologia se temos o bom e velho cheque! Estava vendo a hora que ele ia pedir sal, ou moedas de ouro...
Inté!
Bolhas, bolhas... A doida da médica queria furar uma por uma, saí correndo...
Corri pra roça e fui a uma farmácia comprar as tais ataduras com "adaptic", feitas especialmente para queimaduras.
Claro que houve uma grande dificuldade em encontrar tal produto, mas jeca que é jeca ajuda outro jeca... O dono da farmácia ligou para todas as outras da cidade (convenhamos, não é taaanto trabalho assim, devem ser 6 ou 7...) e encontrou. Motoboy a caminho, e eu pagando minha conta...
Bom, aí a jequice pega!
"Moço, vocês aceitam cartão, né?"
"Pode serrrr cheque?"
"Pode, mas eu tô vendo as maquininhas do Visa!"
"Tsc, (pisca o olho) cheque é melhorrr, carrrrtão paga taxa, 'fai' o cheque memo..."
Pra que tecnologia se temos o bom e velho cheque! Estava vendo a hora que ele ia pedir sal, ou moedas de ouro...
Inté!
terça-feira, dezembro 19, 2006
É pior do que pensava...
Gente, bad, mas very bad news....
Não foi o sol que acabou com minhas mãos..... Foi limão.....
A jeca toma limão em jejum pra desintoxicar, e no domingo não foi diferente...
Fiz meu suco, 4 limões, e corri pra lavar as mãos, bem lavadas, mas parece que não foi o suficiente...
Imaginem as bolhas que se formaram, né?...
Bom, paciência, mais uma lição aprendida...
Inté!
Homenagem!
Arca de Noé em Brasília
Acho que é desnecessário comentar a vergonhosa atitude dos NOSSOS (sim são NOSSOS, NÓS votamos neles!!!) representantes com relação a seus salários, né?
No entanto, hoje li na Folha a relação dos parlamentares que se colocaram imediatamente contra e assinaram os recursos no STF.
Não são perfeitos, mas acho que a atitude minimamente ética vale um esforço dos meus dedos queimados (agora já tenho bolhas...) e uma menção aqui.
Dos 513 deputados, os 9 livres deste dilúvio:
Fernando Gabeira e Chico Alencar, do Rio;
Mendes Thame, Luiza Erundina e Carlos Sampaio, de São Paulo;
Raul Jungmann e Roberto Freire, de Pernambuco;
Walter Pinheiro, da Bahia,
Renato Casagrande, do Espírito Santo.
Do Senado, os 4 com passagem para a Arca são:
Eduardo Suplicy, Jefferson Péres, Heloísa Helena e Cristovam Buarque.
Não sou ingênua, sei que desta vez eles dizem "Ufa", mas acho que de pouco em pouco podemos um dia chegar lá!
Se para estes guardei um elogio, para os outros mando esta foto como cartão de natal, para ver se eles dormem à noite. Inté!
foto: Olhares.com
No entanto, hoje li na Folha a relação dos parlamentares que se colocaram imediatamente contra e assinaram os recursos no STF.
Não são perfeitos, mas acho que a atitude minimamente ética vale um esforço dos meus dedos queimados (agora já tenho bolhas...) e uma menção aqui.
Dos 513 deputados, os 9 livres deste dilúvio:
Fernando Gabeira e Chico Alencar, do Rio;
Mendes Thame, Luiza Erundina e Carlos Sampaio, de São Paulo;
Raul Jungmann e Roberto Freire, de Pernambuco;
Walter Pinheiro, da Bahia,
Renato Casagrande, do Espírito Santo.
Do Senado, os 4 com passagem para a Arca são:
Eduardo Suplicy, Jefferson Péres, Heloísa Helena e Cristovam Buarque.
Não sou ingênua, sei que desta vez eles dizem "Ufa", mas acho que de pouco em pouco podemos um dia chegar lá!
Se para estes guardei um elogio, para os outros mando esta foto como cartão de natal, para ver se eles dormem à noite. Inté!
foto: Olhares.com
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Dividida...
foto: Olhares.com
Chegou tarde, sozinha. No elevador, se assustou com a mulher no espelho, pálida, cansada, triste... Em seu rosto, um fio de rímel que desceu dos olhos, provavelmente com as lágrimas que insistiram em cair... Não tinha forças...
Virou a chave e parou à porta. Respirou fundo, reuniu coragem e deu um passo. Não acendeu a luz, fazia aquele caminho escuro sempre que chegava tarde e já não mais batia nos poucos móveis.
Deitou-se como estava, o cheiro forte de cigarro passou para seus lençóis ainda desarrumados e só tirou os sapatos.
Salto agulha, ficava alta, imponente.
Sem eles não se sentia mulher.
Estava ali, despida de sua feminilidade, envolta numa fumaça de medo que a paralisava, quando o telefone tocou.
Virou os olhos, como se com o olhar pudesse fazê-lo parar, mas teve que responder.
Era a voz que não a deixava em paz. A voz que a perseguia como em sonho, e que a prendia na mesquinhez do cotidiano.
Queria pedir que se calasse, queria trocar o número, queria seguir em frente, mas não conseguia... O rímel continuava escorrido, e o salto agulha ali, ao pé da cama, pronto para sair em direção à voz...
Aquela voz lhe trazia sensações das quais não se libertava, e sem ela talvez não fosse mais a mesma...
Sentiu-se dividida, trançada...
Não queria mais ser a mesma. Queria acender a luz ao chegar e sorrir para a mulher do elevador.
Queria jogar os sapatos pela janela e andar descalça, queria não mais temer o telefone...
Bastava fechar os olhos, e ter coragem para mandar a voz embora...
Ela não foi...
E ela dormiu...
Chegou tarde, sozinha. No elevador, se assustou com a mulher no espelho, pálida, cansada, triste... Em seu rosto, um fio de rímel que desceu dos olhos, provavelmente com as lágrimas que insistiram em cair... Não tinha forças...
Virou a chave e parou à porta. Respirou fundo, reuniu coragem e deu um passo. Não acendeu a luz, fazia aquele caminho escuro sempre que chegava tarde e já não mais batia nos poucos móveis.
Deitou-se como estava, o cheiro forte de cigarro passou para seus lençóis ainda desarrumados e só tirou os sapatos.
Salto agulha, ficava alta, imponente.
Sem eles não se sentia mulher.
Estava ali, despida de sua feminilidade, envolta numa fumaça de medo que a paralisava, quando o telefone tocou.
Virou os olhos, como se com o olhar pudesse fazê-lo parar, mas teve que responder.
Era a voz que não a deixava em paz. A voz que a perseguia como em sonho, e que a prendia na mesquinhez do cotidiano.
Queria pedir que se calasse, queria trocar o número, queria seguir em frente, mas não conseguia... O rímel continuava escorrido, e o salto agulha ali, ao pé da cama, pronto para sair em direção à voz...
Aquela voz lhe trazia sensações das quais não se libertava, e sem ela talvez não fosse mais a mesma...
Sentiu-se dividida, trançada...
Não queria mais ser a mesma. Queria acender a luz ao chegar e sorrir para a mulher do elevador.
Queria jogar os sapatos pela janela e andar descalça, queria não mais temer o telefone...
Bastava fechar os olhos, e ter coragem para mandar a voz embora...
Ela não foi...
E ela dormiu...
30 anos de praia...
Sabe como brasileiro se acha rato de praia, né? Só por que nascemos em solo brasuca é como se trouxéssemos no DNA o gene da malandragem, areia no biquini e todo um jeito "cool" de se portar à beira mar...
Olhar aqueles gringos cheio de hipoglos na cara, as gringas de biquini dos anos 40 geralmente nos faz tecer aqueles comentários típicos, do tipo:
"Coitado, nunca viu praia antes"
"Nossa, que cara de coalhada", etc...
E quando você cruza com algum destes que fritaram um dia antes e estão rosa choque, tipo camarão, e você até sente a dor, o ardendo....
Você, claro, é brasileiro, jamais seria tão descuidado, afinal, tem 30 anos de praia....
E esses 30 anos de praia te ensinaram muitas coisas....
