domingo, setembro 18, 2011

O bailinho

Ouvindo uma música postada por minha querida Rubina, me lembrei de uma das épocas mais mágicas e angustiantes de minha vida. A época dos bailinhos...

Mágica, claro, pela descoberta do universo chamado "meninos", que, (como creio acontecer em toda escola) era liderada sempre por um galã específico que arrasava corações de levas de meninas. No meu caso era assim. Um lindo garoto repetente (os mais velhos são sempre os mais interessantes, e repetente ainda melhor, vem com toda uma pose rebelde...) me fez sofrer muito!

E daí portanto o segundo adjetivo: angustiante. Era angustiante ir aos bailinhos sabendo que o Fulano Sicrano (as iniciais são mera coincidência. Ou não) estaria lá. E pior. Estaria lá para mostrar o prazer que tinha em me humilhar. Sim, ele sabia da minha paixonite, e brincava com ela. Até porque, para todo galã teen há uma "musa do ginasião" que no caso era loira, linda e legal. Não me esqueço da brincadeira tosca que fazíamos, contrariando qualquer defesa da dignidade feminina, em que as meninas ficavam sentadas com as palmas das mãos para cima. Os meninos vinham e batiam na mão da menina com quem queriam dançar.

A cena me aparece nítida até hoje.... Eu, ao lado da tal Joana Penteado (novamente, iniciais puramente coincidentes. Ou não) ambas de palmas para cima. Fulano Sicrano se aproxima, sorri para mim. Meu coração dispara. Ele ameaça me chamar, e ao aproximar a mão da minha, bate na mão dela...... DELA.....

Eu estava de saia branca rodada, camisa polo amarela e bota branca, daquelas que usávamos nos anos 80, com laço, tipo bota Xuxa. Eu estava uma GATA. Juro... Meu cabelo repicado era última moda. E ele escolheu ELA.... (para fins de confessionário, eu bem que me vingava, passando trotes para ele de madrugada. #prontofalei)

A música??? Como esquecer!... Até hoje os acordes iniciais me levam para 1989, praquele salão de festas em um prédio no Brooklin (mais precisamente na esquina da Califórnia com a Padre Antonio José dos Santos) e pra tantos outros salões de prédios de São Paulo em que essa música marcou minhas alegrias e minhas fossas... Ela segue abaixo, e ainda hoje me emociono ao ouví-la.

Nossos bailinhos eram bons demais, mesmo com toda a ansiedade dos primeiros amores. Ou melhor, eram tão bons JUSTAMENTE por causa da ansiedade dos primeiros amores.

E só pra constar, em outro bailinho, em um canto escuro, com a mesma saia e bota (não, nós não tínhamos taaaantas roupas como as adolescentes hoje em dia têm) eu ganhei um beijo do Fulano Sicrano.

E um ano depois, do irmão dele. Só pra dar o troco!!!

E com vocês, Don´t dream, it´s over, diretamente do túnel do tempo...


2 comentários:

Mariana - viciados em colo disse...

fiz uma viagem aos meus bailinhos. ai como demorei para dar o primeiro beijo no galã pelo qual me apaixonei... consigo visualizar até as páginas do meu diário, aquele com cadeadinho na capa, sabe? onde eu escrevia meus dilemas do amor... ai ai (suspiro!).
beijoca

Cláudia disse...

eu não sei como a gente sobreviveu a tudo isso, a tanta angústia e sofrimento.
beijo