quarta-feira, junho 06, 2007

Manual de Sobrevivência na Selv... oops, na Roça

Hoje uma amiga me disse:

"Ontem você passou por mim, ali no caminhao da estrada, BOCEJANDO, e nem me viu! Quase me engoliu com o bocejo!"

Eu expliquei a ela que em São Paulo não é lá muito costume dirigir de olho nos carros em volta pra ver se você "cruza" algum conhecido, a não ser que esteja fazendo coisa errada.... Neste caso, além de ficar esperto com conhecidos, você aumenta a chance em 1000% de realmente cruzar alguém próximo.

Então pensei em algumas coisas que ajudam a sobrevivência na roça.
Claro que a número UM é:

-Dirigir olhando por conhecidos. Quanto mais tempo você vive na cidade, mais vai ter que levantar a mão do volante para falar "óóó".

-Não tenha pressa. Outros carros pararão à sua frente, no meio da rua, para que o motorista cumprimente alguém.

-Pelo mesmo motivo, evite xingar o tranca-rua à sua frente! Briga de trânsito na roça pode virar briga de família.

-Esqueça nomes de ruas... Aprenda, no lugar, pontos referenciais, como mercados, farmácias e "coméricos"... Eles serão as únicas indicações possíveis

-Aprenda os nomes das famílias tradicionais... Isso será muito útil nas rodas de conversa. Caso contrário, você ficará boiando.

-Esteja sempre pronto a contar alguma coisa de sua vida... E a parecer interessado sobre a vida dos outros...

-Prepare-se para ter que dizer seu nome completo. Ao marcar hora na manicure cheguei a discutir com a moça. "Pra quê preciso dizer meu sobrenome? Quantas Tatianas estarão marcadas com a Marilda às 18hs???"

-Seja "prendado"... Você terá que cozinhar em casa pela falta de opções de restaurantes. Terá que lavar bem, pela falta de lavanderias...

-Segure o riso quando ouvir dos nativos "Nós não temos sotaque! É você quem tem sotaque, (imitando uma mistura de Faustão e Adoniram Barbosa anasalados) ô lôko, meu, você tá me entêêndêêêndo?"

-E por fim... Programe-se para períodos na metrópole... Nem que seja um dia apenas, para que não fique por fora do que acontece no mundo. Ontem tive meu dia "cultura": Corpo Humano, Da Vinci e MAM..... Voltei O-U-T-R-A!

Bom feriado.

Inté!

11 comentários:

mc disse...

Nós tivemos caminhos opostos. Eu saí do sítio e fui pra metrópole (sou uma verdadeira jacu!), e você saiu da metrópole e foi pro sítio...

. fina flor . disse...

kkkkkkkkkkkkkk

Eu daria conta de viver assim só depois dos 60 anos, sabia? rs*....

Adoro esse cenário, mas não pro meus 20 e poucos, kkk

beijos, linda

MM

Jade disse...

mas é lógico!


vc esqceu de dizer q em hipotese alguma vc deixa de ser vigiada. Qualquer pum, por mais silencioso q ele seja, vai ser noticia. Ainda mais se vc eh de fora!

Roberta disse...

Outro dia tava na casa da Vic. A mãe dela tava lá e insistia q Vic fizesse amizade com os vizinhos do prédio, já q nunca se sabe qd vai precisar de algo. Ela, como Vic, é carioca.
"Tia, em SP, qd a gente precisa de algo, disca 190 ou 193", eu disse.
=D

bjs

Tati disse...

mc, de onde mesmo você é?

Mô, este era meu plano também, me aposentar e vier no interiror.... mas a vida resolveu antecipar....

jade, vc tem razão, parece um big brother ao céu aberto.

garota, sua frase foi tipicaqmente paulistana, amei! Uma pena que seja assim, mas em muitos casos, verdade....

beijos

Rubi disse...

Gostei do briga no trânsito na roça pode virar briga de família...lol...Tão verdade, lembra-me a terrinha na Madeira.

Experimentou alguma das receitas?

Beijo

MH disse...

E na roça, mais do que em qualquer lugar, basta PENSAR em fazer algo errado pra algum conhecido ver. Ou sair de casa de moletom pra encontrar meio mundo...

Ana Flá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cláudia disse...

Brasilia é assim, uma rocinha que por acaso também é a Capital Federal.
Hoje melhorou, tem mais gente circulando, mas nos anos 80, quando morei lá, você achava que conhecia a pessoa de algum lugar, mas na verdade era de tanto encontrá-las nos mesmos lugares em que todo mundo ia.
Agora, Tati, o morumbi (que eu chamo de roça) é bem parecido com isso. Vai no blooming num domingo de tarde pra ver se tu não encontra meia dúzia de vizinhos? Ou no Jardim Sul...
beijo

Tati disse...

rubina, ainda não... mas estão bem guardadas...

mh, sorte que aqui não tenho ex namorado.... então podem me ver de moleton e cara amassada à vontade, rsrs

Claudia, por isso eu até me divirto aqui, pois cresci no morumba, fiz duas escolas aí, então andar no bairro sem dar de cara com conhecidos é praticamente impossível...

beijos

Anônimo disse...

Olha,eu não sou muito chegada a roça não...a natureza não me aceita...inclusive estou me preparando psicologicamente para passar esse feriado na roça. Já comprei livros, chocolate e lexotan...
Boa sorte e volte logo para a civilização!
Beijos!