Lembro que quando era menor, minha mãe tinha sempre um vidro de Pasta D´água à mão, que era um alívio pra pele queimada... Não se usava FPS, e sempre ficávamos meio vermelhinhas....
Era chegar em casa, tomar banho e se besuntar daquela pasta com cheiro de menta, que gelava a pele...
Mas os anos passaram, e nós fomos adquirindo canja, jogo de cintura e viramos siri... Né???
Bom, eu achava que sim, até hoje de manhã.....
Ontem passei o dia no sol, sol de jeca, sabe?? forte pra caramba, céu azul...
Corpo protegido, rosto embaixo do boné, óculos escuros, tudo certo.....
Hoje acordei, quase corri pro hospital, achando que algum bicho muito venenoso mordeu minha mão direita! Não conseguia dobrar os dedos, uma dor insuportável, parece que trocaram minha mão pela do Faustão, de tão inchada que está...
Pensa, Jeca, pensa.... Não achei picada nenhuma...
"Por que está tão vermelha????"
"Por que está ardendo tanto???"
"Por que só a mão direita???"
30 anos de praia e mais uma lição...
A mão que passa protetor também precisa dele.....
e chega de digitar, a mão tá doendo muuuito.....
JECA GRINGA!!!!!!!
Inté!...
quinta-feira, dezembro 14, 2006
"Sua tarefa estava cumprida"
Hoje terminei a saga das Brumas de Avalon... Foi um mês e pouquinho totalmente mergulhada nas brumas, vivendo um tempo e um mundo mágico que não mais conhecemos, viciada na aura divina do livro...
Pra quem tem uma enorme dificuldade em definir o "divino", acabar a série de livros sentindo tal presença mostra bem o poder desta história.
A luta das sacerdotisas de Avalon para se manterem no novo mundo cristão, paternalista, em que as crenças primitivas começam a se apagar em nome do Deus Uno, em detrimento da Deusa Mãe me tocou de uma forma muito intensa, como discuti hoje com minha amiga Ivy (obrigada eternamente por suas palavras....). Não apenas pela beleza da obra, pelas imagens e pela visão feminina do mito do Rei Artur, mas por minha própria condição de mulher...
Acredito que toda mulher deveria passar pelo rito das Brumas. Sou ritualística ao extremo, e sinto que hoje passei por um...
É como se voltássemos ao tempo em que o feminino ditava as normas. Não a mulher, mas o feminino, que existe em todos nós. Nosso lado Vênus....
A ternura, a sensibilidade, a afeição, a tolerância. A justiça, o amor, a paz...
Falar do livro é falar da Deusa, que não é nenhum ser sobrenatural, mas vive em cada um de nós! A Deusa que esquecemos há séculos, quando resolveram nos dizer que ser feliz é ruim, que o prazer nos afasta da verdade.....
Que verdade?
Se a dor, a tristeza for a verdade, prefiro pecar, prefiro viver na mentira...
Quero a magia da Deusa, não imposta por ninguém, mas descoberta por mim.... A magia de ouvir meu coração, que está ferido de esquecimento... A magia do prazer e da tolerância...
Quero ver a Deusa nos homens reinar nosso mundo, de volta ao templo de onde foi expulsa...
Nós mesmos.....
Óóólha o cotovelo!!!
A Jeca voltou a se sentir urbana!
Numa simples fila de mercado!
Vou explicar...
Aprendi com o passar dos anos, que as pessoas criam seus “espaços de intimidade”, geralmente estabelecidos logo nos cumprimentos.
Se apertamos as mãos, nossa distância é média.
Se nos reverenciamos niponicamente, marcamos um limite grande e pouca intimidade.
Se somos brasileiros, nos beijamos ao dizer oi e tchau, diminuímos bem a distância e explodimos o contador mundial de intimidade. Somos mais abertos que mala velha!
Paulistas dão um, cariocas dois e gaúchos três, mas uma estalada na entrada e outra na saída é uma marca registrada nossa.
Mas mesmo assim há graus para isso.
Paulistano que é paulistano geralmente é mais reservado e preza seu espaço de segurança contra intimidade indesejada. Acostumados com a correria do dia a dia, com a violência e com a crescente individualização dos seres, somos um povo desconfiado, que não gosta de aproximações alienígenas.
Não concorda? Entre em um cinema vazio e sente-se ao lado da única pessoa que está ali, na sessão das 14 hs de terça feira. À medida que você for se aproximando ela já vai te olhar de lado, com o cenho franzido, prender a respiração e GARANTO que estará pensando:
“Esse maluco não vai sentar aqui perto, não, né??? O cinema está vazio!!”
E sim, contra todas as expectativas você se senta ali.
Conto um segundo pra ela disfarçar, pegar a pipoca e correr pra última fileira, onde ninguém mais a veja.
De acordo?
Bom, aqui na roça o lance é bem diferente. Primeiro, faça um teste, aí em Sampa. Ande pela Paulista, ou mesmo pelo shopping do seu bairro e ao invés de passar batido por todos, olhe nos olhos das pessoas, sorria e diga “oi”. Pra todos. Cinco minutos pro segurança do shopping começar a te seguir ou o guarda municipal da Paulista ficar de olho em você.
Aqui, pra eu ir até a farmácia, tenho que dizer “Ó” (sim, aqui não é oi, é “ó”, meio compridinho, “óóó”....) e amarelar um sorrisinho pra pelo menos 10 pessoas. E isso que eu nem sou da cidade, não conheço ninguém, imagina se eu fosse a filha do Chinelo... Aquele movimento "Free Hug" faria o maior sucesso aqui, ninguém teria problemas em abraçar estranhos... (postei o vídeo do movimento abaixo, vale o tempo que leva pra carregar...)
No início eu achava simpático isso, tentei entrar no clima, agora acho tudo meio creepy, se puder, saio de lenço, óculos escuros e se inevitável for, pego o carro pra ir à esquina.
O limite de intimidade também é diferente. Se tivesse cinema bom aqui, certamente eu veria 10 pessoas estranhas amontoadas na mesma fileira!
E a fila do mercado....
A dinâmica do mercado favorece o espaço de intimidade, não? Você fica atrás do seu carrinho, põe suas compras na esteira e fica no final delas, esperando o outro à sua frente acabar. Aí você passa para a frente, e o próximo está ali, bem posicionado, atrás do carrinho dele. Sim?
Não...
Estou eu, linda leve e solta na minha posição, meu carrinho não pode mais me proteger, pois já foi pra frente. Alguém funga no meu pescoço. Sinto o calor do campo energético do ser do meu lado! Três pessoas da mesma Família Tatu já passarm pra frente do carrinho, antes de eu sair! E estão COLADAS em mim!!!!! Eu olho feio, e os três, Sr. Tatu, Sra. Tatu e Tatuzinho sorriem.
Me sinto agredida, violada, quero meus direitos, quero meu espaço de volta. Isso não foi uma vez só, não! Há quase dois anos passo por isso cada vez que vou ao mercado.
Tanto que já desenvolvi uma técnica. Chegou muito perto eu ponho a mão na cintura e aponto o cotovelo na costela do ser. Ainda dou uma quebrada na cintura pra bater mais forte. Bolsa grande também ajuda, e se for comprar vassoura então, o estrago é maior!
Mas a do cotovelo é batata. Tatu´s Family te olha magoada, e dá um passo pra trás.... Mas cuidado, logo eles voltam por isso eu recomendo cotovelo sempre pronto pra agir!
"Óóólha o cotovelo!!!"
Inté!!
Numa simples fila de mercado!
Vou explicar...
Aprendi com o passar dos anos, que as pessoas criam seus “espaços de intimidade”, geralmente estabelecidos logo nos cumprimentos.
Se apertamos as mãos, nossa distância é média.
Se nos reverenciamos niponicamente, marcamos um limite grande e pouca intimidade.
Se somos brasileiros, nos beijamos ao dizer oi e tchau, diminuímos bem a distância e explodimos o contador mundial de intimidade. Somos mais abertos que mala velha!
Paulistas dão um, cariocas dois e gaúchos três, mas uma estalada na entrada e outra na saída é uma marca registrada nossa.
