Tenho ido com minha cunhada a uma sessão especial de cinema, para mães com bebês pequenos, chamada Cinematerna... Uma delícia, seu filhote chora e você não fica envergonhado porque mais uns 4 ou 5 também estão aos gritos... A equipe que organiza é super atenciosa, leva trocadores e a sala fica à meia luz para ninguém tropeçar com os pequenos no colo.
Nesta última quem precisou de babadores não foram os babies, mas as mães...
É ridículo o efeito que o George Clooney produz na mulherada. Minha cunhada brincou com meu sobrinho ("Olha seu papai na tela...") e eu quase saí no tapa com ela, "Ele é SEU pai, Iolanda, SEU!!SEU SEU SEU!!"
Posso por a mão no fogo que mais uma dúzia de mães estava sussurrando ao ouvido do seu filhote a mesma frase utópica, sonho de consumo de pelo menos 99% das fêmeas daquela sala...
Saindo da sessão, dou de cara com ele, tomando um café e me encarando fixamente, em um cartaz da Nespresso... Parece ficção, mas eu realmente sempre passo pela propaganda, mando um beijo pra ele e digo "me liga!". Quem vê me chama de louca...
Eu olho criticamente aquele homem de meia idade, grisalho, magro, meio franzino, e não consigo deixar de me perguntar o que vemos nele.
Então, ele me surpreende e lança um daqueles olhares de canto de olho com o sorriso mais maroto da Terra e eu volto a entender prontamente sua absurda capacidade de sedução...
Lembro da minha mãe olhar o Harrison Ford e suspirar por um Indiana Jones já meio grande na circunferência medial e eu ali, sem entender, babando no jovem Brad Pitt...
Hoje a entendo... Minha geração não vê nada no Indiana, mas suspira a cada fio de cabelo cinza e a cada ruguinha que aparece no rosto do Clooney, enquanto minhas alunas fazem cara de interrogação e suspiram nas fotos do vampiro Pattenson.
Pode deixar, um dia vão ser elas disputando a tapa a ilusória paternidade dos bebês delas, quando o Robert Pattenson estiver interpretando policiais maduros e homens de meia idade em crise existencial...
Inté...