Escrever, para mim, é um dos atos mais catárticos que tenho disponíveis para elaborar minha visão do mundo. Lendo também me equilibro, mas escrevendo eu me acho.
Fico por vezes em frente à tela em branco visualizando as palavras se formarem, mas nos últimos tempos não dou conta da quantidade dantesca de sensações e ideias que precisam ser acomodadas aqui. Sempre digo que sinto saudades da Jeca. E sinto mesmo. Sinto por que aqui a Tatiana etérea encontra o eco necessário para que a Tatiana de carne e osso continue caminhando. Por vezes releio a série que fiz com o Capitão-mor (blog já finalizado e contato infelizmente perdido) e suspiro melancolicamente relembrando as tardes que passava inserida de cabeça na blogsfera...
Agora os temas me vêm e me fogem. As letras se confundem com os gritos das crianças que me chamam a cada minuto.
Me lembro de uma crônica do Fernando Sabino em que ele começa refletindo sobre sua falta de assunto. Em seguida, entra uma família simples que comemora em uma confeitaria o aniversário da pequena filha com uma fatia de bolo comprada no balcão. Uma cena tão singela, que tirou o escritor do marasmo. Uma cena tão singela, que gerou uma crônica sublime...
Escrevo aqui, hoje, para mim mesma. Para me fazer a promessa de não me abandonar, de não deixar que o pó tome conta desse canto. Aos poucos ele continua capengando, mas vivo.
E viva continua a Jeca... Step by step, letra por letra...
Nenhum comentário:
Postar um comentário