Mas mesmo assim há graus para isso.
Paulistano que é paulistano geralmente é mais reservado e preza seu espaço de segurança contra intimidade indesejada. Acostumados com a correria do dia a dia, com a violência e com a crescente individualização dos seres, somos um povo desconfiado, que não gosta de aproximações alienígenas.
Não concorda? Entre em um cinema vazio e sente-se ao lado da única pessoa que está ali, na sessão das 14 hs de terça feira. À medida que você for se aproximando ela já vai te olhar de lado, com o cenho franzido, prender a respiração e GARANTO que estará pensando:
“Esse maluco não vai sentar aqui perto, não, né??? O cinema está vazio!!”
E sim, contra todas as expectativas você se senta ali.
Conto um segundo pra ela disfarçar, pegar a pipoca e correr pra última fileira, onde ninguém mais a veja.
De acordo?
Bom, aqui na roça o lance é bem diferente. Primeiro, faça um teste, aí em Sampa. Ande pela Paulista, ou mesmo pelo shopping do seu bairro e ao invés de passar batido por todos, olhe nos olhos das pessoas, sorria e diga “oi”. Pra todos. Cinco minutos pro segurança do shopping começar a te seguir ou o guarda municipal da Paulista ficar de olho em você.
Aqui, pra eu ir até a farmácia, tenho que dizer “Ó” (sim, aqui não é oi, é “ó”, meio compridinho, “óóó”....) e amarelar um sorrisinho pra pelo menos 10 pessoas. E isso que eu nem sou da cidade, não conheço ninguém, imagina se eu fosse a filha do Chinelo... Aquele movimento "Free Hug" faria o maior sucesso aqui, ninguém teria problemas em abraçar estranhos... (postei o vídeo do movimento abaixo, vale o tempo que leva pra carregar...)
No início eu achava simpático isso, tentei entrar no clima, agora acho tudo meio creepy, se puder, saio de lenço, óculos escuros e se inevitável for, pego o carro pra ir à esquina.
O limite de intimidade também é diferente. Se tivesse cinema bom aqui, certamente eu veria 10 pessoas estranhas amontoadas na mesma fileira!
E a fila do mercado....
A dinâmica do mercado favorece o espaço de intimidade, não? Você fica atrás do seu carrinho, põe suas compras na esteira e fica no final delas, esperando o outro à sua frente acabar. Aí você passa para a frente, e o próximo está ali, bem posicionado, atrás do carrinho dele. Sim?
Não...
Estou eu, linda leve e solta na minha posição, meu carrinho não pode mais me proteger, pois já foi pra frente. Alguém funga no meu pescoço. Sinto o calor do campo energético do ser do meu lado! Três pessoas da mesma Família Tatu já passarm pra frente do carrinho, antes de eu sair! E estão COLADAS em mim!!!!! Eu olho feio, e os três, Sr. Tatu, Sra. Tatu e Tatuzinho sorriem.
Me sinto agredida, violada, quero meus direitos, quero meu espaço de volta. Isso não foi uma vez só, não! Há quase dois anos passo por isso cada vez que vou ao mercado.
Tanto que já desenvolvi uma técnica. Chegou muito perto eu ponho a mão na cintura e aponto o cotovelo na costela do ser. Ainda dou uma quebrada na cintura pra bater mais forte. Bolsa grande também ajuda, e se for comprar vassoura então, o estrago é maior!
Mas a do cotovelo é batata. Tatu´s Family te olha magoada, e dá um passo pra trás.... Mas cuidado, logo eles voltam por isso eu recomendo cotovelo sempre pronto pra agir!
"Óóólha o cotovelo!!!"
Inté!!
terça-feira, dezembro 12, 2006
Thelma e Louise
Férias chegando.... Que vontade pegar o carro, um lenço, e Louise....
O lugar? Praia!
O carro? Um conversível, pra combinar...
O lenço? Qualquer um que amarre bem os cabelos ao vento...
No banco de trás a muda de biquini e canga, protetor solar e um bom livro...
(hoje, o volume 4 das Brumas de Avalon, mas esse não vai durar... Levo também um do Cortázar e "O Idiota", do Dostoiévski)...
A música???ESTA!!!!! No último!!!
Survivor...
Uma das coisas mais interessantes de se conhecer outras culturas é saber como os povos comem. As peculiaridades culinárias podem ser divertidas e assustadoras, dependendo da sensibilidade de seu paladar...
Hoje, fazendo uma sobremesa de Grão de Bico (sim, um pavê de biscoito champange e creme de grão de bico) pensei nas comidas esquisitas que já provei na vida...
Sempre fui draga... minha mãe colocava a comida na frente e quem fizesse manha passava fome.
“Comida boa é a que está na mesa!”
Hoje sou vegetariana e como pouco (especialmente depois da vergonhosa sessão descrita no ALA: Associação dos Livrólatras Anônimos) mas experimento de tudo, sem maiores receios.
Muitos já sabem que maçã só entra na minha boca se for com sal! Vi isso, quando criança, em uma cena da novela Bambolê, e corri pra cozinha, nunca mais parei!
Mas isso foi antes das viagens, antes da fase Vasco da Gama dos ares...
Quando fiz intercâmbio, mais estranho que minha “irmã” germânica, só a sobremesa de iogurte e camarão que eles faziam! E talvez mais estranho que isso, é hoje eu salivar ao pensar naquilo....
Anos mais tarde, fui apresentada ao famoso doce de feijão japonês. Nos metrôs de Tóquio, há inúmeras barraquinhas que vendem tal sobremesa, e parecia muito apetitosa, envolta numa massa de arroz e açúcar. Nossa primeira tentativa foi frustradíssima, eu e minhas companheiras de sol nascente até tiramos foto de tal momento, o doce jogado no fundo do lixo, e nossas caras de desespero por tal heresia! Feijão doce......
Claro, que draga que é draga se acostuma até com pedra, e logo depois já estava eu viciada no bolinho suculento! Ainda hoje, que minha fase Japão já passou, me vejo correndo para a Liberdade atrás do doce, que um dia foi condenado pela inquisição do paladar...!!
Ainda lá, saboreei sorvete de batata doce e de chá verde! O de batata doce, por sinal, era ROXO!!!
De volta ao velho continente, na Espanha, um garçom nos ofereceu a “clara”, mistura de cerveja, suco de limão e AÇÚCAR! Sim, hoje já há no mercado mistura de cerveja e limão, mas aposto minha mão que não vem com açúcar! Olha, acho que foi a bebida mais deliciosa que já tomei, passei a viagem toda só a base de clara, e sempre que posso, mando ver limão e açúcar na Lieber!!!
Quem já foi pra Califórnia conhece o "The Stinking Rose", (a rosa fedorenta) um restaurante em que tudo é a base de alho! Ok, bife com alho, patê de alho, etc... Mas SORVETE DE ALHO???
Tem, e até que é gostoso!
Mas o episódio culinário mais intenso que vivi foi em um restaurante novaiorquino! Fomos jantar com os chefões da empresa, japoneses tradicionais carregados de pompa e cerimônia, até o saquê bater nos portôes do cérebro! À minha frente, o Poderoso Chefão! Conversa vai, saquê vem, o rosto do sansei ficando rosado, e pronto, ele foi com a minha cara! Chamou a garçonete e pediu A iguaria MOR do cardápio, especialmente para eu experimentar!
(a tropa japonesa da mesa faz “oooohhhhh!” e a tropa brasileira faz “viiiiiixxxeeee”)
Dali a pouco estava em meu prato! Ok, ufa, é apenas um ovo! Draga que é draga, sob os olhares ansiosos de todos, manda pra dentro...
Ah, até que não é ruim, é ovo!
Todos felizes, eu aliviada, até que um amigo me esclarece o que era aquilo...
Não era um ovo comum.... Era um ovo que havia ficado MESES enterrado, em terras especiais, tipo a trufa da classe dos ovos, até ficar no ponto de ser considerado uma iguaria!
Traduzindo em língua portuguesa: OVO PODRE!
