sábado, setembro 10, 2011

Imaginário Jeca

Acabei de voltar de uma pequena visita frustrada à praia. Fomos tentar ver o sol mas a chuva nos é mais grata... Por conta da simples observação a que o tempo nos obrigou, voltei às minhas divagações tão típicas... Fiquei me alimentando um pouco das sensações que o mar me traz.

Olhando para trás, associo minha vida amorosa às areias e à maresia. Sempre me apaixonei muito na praia. Ouvia aquele clichê básico de que amor de verão não sobe a serra, mas os meus negavam tal premissa.

Meu primeiro namorado me conquistou ali. Foi em Maceió, 1989 (ok, ok, para quem insiste em fazer contas, eu tinha então meros 13 anos...) e foi o inverno mais quente da História. Tudo intenso, a descoberta da paixão, o namorado surfista e todo o estereótipo global desse romantismo brejeiro. Teve até cena de novela das 7 horas: No aeroporto, família já na sala de embraque e eu o puxando para a fila do táxi: Vamos fugir!!! Ele, menos ousado e talvez mais medroso do pai, amarelou. Que pena, hoje eu teria um bom conto para meus filhos...

Só que para melhorar, ele era carioca. Por alguns anos nos reencontramos nas minhas areias prediletas: Ipanema e Leblon. O Rio se tornou, para mim, o centro da paixão, da rebeldia amorosa, da esperança quase hippie do amor eterno. Se não tudo isso, pelo menos o lugar para onde eu ia nas férias dar uns amassos.

Findo este amor, outros à beira mar vieram. Guarujá, Rio, Rio, Rio, Cassino, Los Angeles, Camboriú, Camboriú... (sim, tive minha fase de "argentinos", até que um deles teve a pachorra de vir a São Paulo atrás de mim, enfiado na minha própria casa desafiando meu então nada praiano namorado e meu nada simpático pai... Mas essa doideira é assunto para outro post...)
Areia sempre me trouxe palpitação.

Até que em um feriado de outubro de 2002 um rapagão alto me chamou a atenção... No Guarujá... A visão dele que me fez pensar "hmmmm, óia!" tive enquanto ele caminhava de costas. Hmm, costas largas.... Tatuagem grande na perna. Jipeiro... Roqueiro... Um estilo rebelde sem causa que nunca tinha me atraído. Até aquele momento. Caminhando ao seu lado, com os pés na água, percebi que queria demais estar ao seu lado. E o rebelde virou príncipe...

Nos quase 9 anos que se passaram depois daquele momento, corremos sempre para a praia de novo. É nosso ponto de reencontro, por menos que ele tenha essa consciência. Eu tenho pelos dois.

Nove anos, 2 filhos, outras tatuagens, uma vida construída juntos. E eu ali, sentada olhando o mar e me vendo amadurecer no amor à frente deste cenário tão romântico. Imbuída ainda das sensações de paixão que a vida me proporcionou, e as procurando sempre no meu dia a dia.

A chuva? Ah, que chuva... Tem algo mais romântico que um beijo na chuva? Com o cabelo grudado no rosto, a roupa gelada no corpo e a areia colada na perna? Tá, tá, menos... Acho bom voltar da divagação... Tem uma criança chorando ali porque o irmão tacou uma pá na cabe.... Opa, é meu... Deixa eu ir... A realidade me chama!

Inté!

3 comentários:

Elô disse...

Adorei! Lindo texto....

Tati disse...

E vc fez parte disso, hein, amiga????? Parte fundamental!!!! Bj

Cláudia disse...

aaaahhhhhhhhhhhhhhhh..... <3