Como já estava dentro, fiquei à espera das reações adversas, efeitos colaterais que viriam... E vieram, claro! Foi a noite mais mal dormida, sorte que eu morava sozinha e ninguém precisou dividir minha cama.....
Mas sobrevivi, e se precisar encarar outras estamos aí... Só não sei se conseguiria comer polvo vivo, como se come na Coréia, ou o famoso cérebro de macaco, do filme Faces da Morte...
Acho que vou me inscrever pro Survivor, ao menos naquelas provas de comer coisas estranhas eu acho que passava.....
Inté!
Hoje, fazendo uma sobremesa de Grão de Bico (sim, um pavê de biscoito champange e creme de grão de bico) pensei nas comidas esquisitas que já provei na vida...
Sempre fui draga... minha mãe colocava a comida na frente e quem fizesse manha passava fome.
“Comida boa é a que está na mesa!”
Hoje sou vegetariana e como pouco (especialmente depois da vergonhosa sessão descrita no ALA: Associação dos Livrólatras Anônimos) mas experimento de tudo, sem maiores receios.
Muitos já sabem que maçã só entra na minha boca se for com sal! Vi isso, quando criança, em uma cena da novela Bambolê, e corri pra cozinha, nunca mais parei!
Mas isso foi antes das viagens, antes da fase Vasco da Gama dos ares...
Quando fiz intercâmbio, mais estranho que minha “irmã” germânica, só a sobremesa de iogurte e camarão que eles faziam! E talvez mais estranho que isso, é hoje eu salivar ao pensar naquilo....
Anos mais tarde, fui apresentada ao famoso doce de feijão japonês. Nos metrôs de Tóquio, há inúmeras barraquinhas que vendem tal sobremesa, e parecia muito apetitosa, envolta numa massa de arroz e açúcar. Nossa primeira tentativa foi frustradíssima, eu e minhas companheiras de sol nascente até tiramos foto de tal momento, o doce jogado no fundo do lixo, e nossas caras de desespero por tal heresia! Feijão doce......
Claro, que draga que é draga se acostuma até com pedra, e logo depois já estava eu viciada no bolinho suculento! Ainda hoje, que minha fase Japão já passou, me vejo correndo para a Liberdade atrás do doce, que um dia foi condenado pela inquisição do paladar...!!
Ainda lá, saboreei sorvete de batata doce e de chá verde! O de batata doce, por sinal, era ROXO!!!
De volta ao velho continente, na Espanha, um garçom nos ofereceu a “clara”, mistura de cerveja, suco de limão e AÇÚCAR! Sim, hoje já há no mercado mistura de cerveja e limão, mas aposto minha mão que não vem com açúcar! Olha, acho que foi a bebida mais deliciosa que já tomei, passei a viagem toda só a base de clara, e sempre que posso, mando ver limão e açúcar na Lieber!!!
Quem já foi pra Califórnia conhece o "The Stinking Rose", (a rosa fedorenta) um restaurante em que tudo é a base de alho! Ok, bife com alho, patê de alho, etc... Mas SORVETE DE ALHO???
Tem, e até que é gostoso!
Mas o episódio culinário mais intenso que vivi foi em um restaurante novaiorquino! Fomos jantar com os chefões da empresa, japoneses tradicionais carregados de pompa e cerimônia, até o saquê bater nos portôes do cérebro! À minha frente, o Poderoso Chefão! Conversa vai, saquê vem, o rosto do sansei ficando rosado, e pronto, ele foi com a minha cara! Chamou a garçonete e pediu A iguaria MOR do cardápio, especialmente para eu experimentar!
(a tropa japonesa da mesa faz “oooohhhhh!” e a tropa brasileira faz “viiiiiixxxeeee”)
Dali a pouco estava em meu prato! Ok, ufa, é apenas um ovo! Draga que é draga, sob os olhares ansiosos de todos, manda pra dentro...
Ah, até que não é ruim, é ovo!
Todos felizes, eu aliviada, até que um amigo me esclarece o que era aquilo...
Não era um ovo comum.... Era um ovo que havia ficado MESES enterrado, em terras especiais, tipo a trufa da classe dos ovos, até ficar no ponto de ser considerado uma iguaria!
Traduzindo em língua portuguesa: OVO PODRE!
Como já estava dentro, fiquei à espera das reações adversas, efeitos colaterais que viriam... E vieram, claro! Foi a noite mais mal dormida, sorte que eu morava sozinha e ninguém precisou dividir minha cama.....
Mas sobrevivi, e se precisar encarar outras estamos aí... Só não sei se conseguiria comer polvo vivo, como se come na Coréia, ou o famoso cérebro de macaco, do filme Faces da Morte...
Acho que vou me inscrever pro Survivor, ao menos naquelas provas de comer coisas estranhas eu acho que passava.....
Inté!
domingo, dezembro 10, 2006
"Without her I don´t make sense"
Eu e meus filmes... Já fiz um post depois de ter chorado muito com Hotel Ruanda, e hoje me vejo aqui, de novo, do sofá pro blog....
"Em seu lugar" é filme sobre duas irmãs totalmente diferentes, que brigam muito, mas que não conseguem ver sentido na vida, uma sem a outra, me tirou o fôlego...
O grande Antônio Cândido disse que para se ver uma verdade, é muitas vezes preciso exagerá-la. Este filme faz isso. E eu me vi nele...
Eu sou a mais velha da dupla dinâmica em casa.
A mais velha vem com um estereótipo que nem sempre é errado: mais séria, mais responsável, mais chata, neurótica...
A mais nova, seguindo esta lógica, seria a comédia da família, a louquinha, a sangue bão, psicótica.....
Eu e minha irmã fazemos uma comparação que ilustra bem quem somos, ou pelo menos éramos na adolescência.
Se tivéssemos nascido nos anos 50, eu dançaria swing e ela iria aos shows do Elvis...
Nos anos 60, eu seria histérica pelos Beatles, e ela seria uma das fundadoras do movimento hippie...
Nos anos 70, lá estaria eu, cheia de lantejoulas nas discotecas e ela vendo o Jim Morrison ser preso em pleno show...
Mas de noite, iríamos uma pro quarto da outra contar os micos, chorar pelos foras e dar muita risada, no fim das contas...
E somos assim, até hoje... Nunca fomos de brigar, e parece que o tempo só nos une mais...
As diferenças amainaram, aprendemos muito com elas...
Minha irmã me ensinou a rir de mim mesma.... Eu a ensinei a ter a seriedade que certos momentos exigem...
Ela me ensinou a ser mais tolerante, mais humana e eu continuo ensinando ela a não ser tão ingênua com os outros...
Hoje até me chamam de hiponga, e ela de intelectual, pois passou no Mestrado na USP.....
É incrível o poder que existe por trás de um amor de irmã... São tantos momentos que seria humanamente impossível colocar aqui, claro...
Eu roendo suas unhas quando as minhas acabavam...
Nós duas dormindo uma no colo da outra nas longas viagens pra casa da minha avó...
Ela em cima de um palco, cantando "What´s going on" pela primeira vez em público, eu chorando de orgulho...
Nossas horas de dormir... Quanto papo maravilhoso no escuro da noite....
Eu indo morar no Japão e ela na Austrália, aquele momento de despedida nunca sairá do meu coração.....
"I carry your heart. I carry it in my heart!"
Tantas despedidas...
Tantos retornos....
Tantos momentos bons, e tão bons ombros e conselhos naqueles que deixaram por desejar...
Minha alma gêmea é minha metade mais alegre, mais bem humorada, mais pura.... Sem ela eu simplesmente seco, murcho, como flor sem vida, sem brilho...
Ou como tão bem disse uma das irmãs do filme:
"Without her I don´t make sense!"
...
Inté!
"Em seu lugar" é filme sobre duas irmãs totalmente diferentes, que brigam muito, mas que não conseguem ver sentido na vida, uma sem a outra, me tirou o fôlego...
O grande Antônio Cândido disse que para se ver uma verdade, é muitas vezes preciso exagerá-la. Este filme faz isso. E eu me vi nele...
Eu sou a mais velha da dupla dinâmica em casa.
A mais velha vem com um estereótipo que nem sempre é errado: mais séria, mais responsável, mais chata, neurótica...
A mais nova, seguindo esta lógica, seria a comédia da família, a louquinha, a sangue bão, psicótica.....
Eu e minha irmã fazemos uma comparação que ilustra bem quem somos, ou pelo menos éramos na adolescência.
Se tivéssemos nascido nos anos 50, eu dançaria swing e ela iria aos shows do Elvis...
Nos anos 60, eu seria histérica pelos Beatles, e ela seria uma das fundadoras do movimento hippie...
Nos anos 70, lá estaria eu, cheia de lantejoulas nas discotecas e ela vendo o Jim Morrison ser preso em pleno show...
Mas de noite, iríamos uma pro quarto da outra contar os micos, chorar pelos foras e dar muita risada, no fim das contas...
E somos assim, até hoje... Nunca fomos de brigar, e parece que o tempo só nos une mais...
As diferenças amainaram, aprendemos muito com elas...
Minha irmã me ensinou a rir de mim mesma.... Eu a ensinei a ter a seriedade que certos momentos exigem...
Ela me ensinou a ser mais tolerante, mais humana e eu continuo ensinando ela a não ser tão ingênua com os outros...
Hoje até me chamam de hiponga, e ela de intelectual, pois passou no Mestrado na USP.....
É incrível o poder que existe por trás de um amor de irmã... São tantos momentos que seria humanamente impossível colocar aqui, claro...
Eu roendo suas unhas quando as minhas acabavam...
Nós duas dormindo uma no colo da outra nas longas viagens pra casa da minha avó...
Ela em cima de um palco, cantando "What´s going on" pela primeira vez em público, eu chorando de orgulho...
Nossas horas de dormir... Quanto papo maravilhoso no escuro da noite....
Eu indo morar no Japão e ela na Austrália, aquele momento de despedida nunca sairá do meu coração.....
"I carry your heart. I carry it in my heart!"
Tantas despedidas...
Tantos retornos....
Tantos momentos bons, e tão bons ombros e conselhos naqueles que deixaram por desejar...
Minha alma gêmea é minha metade mais alegre, mais bem humorada, mais pura.... Sem ela eu simplesmente seco, murcho, como flor sem vida, sem brilho...
Ou como tão bem disse uma das irmãs do filme:
"Without her I don´t make sense!"
...
Inté!
sexta-feira, dezembro 08, 2006
"É meu!!!! Manhê......"
Hoje o noticiário político do nosso lindo país me chamou a atenção novamente.... As mesmas figurinhas.... Aquelas, que nós recolocamos em Brasília...
Sorteio de gabinetes, quórum total, lógico.... Acho que foi a única oportunidade que tínhamos para tirar uma foto de todos os canalhas juntos, daqui pra frente já era...
Enfim.... Como numa casa de bingo, moças bonitinhas sortearam os gabinetes e o pau comeu solto...
Nossos ilustres paulistanos Paulo Maluf e Clodovil (desculpem os palavrões)puderam escolher os seus gabinetes, um por já ter sido deputado e o outro pela idade... (sim, Clodo%$#@#$%) tem mais de 70 anos...) O resto ficou com os ossos lambidos...
Cena medieval... Segue o fim da notícia, tirada da Folha de hoje:
"O momento do sorteio em que a platéia mais se alvoroçou foi quando foi sorteado o nome do petista Juvenil Alves (MG), preso pela Polícia Federal acusado de lavagem de dinheiro. Juvenil, mais votado do PT mineiro, teve sorte: ficou com uma sala do Anexo 4, das mais cobiçadas.
As negociações antes do sorteio contaram com romaria de deputados à Diretoria-Geral da Casa. Alguns invocavam a família tradicional para obter privilégios. Houve ameaças de agressão.
Carlos Willian (PTC-MG) ameaçou ocupar uma sala. Desafiou colegas a serem "homens" para tirá-lo de lá."
"Manhê!!!!!!! Eles não querem me dar este gabinete, EU QUÉÉÉÉRÔÔÔ!!!!"
E são essas as criaturas que representam nosso pobre país....
Cadê a corda?...
Inté!!!
Sorteio de gabinetes, quórum total, lógico.... Acho que foi a única oportunidade que tínhamos para tirar uma foto de todos os canalhas juntos, daqui pra frente já era...
Enfim.... Como numa casa de bingo, moças bonitinhas sortearam os gabinetes e o pau comeu solto...
Nossos ilustres paulistanos Paulo Maluf e Clodovil (desculpem os palavrões)puderam escolher os seus gabinetes, um por já ter sido deputado e o outro pela idade... (sim, Clodo%$#@#$%) tem mais de 70 anos...) O resto ficou com os ossos lambidos...
Cena medieval... Segue o fim da notícia, tirada da Folha de hoje:
"O momento do sorteio em que a platéia mais se alvoroçou foi quando foi sorteado o nome do petista Juvenil Alves (MG), preso pela Polícia Federal acusado de lavagem de dinheiro. Juvenil, mais votado do PT mineiro, teve sorte: ficou com uma sala do Anexo 4, das mais cobiçadas.
As negociações antes do sorteio contaram com romaria de deputados à Diretoria-Geral da Casa. Alguns invocavam a família tradicional para obter privilégios. Houve ameaças de agressão.
Carlos Willian (PTC-MG) ameaçou ocupar uma sala. Desafiou colegas a serem "homens" para tirá-lo de lá."
"Manhê!!!!!!! Eles não querem me dar este gabinete, EU QUÉÉÉÉRÔÔÔ!!!!"
E são essas as criaturas que representam nosso pobre país....
Cadê a corda?...
Inté!!!
quinta-feira, dezembro 07, 2006
ALA: Associação dos Livrólatras Anônimos
(Eu, de pé, em frente ao grupo)
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
(Grupo, todos a uma só voz)
" Oi, Jeca!"
Alguém conhece algum grupo de apoio a livrólatras? É, é isso mesmo, não tem o alcóolatra? o chocólatra? as mulheres que amam de mais? Então, eu preciso de um grupo para livrólatras....
Já passei por um grupo de apoio destes, no talvez mais vergonhoso episódio da minha vida. Na época, jurei, em pacto de sangue, à amiga que me acompanhou, jamais contar tal mico, jurei levar aquela noite de inverno californiano para o túmulo, mas como já se vão quase 10 anos e sei que ambas superamos tal fase, vou dividir com vocês, sem citar o nome dela, claro...
Morava em Los Angeles, e junto com uma amiga, estávamos acima do peso... coisa de 6, 7 kilos... Aulas diárias de spinning, tentativas enganosas de dietas, nada resolvia, e as duas se entupiam de comida de avião e tentações norte americanas que pulavam das gôndolas do Ralph´s.
Um belo dia, a sublime idéia:
"Vamos a uma reunião dos comedores compulsivos!!! Somos nós, claro!!! Quem no mundo come mais que a gente???"
Yellow Pages, Blue Bus e lá estávamos nós, em um salão de igreja quase no centro de LA. Aí começa o mico.....
As duas garotas entram, com suas banhinhas ainda cabendo na calça, encontram um círculo de OBESOS mórbidos, que nos olham com certo estranhamento... Sentamos.
"Hi, I´m Jack, and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Jack!"
E Jack conta sua história... Resumindo: uma geladeira cheia por dia, falido por causa da comida, perdeu o emprego e a família devido ao vício...
NEXT!!
"Hi, I´m Linda and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Linda!"
Esta, no funeral de seu pai, acabou com todo o suprimento do buffet antes mesmo do corpo chegar..... Comida para 50 pessoas, na barriga dela... Em questão de horas...
NEXT!!!... Histórias escabrosas, medonhas, tristes... E eu pensando no pote de Ben and Jerry´s que eu tinha comido metade naquele dia..... Será que ia colar???
Chegou a nossa vez.... Acho que eles estavam loucos pra ouvir nossa história.... Pensei em inventar alguma coisa, tipo assaltante de supermercados, banheira cheia de sorvete, minha estranha mania de comer maçã com sal, mas ao olhar aquelas pessoas que REALMENTE tinham um problema, dei um sorrisinho tímido e disse que não estava à vontade para falar naquela noite....
"É muita emoção na primeira noite, sabe?...snif"
Minha amiga fez o mesmo....
Saímos de lá correndo, mudas no ônibus de volta...... Assim que descemos no nosso ponto, na bela Wilshire, a salvo, quebramos o silêncio vergonhoso e fizemos o pacto.
Claro que a realidade de nossa falta de capacidade de fazer um regime decente ficou claríssima e hoje as duas perderam os kilos extras e certamente se lembram daquele noite com um misto de vergonha e graça....
Rendeu boas risadas e um enorme aprendizado...
Mas ia falar dos livros.... Ah, por que isso sou mesmo! Livrólatra....
Do tipo que termina um livro maravilhoso e tem crise de abstinência. Vontade de correr pro túmulo do cara e exigir a continuação!
"Como Dostoiévski só escreveu 697 páginas no Os Demônios??? Só isso??? Como eu vou viver sem o Nikolai Vsivolódovitch???"
Tenho muito essa sensação, de tristeza profunda por que não vou mais fazer parte da vida daquelas personagens....
Como o Jack, certos livros também atrapalham minha vida....
Segunda feira comprei o terceiro volume das Brumas de Avalon, cujos dois primeiros devorei mês passado....
Hoje passei a TARDE TODA sentada lendo, até acabar!!! Roupa pra passar, faxina por fazer, dissertação por escrever e eu em Avalon, torcendo pra Morgana casar com o Acolon, querendo ir pra corte de Arthur dar uns tapas na chata da Gwynefer, maravilhada pela beleza do Lancelote.
Ao acabar o volume 2, meu marido e minha mãe ficaram muito preocupados, com sérias idéias de internação urgente, pois eu passei um dia no sítio falando com as árvores, agradecendo à Deusa pela jaboticaba, pela pitanga.... Ao menor sinal de repreensão deles, eu respondia:
"Eu sou a representação da Deusa, sou uma sacerdotisa de Avalon!
Amanhã SEM falta, tenho que procurar meu traficante, o sr. Saraiva, pra ter o quarto e último volume...
Último..... ai, calafrios....
Algúem sabe é o túmulo da Marion Zimmer Bradley????
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
"Oi, Jeca!"
Inté!
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
(Grupo, todos a uma só voz)
" Oi, Jeca!"
Alguém conhece algum grupo de apoio a livrólatras? É, é isso mesmo, não tem o alcóolatra? o chocólatra? as mulheres que amam de mais? Então, eu preciso de um grupo para livrólatras....
Já passei por um grupo de apoio destes, no talvez mais vergonhoso episódio da minha vida. Na época, jurei, em pacto de sangue, à amiga que me acompanhou, jamais contar tal mico, jurei levar aquela noite de inverno californiano para o túmulo, mas como já se vão quase 10 anos e sei que ambas superamos tal fase, vou dividir com vocês, sem citar o nome dela, claro...
Morava em Los Angeles, e junto com uma amiga, estávamos acima do peso... coisa de 6, 7 kilos... Aulas diárias de spinning, tentativas enganosas de dietas, nada resolvia, e as duas se entupiam de comida de avião e tentações norte americanas que pulavam das gôndolas do Ralph´s.
Um belo dia, a sublime idéia:
"Vamos a uma reunião dos comedores compulsivos!!! Somos nós, claro!!! Quem no mundo come mais que a gente???"
Yellow Pages, Blue Bus e lá estávamos nós, em um salão de igreja quase no centro de LA. Aí começa o mico.....
As duas garotas entram, com suas banhinhas ainda cabendo na calça, encontram um círculo de OBESOS mórbidos, que nos olham com certo estranhamento... Sentamos.
"Hi, I´m Jack, and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Jack!"
E Jack conta sua história... Resumindo: uma geladeira cheia por dia, falido por causa da comida, perdeu o emprego e a família devido ao vício...
NEXT!!
"Hi, I´m Linda and I´m a compulsive eater!"
"Hi, Linda!"
Esta, no funeral de seu pai, acabou com todo o suprimento do buffet antes mesmo do corpo chegar..... Comida para 50 pessoas, na barriga dela... Em questão de horas...
NEXT!!!... Histórias escabrosas, medonhas, tristes... E eu pensando no pote de Ben and Jerry´s que eu tinha comido metade naquele dia..... Será que ia colar???
Chegou a nossa vez.... Acho que eles estavam loucos pra ouvir nossa história.... Pensei em inventar alguma coisa, tipo assaltante de supermercados, banheira cheia de sorvete, minha estranha mania de comer maçã com sal, mas ao olhar aquelas pessoas que REALMENTE tinham um problema, dei um sorrisinho tímido e disse que não estava à vontade para falar naquela noite....
"É muita emoção na primeira noite, sabe?...snif"
Minha amiga fez o mesmo....
Saímos de lá correndo, mudas no ônibus de volta...... Assim que descemos no nosso ponto, na bela Wilshire, a salvo, quebramos o silêncio vergonhoso e fizemos o pacto.
Claro que a realidade de nossa falta de capacidade de fazer um regime decente ficou claríssima e hoje as duas perderam os kilos extras e certamente se lembram daquele noite com um misto de vergonha e graça....
Rendeu boas risadas e um enorme aprendizado...
Mas ia falar dos livros.... Ah, por que isso sou mesmo! Livrólatra....
Do tipo que termina um livro maravilhoso e tem crise de abstinência. Vontade de correr pro túmulo do cara e exigir a continuação!
"Como Dostoiévski só escreveu 697 páginas no Os Demônios??? Só isso??? Como eu vou viver sem o Nikolai Vsivolódovitch???"
Tenho muito essa sensação, de tristeza profunda por que não vou mais fazer parte da vida daquelas personagens....
Como o Jack, certos livros também atrapalham minha vida....
Segunda feira comprei o terceiro volume das Brumas de Avalon, cujos dois primeiros devorei mês passado....
Hoje passei a TARDE TODA sentada lendo, até acabar!!! Roupa pra passar, faxina por fazer, dissertação por escrever e eu em Avalon, torcendo pra Morgana casar com o Acolon, querendo ir pra corte de Arthur dar uns tapas na chata da Gwynefer, maravilhada pela beleza do Lancelote.
Ao acabar o volume 2, meu marido e minha mãe ficaram muito preocupados, com sérias idéias de internação urgente, pois eu passei um dia no sítio falando com as árvores, agradecendo à Deusa pela jaboticaba, pela pitanga.... Ao menor sinal de repreensão deles, eu respondia:
"Eu sou a representação da Deusa, sou uma sacerdotisa de Avalon!
Amanhã SEM falta, tenho que procurar meu traficante, o sr. Saraiva, pra ter o quarto e último volume...
Último..... ai, calafrios....
Algúem sabe é o túmulo da Marion Zimmer Bradley????
"Oi, eu me chamo Jeca e sou livrólatra!"
"Oi, Jeca!"
Inté!
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Jeca Apresenta: A Revolta dos Pastéis de Nata
Agora vocês vão ter que me aguentar com uma nova descoberta.... Aprendi com minha amiga Mônica a postar videos.....
E como sou fanática pelo humor português do grupo A Revolta dos Pastéis de Nata, vou introduzir um aqui que acho ótimo!
Este é um comediante português se fazendo passar por um brasileiro (bem estereotipado, lógico), que sacaneia seus conterrâneos....
Lá no post "Sessão Homens na Vida das Mulheres: O amigo gay", tem o link para talvez o melhor dos videos deles, do Carlinhos, o machista gay, simplesmente hilário.
Mas esse é um bom começo, os caras são realmente engraçadíssimos....
Aumenta o som!
Inté!
E como sou fanática pelo humor português do grupo A Revolta dos Pastéis de Nata, vou introduzir um aqui que acho ótimo!
Este é um comediante português se fazendo passar por um brasileiro (bem estereotipado, lógico), que sacaneia seus conterrâneos....
Lá no post "Sessão Homens na Vida das Mulheres: O amigo gay", tem o link para talvez o melhor dos videos deles, do Carlinhos, o machista gay, simplesmente hilário.
Mas esse é um bom começo, os caras são realmente engraçadíssimos....
Aumenta o som!
Inté!
Sou...
Sacudindo a poeira, não quero deixar uma má notícia como top no Jeca! Assim, ressusitei um pequeno histórico pessoal....
Sou assim por que
-sou capricorniana
-sou filha de gaúcha
-e de português!
-aprendi a aprender com meus erros
-errei muito...
-amei muito
-perdi amigas
-e fiz outras...
-morei na Alemanha... em Tóquio, Los Angeles e Nova York
-desci de jipe o Morro da Cruz em Urubici, com chão de lama
-saí da missa no Santo Américo com 16 anos e nunca mais voltei
-me queimei demais no Hawaii
-Mochilei sozinha em Praga
-comi marzipã em Toledo
-e andei sozinha com o Fernando no Alhambra à noite.....
-apostei corrida na praça em Rothenburg
-e beijei na boca em Berlim......
-levei minha mãe pra Madrid
-e meu marido pra Sevilla.
-fiz guerra de neve no Central Park
-e me fingi de modelo para entrar em boate... (naquela época colava...)
-comi alfajor em Buenos Aires
-e levei muito tombo em Las Leñas
Sou assim por que
-tenho uma família esplêndida
-amigas do peito
-e marido maravilhoso
Sou assim por que
-ouço música irlandesa
- e cubana...
-Amo Botticelli
-e Bosch
-faço SwáSthya Yôga
-e sou vegetariana
-estudei Russo
-e Tupi
Sou assim por que
-leio muito.......
-leio Pepetela, Gabo, Cortázar, Dostoiévsky, Machado, Rosa... Mia Couto, Amós Oz, Primo Levi..... Bakhtin e Cândido...
-já fui poeta
-agora sou crítica
-e blogueira
Sou assim por que
-encontrei a magia do feminino nas Brumas de Avalon
-e chorei e amei com Morgana...
Sou assim por que
-faço terapia
-moro no interior
-mentalizo o que quero
-e sou um pouco mais poliana...
Sou assim por que
-não guardo mais rancor.....
-sou mais politizada
-e voto consciente!
Sou assim por que
-quero mudar o mundo
-começo com o meu...... Hoje.....
-Inté!
terça-feira, dezembro 05, 2006
Bad news...
Já que dividi a felicidade, divido uma tristeza....
O jequinha se assustou e hoje foi embora.....
Vou deixar os posts anteriores sobre o tema, e não desistirei!
Só que, da próxima vez, anunciarei depois dos 3 meses......
Bom, beijos a todos
Inté!
O jequinha se assustou e hoje foi embora.....
Vou deixar os posts anteriores sobre o tema, e não desistirei!
Só que, da próxima vez, anunciarei depois dos 3 meses......
Bom, beijos a todos
Inté!
Por que será???
Desde que eu anunciei a chegada de um herdeiro, esta imagem não pára de chegar ao meu e-mail... Por que será????
Então fiquei pensando nas expectativas que fazemos quando nos preparamos para criar um ser humano...
Lembro das várias expectativas que meus pais tinham com relação a mim e a minha irmã.... Coitados.....
Eu, desde o dia em que aprendi a programar o video cassete para gravar um filme de madrugada virei a futura "engenheira elétrica"... Até hoje, que já provei por A mais B que sou totalmente humanista e que não sei nada de matemática, se ouso consertar algum fio que está erroneamente colocado, pronto, ouço a famosa frase:
"Sempre falei, você devia ter sido engenheira elétrica!"
Minha irmã só não foi cantora lírica por que o Universo realmente não quis, por que o que foi investido na carreira artística da nêga não está no gibi! Ela até tentou, canta pra caramba, teve sua banda de forró e mandava super bem, mas o mar sempre a chamou e ela se tornou uma bióloga marinha que nos enche de orgulho.....
"Mas imagina ela, cantando no Municipal?"....
Resolvido isso, (ou não), talvez a maior expectativa da progenitora com relação às duas crias foi a mais frustrada: o sonho dela era ter filhas jogadoras de vôlei...... Tudo bem, não precisa ser vôlei, mas pelo menos atletas de ponta..... Qualquer coisa, desde que a casa ficasse recheada de uniformes com patrocínio, gel de carboidrato e muito gatorade.
Minha mãe é daquelas que não perdem um jogo de vôlei na tv.... Se ela está na cozinha e eu ou minha irmã zapeando os canais, temos que passar rapidíssimo pelo SportTv, por que ela ouve o eco da quadra, ou a bola quicando e grita:
"Põe no meu vôlei!"
Aí já era, a tv fica monopolizada....
E não é só seleção, não, que ela chama de "meus meninos"!
Ulbra e Chapecó tá valendo! E D. Dora é tão por dentro que xinga até o técnico do Suzano, sabe nomes e tabelas! É o Milton Neves da Liga!
Mas confesso, não é só ela, não..... Levando em conta as diferenças entre mim e minha irmã (que valem outro post só pra isso), me peguei trocando os seguintes e-mails com ela:
Meu pra ela, ao receber esta foto:
"hahaha, não sei porque tá todo mundo me mandando esse email, hahaha
não entendo, meu filho vai ser intelectual, vai ler Proust com 2 anos, não vai ter tempo de fazer essas barbaridades...."
A resposta:
"Até parece!!!! Tenho certeza que a mamãe falava que a gente ia ser atleta!! Sua filha (o) vai ser tipo Kamikase, vai gostar de queimar coisas e por conta desse gosto vai se tormar artista plástica, vai se revoltar de estudar no Porto Seguro e vai querer mudar para uma escola do estado, onde os amigos dela estudam.. vai ser estilo comunista e vai trazer sempre um bando para almoçar na sua casa.. é, vc vai ficar careca cedo..."
Agora ouço minha mãe, tentando na segunda geração:
"Minha neta vai ser jogadora de vôlei"
e meu sogro, divagando sozinho, no dia em que descobriu que vai ser avô:
"Tenho que me cuidar se quiser jogar tênis com meu neto... Ele vai ser um grande jogador de tênis...!"
Então fiquei pensando nas expectativas que fazemos quando nos preparamos para criar um ser humano...
Lembro das várias expectativas que meus pais tinham com relação a mim e a minha irmã.... Coitados.....
Eu, desde o dia em que aprendi a programar o video cassete para gravar um filme de madrugada virei a futura "engenheira elétrica"... Até hoje, que já provei por A mais B que sou totalmente humanista e que não sei nada de matemática, se ouso consertar algum fio que está erroneamente colocado, pronto, ouço a famosa frase:
"Sempre falei, você devia ter sido engenheira elétrica!"
Minha irmã só não foi cantora lírica por que o Universo realmente não quis, por que o que foi investido na carreira artística da nêga não está no gibi! Ela até tentou, canta pra caramba, teve sua banda de forró e mandava super bem, mas o mar sempre a chamou e ela se tornou uma bióloga marinha que nos enche de orgulho.....
"Mas imagina ela, cantando no Municipal?"....
Resolvido isso, (ou não), talvez a maior expectativa da progenitora com relação às duas crias foi a mais frustrada: o sonho dela era ter filhas jogadoras de vôlei...... Tudo bem, não precisa ser vôlei, mas pelo menos atletas de ponta..... Qualquer coisa, desde que a casa ficasse recheada de uniformes com patrocínio, gel de carboidrato e muito gatorade.
Minha mãe é daquelas que não perdem um jogo de vôlei na tv.... Se ela está na cozinha e eu ou minha irmã zapeando os canais, temos que passar rapidíssimo pelo SportTv, por que ela ouve o eco da quadra, ou a bola quicando e grita:
"Põe no meu vôlei!"
Aí já era, a tv fica monopolizada....
E não é só seleção, não, que ela chama de "meus meninos"!
Ulbra e Chapecó tá valendo! E D. Dora é tão por dentro que xinga até o técnico do Suzano, sabe nomes e tabelas! É o Milton Neves da Liga!
Mas confesso, não é só ela, não..... Levando em conta as diferenças entre mim e minha irmã (que valem outro post só pra isso), me peguei trocando os seguintes e-mails com ela:
Meu pra ela, ao receber esta foto:
"hahaha, não sei porque tá todo mundo me mandando esse email, hahaha
não entendo, meu filho vai ser intelectual, vai ler Proust com 2 anos, não vai ter tempo de fazer essas barbaridades...."
A resposta:
"Até parece!!!! Tenho certeza que a mamãe falava que a gente ia ser atleta!! Sua filha (o) vai ser tipo Kamikase, vai gostar de queimar coisas e por conta desse gosto vai se tormar artista plástica, vai se revoltar de estudar no Porto Seguro e vai querer mudar para uma escola do estado, onde os amigos dela estudam.. vai ser estilo comunista e vai trazer sempre um bando para almoçar na sua casa.. é, vc vai ficar careca cedo..."
Agora ouço minha mãe, tentando na segunda geração:
"Minha neta vai ser jogadora de vôlei"
e meu sogro, divagando sozinho, no dia em que descobriu que vai ser avô:
"Tenho que me cuidar se quiser jogar tênis com meu neto... Ele vai ser um grande jogador de tênis...!"
É... Giba e Federer que se cuidem.....
Inté!
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Sessão "Homens na vida das mulheres parte IV: O amigo Gay"
Vou lutar para colocar um artigo no Estatuto da Mulher:
"Art. 24.
Toda mulher tem o direito a um amigo gay!"
Não é preconceito contra os amigos heterossexuais, não, mas um bom amigo gay tem qualidades que jamais nenhum heterossexual terá, nem mesmo o Sensível 10!
Em primeiro lugar, ele possui um senso de moda muitas vezes mais apurado que qualquer amiga sua! Vá às compras com ele, peça opinião, e mais: ele vai ADORAR um programa de uma tarde inteira no shopping, não vai ficar na porta da loja esperando você acabar logo para irem embora!
Mais que isso, ele possui uma sinceridade masculina, sem o medo que o hetero tem de dizer algo que se vire contra ele.
Se seu amigo hetero diz "Está linda" você acha que ele quer se livrar logo e ir embora.
Se ele diz "Não gostei, te deixa gorda" você entra em greve com ele, imediatamente. Seja de palavras seja de outra coisa!
Se você entrar nesse jogo com seu amigo gay ele logo te dá uma reposta ácida, do tipo
"Ué, Racha, você perguntou agora aguenta a resposta!!".
E se é pra elogiar, nada de elogios mornos, não... É sempre:
"MARAVILHOSA!!!"
"DIVINA!!!!!!"
"SOBERBA!!!"
e o eterno
"TUUUUUUUUUDDDDOOOOOOO!!!"
Melhor que isso não tem!
Amigo gay é excelente pra falar sobre seus sentimentos. Conversar com suas amigas sempre resulta numa longa especulação sobre o que se passa na cabeça do homem, afinal de contas, são duas mulheres tentando entender um cérebro banhado de testosterona, algo fora da nossa alçada. Seu amigo gay possui este cérebro, e sempre pode trazer insights maravilhosos sobre o assunto. Consulte-o!
Vai sair de balada? Está a fim de dar muita risada, dançar e não ter que ficar se esquivando de cantadas furadas???? Ele é sua companhia ideal!
Número 1: Ele possui geralmente um senso de humor absurdo, dificilmente você encontra um gay rabugento! Meus anos de aviação me comprovaram isso, mal humor era algo raro!
Número 2: Ele A-M-A dançar! No fim da noite é você quem terá que arrastá-lo pra fora, pois se deixar, ele fica até de manhã... E mais, ele não terá vergonha nenhuma de fazer a coreografia do Y M C A!!! Nem de subir no palco e fazer a dancinha sexy com você!!!Diversão garantida!!
Número 3: Na hora que algum chato incoveniente chegar chegando, pode apostar que ele saberá te defender como se deve. Orientação sexual não muda o gênero, ele é homem e sabe falar grosso! Se precisar ele entra na sua frente e você não vai nem reconhecê-lo!!
(falo isso por experiência própria. No avião, virava e mexia precisávamos de alguma ajuda mais forte, e eles sempre estavam lá, pro que desse e viesse!)
Mas o mais importante, claro, são sempre as boas risadas que vocês darão juntos! É impagável ir a um shopping com um amigo gay de quase 2 metros de altura, pinta de galã, e ouví-lo se dirigir a um indivíduo qualquer, no bom estilo Carlinhos, e dizer, ao pé do ouvido do desavisado, com aquele vozeirão:
"Ôôôôii Lanche...."
Inesquecível!
Inté!
"Art. 24.
Toda mulher tem o direito a um amigo gay!"
Não é preconceito contra os amigos heterossexuais, não, mas um bom amigo gay tem qualidades que jamais nenhum heterossexual terá, nem mesmo o Sensível 10!
Em primeiro lugar, ele possui um senso de moda muitas vezes mais apurado que qualquer amiga sua! Vá às compras com ele, peça opinião, e mais: ele vai ADORAR um programa de uma tarde inteira no shopping, não vai ficar na porta da loja esperando você acabar logo para irem embora!
Mais que isso, ele possui uma sinceridade masculina, sem o medo que o hetero tem de dizer algo que se vire contra ele.
Se seu amigo hetero diz "Está linda" você acha que ele quer se livrar logo e ir embora.
Se ele diz "Não gostei, te deixa gorda" você entra em greve com ele, imediatamente. Seja de palavras seja de outra coisa!
Se você entrar nesse jogo com seu amigo gay ele logo te dá uma reposta ácida, do tipo
"Ué, Racha, você perguntou agora aguenta a resposta!!".
E se é pra elogiar, nada de elogios mornos, não... É sempre:
"MARAVILHOSA!!!"
"DIVINA!!!!!!"
"SOBERBA!!!"
e o eterno
"TUUUUUUUUUDDDDOOOOOOO!!!"
Melhor que isso não tem!
Amigo gay é excelente pra falar sobre seus sentimentos. Conversar com suas amigas sempre resulta numa longa especulação sobre o que se passa na cabeça do homem, afinal de contas, são duas mulheres tentando entender um cérebro banhado de testosterona, algo fora da nossa alçada. Seu amigo gay possui este cérebro, e sempre pode trazer insights maravilhosos sobre o assunto. Consulte-o!
Vai sair de balada? Está a fim de dar muita risada, dançar e não ter que ficar se esquivando de cantadas furadas???? Ele é sua companhia ideal!
Número 1: Ele possui geralmente um senso de humor absurdo, dificilmente você encontra um gay rabugento! Meus anos de aviação me comprovaram isso, mal humor era algo raro!
Número 2: Ele A-M-A dançar! No fim da noite é você quem terá que arrastá-lo pra fora, pois se deixar, ele fica até de manhã... E mais, ele não terá vergonha nenhuma de fazer a coreografia do Y M C A!!! Nem de subir no palco e fazer a dancinha sexy com você!!!Diversão garantida!!
Número 3: Na hora que algum chato incoveniente chegar chegando, pode apostar que ele saberá te defender como se deve. Orientação sexual não muda o gênero, ele é homem e sabe falar grosso! Se precisar ele entra na sua frente e você não vai nem reconhecê-lo!!
(falo isso por experiência própria. No avião, virava e mexia precisávamos de alguma ajuda mais forte, e eles sempre estavam lá, pro que desse e viesse!)
Mas o mais importante, claro, são sempre as boas risadas que vocês darão juntos! É impagável ir a um shopping com um amigo gay de quase 2 metros de altura, pinta de galã, e ouví-lo se dirigir a um indivíduo qualquer, no bom estilo Carlinhos, e dizer, ao pé do ouvido do desavisado, com aquele vozeirão:
"Ôôôôii Lanche...."
Inesquecível!
Inté!
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Não é de chorar?....
A sensibilidade se aguça com cada coisa, viu?....
Olhando um fotolog esplêndido de um querido amigo, o Marcelo, vi essa cena que me emocionou muito......
Olhando um fotolog esplêndido de um querido amigo, o Marcelo, vi essa cena que me emocionou muito......
Fala a verdade, não é de chorar?......
Bom fim de semana
Inté!!!
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